Governo Zema ”inova”: Educação com gestão privada bancada com dinheiro público; Sind-UTE/MG repudia
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
Já ouviu falar em charter school?
Sabe do que trata?
Bem, é um modelo importado dos Estados Unidos que prevê estabelecimentos de educação administrados pela iniciativa privada mas financiados com recursos públicos.
É a chamada escola público-privada, mantendo a gratuidade para o estudante.
Em 13 de setembro, os educadores da rede pública de Minas Gerais foram surpreendidos com a ”novidade” anunciada no twitter por Salim Mattar, dono da Localiza:
O governador de Minas, @RomeuZema, vai dar início à charter school iniciando em 2021 com 4 escolas experimentais. O modelo de escola charter é uma operação independente e privada de escolas públicas que custa mais barato e desonera o cidadão.
Também no twitter, Salim Mattar disse que o governador Romeu Zema (Novo) vai testar o modelo em quatro instituições do estado.
De pronto, a professora e deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT-MG) reagiu também no twitte, salientando o absurdo: Em Minas, é o dono de locadora de carro que anuncia política educacional.
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A Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais chama esse modelo de ”ação inovadora na educação”.
Sindicato repudia modelo charter em Minas: ‘Escola não é empresa’
“Lamentável que a educação pública seja tratada como um mercado a ser explorado”, avalia Denise Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).
”O modelo charter é mais uma forma de excluir os mais pobres. Isso faz parte de um processo de negação da escola pública, do direito básico à educação”, observa Denise.
Para a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, os recursos públicos devem ser direcionados para o sistema de educação já existente, e não para iniciativas como as escolas charter, que abrem espaço para que empresas privadas administrem escolas estaduais.
“Temos que construir soluções com financiamento, gestão coletiva, descentralização, discussão pedagógica. A escola não pode ser tratada como uma empresa, porque empresas visam lucro, e a finalidade da escola não é essa”, prossegue Denise.
Outro problema do modelo charter é a desvalorização do papel do professor da rede pública no Brasil.
Isso se dá porque, quando a escola é administrada pela iniciativa privada, deixa de ser exigido o concurso público para o exercício da profissão.
“Se não tem concurso, como os professores vão ser selecionados? Por um processo seletivo ou por indicação? Sabemos que o governo Zema não tem como diretriz a defesa do concurso público, que é um direito pelo qual nós batalhamos no Brasil”, alerta.
”Isso desvaloriza uma batalha centenária no país, que é o reconhecimento da profissão, a luta pelo piso, as disputas da educação”, arremata a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG.
O governo Romeu Zema (Novo) alega que a ”escola charter” desonera o governo do Estado.
Na verdade, desculpa esfarrapada.
Zema, como já cabalmente comprovado, é inimigo da educação pública de qualidade e dos seus professores.
Por isso, desde já, uma coisa é certa: os únicos que vão lucrar são os donos das empresas privadas ligadas à área de Educação.
Mamata a caminho.
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