Golpe na Bolívia teve esquema de sustentação no Facebook e no twitter

Tempo de leitura: 3 min
A golpista Añez.

A CLS Strategies chama isso de comunicação estratégica, mas na realidade está comprando mídia e jornalistas, instituições e influenciadores, e contas falsas nas redes. A CLS trabalhou para realizar o golpe na Bolívia, em Honduras e na eleição fraudulenta de Peña Nieto como presidente do México. Julián Macías Tovar, ativista digital

Da Redação

O Facebook desmontou uma rede de desinformação que atuava em apoio ao governo golpista da Bolívia e fazendo ataques aos da Venezuela e do México.

A empresa que investiu U$ 3,6 milhões no Facebook e no Instagram é a CLS Strategies, baseada em Washington.

De acordo com o ativista Julián Tovar, que monitora desinformação no twitter, o golpe na Bolívia começou com o relatório — agora provado falso — da Organização dos Estados Americanos (OEA) sugerindo fraude eleitoral cometida por Evo Morales, seguida por ação de militares, policiais e milicianos e uma onda de notícias falsas nas redes sociais.

Tovar sustenta que as mensagens do twitter emitidas em La Paz são ainda hoje impulsionadas majoritariamente por contas de outros paises, como Estados Unidos, Brasil, Espanha, Peru e Rússia.

Estas contas agora trabalham para evitar que o Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales, tenha candidato nas eleições presidenciais.

“Vamos lembrar que durante o golpe, na Bolívia, havia apenas cerca de 200.000 contas no Twitter no total, e em apenas duas semanas pelo menos outras 200.000 foram criadas, que participaram de contas de apoio (crescendo 100 mil em uma semana) e campanhas pró-golpe”, escreveu Tovar em seu perfil.

Segundo Tovar, a CLS tem identidade de propósitos com o Atlantic Council, do direitista espanhol José Maria Aznar, a OEA, a USAID e a Atlas Network, uma organização neoliberal que se diz dedicada a combater a pobreza.

Curiosamente, o Atlantic Council tem uma iniciativa para combater fake news em parceria com o Facebook.

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O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, trabalha hoje em sintonia completa com os interesses dos Estados Unidos na América Latina.

Facebook desmonta rede de desinformação em favor do governo Áñez

A empresa envolvida nas operações da gigante rede social é a CLS Strategies, que, segundo o portal Bolnews Press, foi contratada em dezembro de 2019 para lavar a imagem da administração provisória.

Por RUBÉN ATAHUICHI, no La Razón

A gigante rede social Facebook desmontou uma rede de desinformação que, entre várias atividades em outros países, gerou material a favor do governo interino de Jeanine Áñez.

A informação foi publicada nesta terça-feira pelo jornal americano Washington Post, que afirmou que a empresa numa primeira operação “capturou a rede de 13 contas falsas e duas páginas antes de terem a oportunidade de criar uma grande audiência”.

O jornal disse que a derrubada dessa rede teve origem em uma pista do FBI (Federal Bureau of Investigation, Estados Unidos) sobre uma dúzia de operações ligadas à Agência Russa de Investigação da Internet.

No entanto, a informação indica que em outra operação paralela o Facebook eliminou uma rede de desinformação ligada a uma empresa de relações públicas com sede em Washington que, segundo a rede social, gastou “milhões de dólares para atingir usuários na América Latina”.

“O conteúdo incluía postagens de apoio à oposição política na Venezuela e ao governo interino da Bolívia, bem como críticas ao partido político do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador”, disse ele ao Facebook.

Segundo o Facebook, citado pelo Washington Post, a empresa envolvida é a CLS Strategies, “com sede a alguns quarteirões da Casa Branca”.

O jornal cita um sócio da CLS Strategies, Juan Cortiñas, que explica que sua empresa, além de influenciar as redes sociais, promove “eleições livres e abertas e se opõe a regimes opressores”.

