Apesar do “agro é pop” na Globo, depois do golpe contra Dilma fome disparou e hoje atinge 10,2 milhões

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Um passo à frente, dez passos para trás – a volta da fome

Por Nathalie Beghin, coordenadora da assessoria política do Inesc*

O lema do Dia Mundial da Alimentação é “Crescer, Nutrir, Sustentar. Juntos”. Mas governo brasileiro está mais preocupado com a diminuição dos gastos para atender o mercado do que com a fome de seu povo.

O Dia Mundial da Alimentação é celebrado todo 16 de outubro desde 1981.

Esta data corresponde ao dia de criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 1945.

A FAO, que este ano celebra seu 75º aniversário, foi fundada logo após o término da IIª Guerra Mundial, com o objetivo primordial de erradicar a fome, a desnutrição e a insegurança alimentar e nutricional ao redor do mundo.

Este ano, o lema do Dia Mundial da Alimentação é “Crescer, Nutrir, Sustentar. Juntos”.

E como estamos no Brasil?

Não estamos bem, não havendo nada para celebrar, muito pelo contrário.

Apesar do nosso agronegócio dito pujante e chamado de “pop”, não só a fome aumentou como pioraram as condições de sustentabilidade ambiental e climática da produção de alimentos.

A fome, uma mazela que pensávamos resolvida, nos ronda novamente.

Segundo os dados mais recentes do IBGE, em 2017/2018, 85 milhões de brasileiros habitavam em domicílios com algum grau de insegurança alimentar e nutricional, dos quais 10 milhões sofriam de Insegurança Alimentar Grave (IAG).

Isso equivale a toda a população de Portugal.

Insegurança Alimentar Grave é a expressão da fome vivenciada no domicilio, que corresponde a uma ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo as crianças.

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Como pode ser observado no Gráfico 1, entre 2004 e 2013, o número de pessoas em IAG caiu pela metade, passando de 14,9 milhões para 7,2 milhões no período.

Contudo, a partir de 2013, a situação vem piorando e em 2017/2018 o número de pessoas com fome aumentou para 10,2 milhões.

Isso foi antes da pandemia da Covid-19, agora o quadro deve ser muito pior devido à crise econômica que resultou na perda de milhões de empregos e de diminuição da renda, especialmente dos mais pobres, associada ao pouco caso que o governo federal vem dando ao tema.

A fome tem endereço, cor e sexo

Como não poderia deixar de ser em um país eminentemente racista e sexista, a fome tem endereço, cor e sexo.

Com efeito, ela está proporcionalmente mais presente nas áreas rurais, no Nordeste e em famílias chefiadas por mulheres ou negros.

Assim, por exemplo, 74% dos domicílios com Insegurança Alimentar Grave têm como referência uma pessoa negra.

Diante desse quadro, qual a resposta do governo federal? Acabar com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que, até então, gozava de reconhecimento internacional devido aos expressivos resultados que vinha apresentando, especialmente com a diminuição da fome no Brasil. Esse foi um dos primeiros atos do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019.

Piso mínimo emergencial para combater a fome

É para se contrapor a esse absurdo que 200 organizações da sociedade civil, entre elas o Inesc, articuladas na Coalização Direitos Valem Mais, apresentaram ao Congresso Nacional propostas concretas de um piso mínimo emergencial destinado a serviços essenciais para o Orçamento da União de 2021, dentre os quais, os de combate à fome.

Como se não bastasse desarticular a agricultura familiar e a agroecologia, o governo Bolsonaro desmontou as políticas socioambientais, desconsiderou os acordos de clima e incentivou o avanço da agropecuária, especialmente na Amazônia, contribuindo para o aumento das queimadas e do desmatamento.

No Brasil do presidente Bolsonaro, fome, destruição do meio ambiente e aumento das emissões de gazes de efeito estufa andam juntos formando uma perfeita tempestade.

Se é verdade que o auxílio emergencial contribuiu para evitar o pior, a diminuição do valor pela metade a partir de outubro e sua interrupção no final do ano irão resultar em crise alimentar grave.

Não seremos capazes de cumprir nenhum dos itens do bordão do Dia Mundial da Alimentação: não iremos crescer, não iremos nutrir, nem sustentar e muito menos juntos, uma vez que, tanto o governo quanto nossas elites que o sustentam, se preocupam mais com a diminuição dos gastos para atender o mercado do que com a fome de seu povo.

*Ex-conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)

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Comentários

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léo

enquanto o povo ou mais de 70% de nós phodidos e mal pagos não tomarmos o brasil de volta vamos ver os grandes supermercados pagar milhões em propagandas a emissoras de tv e nenhum centavo para baratear preços, preços esses que só nesse ano de 2020 tiveram de 3 a 4 reajustes sem qualquer justificativa, vejam a playlist: https://www.youtube.com/watch?v=Cb0xXfRye2E&list=PL8v_6hJHhMhcxQUOPB46xKb5X0VTDBvhc

Zé Maria

É importante lembrar que, até a Consumação do Golpe de Estado de 2016,
havia Reajuste Real do Salário-Mínimo que repunha as perdas inflacionárias.
Hoje, os preços dos alimentos aumentam absurdamente
e não há Reposição Salarial.
Sem falar do Desemprego de mais de 40 Milhões de Pessoas [*]

[*] Conforme o IBGE, compõem esse contingente de 40 Milhões,
12,4 milhões de pessoas desempregadas e outros 28 milhões de
brasileiros, fora de força de trabalho, que gostariam de trabalhar.

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/28111-pela-primeira-vez-menos-da-metade-das-pessoas-em-idade-de-trabalhar-esta-ocupada

Henrique Martins

Alguém pergunta para o tal de Robinho se ele gostaria que um marmanjo qualquer se aproveitasse que ele estivesse bêbado e enfiasse um ‘troço: bem grande na boca dele.
Escória do futebol.

robertoAP

A globo vice em um universo paralelo onde não existe povo, somente jornalistas e economistas neo-liberais ,teóricos experimentais.

Henrique Martins

https://www.brasil247.com/esporte/casagrande-dispara-contra-a-contratacao-de-robinho-sociedade-tem-que-parar-de-aceitar-sacanagem-como-qualquer-coisa-normal

Se todo mundo que tivesse voz de resistência fosse um Casagrande o Brasil não estaria no esgoto.
Com tanto jogador talentoso para contratar um clube que contrata jogador criminoso não merece ter torcedores. As pessoas do bem não aplaudem criminosos seja no campo ou fora dele.

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