Carolina Cacau: Esquerda adere à tendência de militarização da política fortalecida por Bolsonaro-Mourão
Tempo de leitura: 2 minProfessora da rede estadual em Nova Iguaçu, dirigente do Quilombo Vermelho – Luta Negra Anticapitalista e do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT), Carolina Cacau pretendia se candidatar a vereadora em 2020.
Porém, ela retirou sua candidatura em protesto pelo fato de o Psol, partido pelo qual concorreria, lançou o coronel Íbis Pereira, um comunista místico, como candidato a vice na chapa liderada pela deputada estadual Renata Souza à Prefeitura do Rio.
Outros militantes do MRT, que também concorrem pelo Psol, retiraram suas candidaturas em outras cidades em protesto contra arranjos políticos pouco ortodoxos (ouça a entrevista completa de Carolina no pé do post).
O que chamou nossa atenção no caso de Carolina é que se trata de um assunto cada vez mais debatido no Brasil: a militarização da política e suas consequências, como a naturalização do genocídio de jovens negros nas periferias das metrópoles.
Como argumenta Carolina, a militarização ganhou força com a eleição da chapa Bolsonaro-Mourão, capitão e general do Exército.
Os principais assessores de Bolsonaro no Palácio do Planalto são generais.
Centenas de oficiais foram convocados para cargos em vários escalões do governo federal.
Uma tendência que já era crescente parece ter se acelerado: em 2020, há milhares de soldados, cabos e oficiais da Polícia Militar candidatos a vereador e prefeito em todo o Brasil, especialmente em partidos de direita e de extrema-direita.
Uma pesquisa divulgada pelo PT, de 23 de setembro, colocava o bolsonarista Capitão Wagner em primeiro lugar na preferência do eleitorado, seguido por Luizianne Lins, do Partido dos Trabalhadores, na disputa pela Prefeitura de Fortaleza.
O oficial da PM do Ceará é a principal aposta do presidente Jair Bolsonaro para fincar uma estaca no Nordeste brasileiro, onde ele disputa popularidade com o ex-presidente Lula.
Apoie o VIOMUNDO
A esquerda, na opinião de Carolina, cedeu à tendência.
Até o trotskista PSTU tem um candidato militar, segundo ela.
Em Salvador, o PT lançou como candidata a Major PM Denice Santiago, que é psicóloga, criou a Ronda Maria da Penha, é do candomblé e se define como “antifascista”.
Carolina Cacau diz que a questão não deve ser tratada em torno deste ou daquele candidato.
Ela sustenta que candidaturas militares reforçam a adesão da esquerda à tese da “reforma” das PMs, que são parte do entulho autoritário herdado da ditadura militar, durante a qual exerceram o papel de linha auxiliar do Exército e máquina de repressão de pretos, pobres, esquerdistas e adversários do regime em geral.
Vale a pena ouvir a argumentação completa dela:
Comentários
Elson de Mendonça Ribeiro
Insistência na desagregação, por “razões ” nada palpáveis.
João Ferreira Bastos
Que esquerda ?
Que oposição ?
Acabaram.
Existem alguns que se dizem de esquerda, estão escrevendo colunas semanais no jornal golpista defendendo fhc e criticando Dilma
Um bando de vendidos, frouxos e covardes
Zé Maria
Demagogos Fascistas, Mercadores de Segurança,
têm a mesma origem dos Hipócritas Vendedores
de Indulgências por uma ‘Cadeira no Céu'[Heaven].
Zé Maria
Vem daí a Formação de Milícias no Rio de Janeiro.
Pior é que os Fluminenses, em especial os Cariocas,
não têm ideia de que estão elegendo Milicianos.
Deixe seu comentário