Federação Palestina: Imprensa repercutir acordo Israel-Emirados Árabes Unidos como ganho de Trump é uma vergonha
Tempo de leitura: 2 minPor Federação Palestina (Fepal)
Israel e Emirados Árabes Unidos assinarão hoje, na Casa Branca, o acordo de normalização de suas relações, mediado por Donald Trump.
O rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa (à direita na foto), será um dos convidados de honra do ato.
A petromonarquia do Golfo comandada por ele também já anunciou que irá normalizar suas relações com Israel.
Esta é mais uma traição a Jerusalém e ao povo palestino.
Um regime árabe que dá as costas à Palestina e, por uma disputa baixa para fortalecer seu protagonismo na região, ajuda a legitimar os crimes da ocupação e a violação continuada dos direitos humanos na região.
É uma vergonha. A decisão de Manama, assim como a dos EAU, é mais um duro golpe à Iniciativa Árabe de Paz de 2002, que prevê a normalização das relações com Israel – sim, desejada pelos países da região – desde que este ponha fim à ocupação, devolva aos palestinos os territórios ocupados em 1967 e admita uma solução justa para o problema dos refugiados.
Desde que a Palestina seja reconhecida como um Estado independente e soberano, com o total controle de seus territórios e com Jerusalém Leste estabelecida como sua capital.
Nada disso aconteceu. Pelo contrário, as ameaças de Israel de aniquilar a luta palestina por independência, ao custo de milhares de vidas e da marginalização completa de uma população autóctone, nunca estiveram tão vivas.
É uma vergonha também que parte da imprensa no Ocidente, inclusive no Brasil, repercuta o caso como um ganho diplomático do governo Trump, como se este fosse um esforço legítimo para solucionar os problemas da região.
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Às vésperas da eleição nos EUA, Trump joga para os seus apoiadores mais radicais, cujo perfil conhecemos bem, e entre os quais estão lobistas sionistas e fundamentalistas de toda a sorte que ajudam a promover a expansão colonial na Palestina.
Assim como Trump, que intervém por Israel na região, usando todo o poder de seu país para pressionar os regimes árabes, reconhecer estes acordos como vitórias diplomáticas é premiar o aumento da agressão de Israel e sua impunidade histórica.
Nós, palestinos em diáspora, assim como nossos irmãos e irmãs na Palestina, que estão em busca de unidade, não podemos nos calar diante de mais este retrocesso.
Seguiremos resistindo até que o mundo civilizado entenda que a paz na região não depende de acordos de conveniência entre regimes despóticos e outro supremacista, baseado na limpeza étnica e no apartheid, mas de uma intervenção por justiça para o povo palestino.
Como disse a líder palestina Hanan Ashrawi, membro do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP): “a paz na Palestina é um imperativo moral e legal que não pode ser ignorado ou negado”. Não há possibilidade de paz sem justiça para a Palestina.
Comentários
Zé Maria
Normalizar e até elogiar Ações Criminosas do Governo dos EUA,
– seja do Partido Republicano, seja do Democrata – é uma praxe
da Imprensa Capitalista Ocidental, especialmente do Brasil e
da maioria dos Países da América Latina.
Aliás, isso acontece, porque os norte-americanos dos estados
do Sul e do Meio-Oeste são tão imbecilizados quanto os daqui.
a.ali
realmente, esse “acordo” era a cereja do bolo que estava faltando, notadamente qdo. se aproximam as eleições nos eua e o salafrário do trump tem de fazer média com os sionistas…
ñ me espanto com a posição da mídia, realmente, fazem parte do pacote!
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