O Washington Post relatou que Nathaniel Gleicher, chefe de Política de Segurança do Facebook, disse que a operação no CLS “envolveu 55 contas do Facebook, 42 ​​páginas do Facebook e 36 contas na subsidiária de compartilhamento de fotos da empresa, Instagram, visando para públicos na Venezuela, México e Bolívia”.

“Juntas, essas operações de informações online alcançaram mais de 550.000 usuários nos dois sites de redes sociais e também envolveram US$ 3,6 milhões em publicidade.”

O CLS Strategies já foi mencionado na Bolívia em meados de agosto. O portal Bol News Press (bolnews.press) revelou que a empresa foi contratada em 5 de dezembro de 2019 pelo Ministério de Governo para lavar a imagem do governo Áñez.

Ele disse que a empresa recebeu U$ 1.000 por dia por esse trabalho entre dezembro de 2019 e março de 2020. A empresa não manifestou sua versão a respeito.

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Comentários

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    Zé Maria

    https://drive.google.com/file/d/1Kx1GiZ_S9TSmF4teBcXaOrSY2y3-FYMs/view

    https://www.novacultura.info/single-post/2020/06/01/As-raizes-norte-americanas-do-nazismo
    https://www.novacultura.info/single-post/2018/05/06/Losurdo-Sete-pontos-acerca-da-Libia
    https://www.novacultura.info/single-post/2018/06/25/Losurdo-Os-Protocolos-dos-Sabios-do-Isla
    https://www.novacultura.info/single-post/2018/11/16/Losurdo-A-Geopolitica-da-internet
    https://marxismo21.org/domenico-losurdo-1941-2018/

    https://www.marxists.org/portugues/stalin/1924/leninismo/index.htm
    O leninismo é uma escola teórica e prática, que forma um tipo especial de militante, que cria um estilo especial de trabalho, um estilo leninista.
    Em que consistem os traços característicos deste estilo?
    Quais são as suas peculiaridades?

    Estas peculiaridades são duas:

    a) o ímpeto revolucionário russo e
    b) o espírito prático americano [dos EUA].

    O estilo do leninismo consiste na união destas duas peculiaridades no trabalho [de Militância].

    O ímpeto revolucionário russo é um antídoto
    contra a inércia, contra o espírito rotineiro e conservador,
    contra a submissão servil às tradições seculares.
    O ímpeto revolucionário russo é uma força vivificante,
    que desperta o pensamento, que impulsiona, que destrói
    o passado, que dá uma perspectiva.
    Sem ele não é possível nenhum movimento para a frente.

    Mas o ímpeto revolucionário russo pode degenerar na prática em vazio manilovismo* “revolucionário”,
    se não se une, no trabalho, ao espírito prático americano.

    Abundam exemplos dessa degeneração.

    Quem não conhece a doença do arbítrio “revolucionário”,
    da planomania “revolucionária”, que têm origem na
    fé cega na força de um decreto, capaz de tudo organizar,
    de tudo transformar?
    Um escritor russo, I. Ehrenburg, descreve, no seu conto
    “O homo comper”, (“O homem comunista perfeito”),
    o tipo de um “bolchevique” que, atacado dessa doença,
    se lança à tarefa de fazer o esquema do homem
    idealmente perfeito e… se “afoga” nesse “trabalho”.
    O conto exagera muito, mas é indubitável que pinta bem
    a enfermidade.

    Parece-me, porém, que ninguém soube escarnecer dessa
    espécie de doença de modo tão cruel e implacável
    como Lênin.

    “Presunção comunista”, assim qualificava Lênin essa fé
    mórbida nos projetos miraculosos e na decretomania.

    «A presunção «comunista — disse Lênin — significa
    que um indivíduo, que se acha no Partido Comunista
    – e ainda não foi expulso – imagina poder cumprir
    todas as tarefas a golpes de decretos comunistas».

    À tagarelice “revolucionária”, Lênin costumava opor
    coisas simples, cotidianas, sublinhando desse modo
    que o arbítrio “revolucionário” é contrário ao espírito
    e à letra do verdadeiro leninismo.

