Relações mentirosas do falso Messias
Por Israel Aparecido Gonçalves*
O processo eleitoral de 2018 foi marcado por acordos frágeis e oportunistas.
Talvez os mais oportunistas já vistos em nossa história republicana, após a política do café com leite entre 1898-1930.
O apoio do governador do Rio de Janeiro Wilson José Witzel, do governador de São Paulo João Doria e do governador de Santa Catarina Carlos Moisés ao presidente Jair Messias Bolsonaro era artificial e eleitoreiro.
Como já apontavam Karl Marx e F. Engels na obra “O Manifesto Comunista”, publicado em 1848, as condições contraditórias de um sistema levam à sua própria destruição e “tudo o que é sólido derrete-se no ar”.
Wilson José Witzel foi o primeiro a pensar em voar para Brasília como presidente em 2024, mas esqueceu da sua insignificância política e não deixou a ganância por dinheiro guardada.
O assalto aos cofres públicos carioca é um escândalo e algo tão explícito, que nem seus partidários tiveram a coragem de defendê-lo na Assembleia Estadual.
Em Santa Catarina o bom moço também virou as costas para Bolsonaro.
Moisés não quis novos projetos políticos, mas só fingiu não ser daquela turma de direita irracional e entreguista que compõe a ala bolsonarista.
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Mudou o discurso, em especial o do combate à corrupção e o staff governamental se aproxima do conceito de quadrilha.
Atualmente Moisés prepara o seu barco para sair do poder.
Em São Paulo o governador João Doria pensa que pode enganar a todos com discursos “técnicos” e também finge não ter relações com os bolsonaristas e estes se sentem traídos pelo casamento que era de fachada.
A aliança feita entre Bolsonaro e esses três governadores demostrou que o presidente não tem um projeto para o país e que apoia qualquer político sorridente simpático aos seus discursos desconexos.
Esses episódios dos trópicos lembram a chegada ao poder na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), de Josef Stalin.
Após a Revolução Russa de 1917 e de uma guerra civil entre 1917-1925.
Dono da frase “Devemos aprender a odiar nossos inimigos”, Stalin pediu para apagar das fotos da revolução a imagem de seu “amigo” de partido Leon Trotsky, assassinado a mando do ditador em 1940, no México.
Os próprios envolvidos buscam apagar as fotos desse passado recente e reinventar suas trajetórias políticas, situação vergonhosa para qualquer cidadão de “bem”.
As contradições dessas alianças pífias eram evidentes para quem lê jornal vez ou outra.
Cabe ao eleitor brasileiro aprender com essas relações promíscuas na política, que se derretem após o processo eleitoral.
Deve-se votar em projetos e não em falsos Messias, como já ensinou um sábio muito amigo dos verdadeiros Moisés, João e José e que foi crucificado por falar à verdade pelo povo que veio salvar.
*Israel Aparecido Gonçalves é cientista político.
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