    «Menos frases pomposas — disse Lênin — mais trabalho
    concreto, cotidiano. . .
    Menos estrépito político, maior atenção aos fatos mais
    simples, mais vivos… da edificação comunista…»

    O espírito prático americano é, ao contrário, o antídoto
    contra o manilovismo* “revolucionário” e o arbítrio
    fantasista.

    O espírito prático americano é uma força indomável,
    que não conhece nem admite barreiras, que remove
    com a sua tenacidade prática toda espécie de obstáculos, que, uma vez iniciada uma obra, por menor que seja,
    não pode deixá-la sem acabar, uma força sem a qual
    é inconcebível um trabalho construtivo sério.

    Mas o espírito prático americano tem todas as
    probabilidades de degenerar num utilitarismo mesquinho
    e sem princípios, se não se unir ao ímpeto revolucionário russo.
    Quem não conhece a enfermidade do praticismo mesquinho
    e do utilitarismo sem princípios, que costuma levar certos
    “bolcheviques” à degeneração e ao abandono da causa da revolução?
    Esta doença peculiar é descrita num conto de Boris Pilniak
    “A Fome”, em que são representados tipos “bolcheviques”
    russos, cheios de vontade e de decisão prática, que
    “funcionam” de modo muito “enérgico”, mas não têm
    perspectivas, ignoram “o porquê e o como” e
    em conseqüência se desviam do caminho do trabalho
    revolucionário.

    Ninguém escarneceu de modo mais causticante do que
    Lênin a doença do utilitarismo.
    “Praticismo mesquinho” e “utilitarismo estúpido”,
    assim Lênin qualificava essa doença, à qual costumava
    opor a atividade revolucionária viva e a necessidade de
    uma perspectiva revolucionária em todos os aspectos
    do nosso trabalho cotidiano, sublinhando desse modo
    que o utilitarismo sem princípios é tão contrário ao
    verdadeiro leninismo quanto o arbítrio “revolucionário”.

    União do ímpeto revolucionário russo
    com o espírito prático americano:
    eis a essência do leninismo …

    *Manivolismo: Do nome de Manílov, uma das personagens
    de Almas Mortas, novela do escritor russo Nikolai V. Gógol.
    O escritor encarnou na figura do latifundiário sentimental
    e «eufórico» Manílov os traços típicos do sonhador abúlico, do fantasista oco e do charlatão ocioso.(https://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/m/manilovismo.htm)*

    Joseph Vissarionovich Stálin
    “Sobre os Fundamentos do Leninismo”
    (Capítulo IX. Maio de 1924)

    https://www.marxists.org/portugues/stalin/1924/leninismo/cap09.htm

Morvan

Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso

Os golpes, América Latina e onde mais houver recursos a serem “obtidos”, são perpetrados pela canalha internacional; hoje alavancadas pelas Redes Antissociais. A declaração de Elon Musk (aqui) comprova o que Evo já vinha falando, sobre o interesse no lítio e o plano de fundo do golpe. Esqueçamos os últimos vestígios de democracia [representativa]. Quem vai decidir (mera formalidade, tsc, tsc!) a eleição é a grande eleitora, Mamma Deyra de π Rocca. O resto é Luar sobre Parador.

Zé Maria

Mas qual Golpe ao redor do Mundo que, na Última Década,
não teve “Esquema de Sustentação” no Facebook/WhatsApp ?

Nelson

“Facebook desmonta rede de desinformação em favor do governo Áñez”.

Tá me parecendo notícia plantada para tentar preservar um pouco da credibilidade do Facebook. Depois de consumado o golpe, a rede já fez o seu trabalho, aquilo que tinha que fazer, e agora pode ser desmontada.

Assim a rede deve ficar, até que os EUA queiram derrubar outro governo e seja necessária a montagem de uma outra, que se encarregará de divulgar mentiras à exaustão com o fim de justificar mais um golpe.

Podemos duvidar disso quando sabemos da estreitíssima ligação entre essas redes sociais e os objetivos geoestratégicos e geopolíticos delineados pelo Sistema de Poder que domina os Estados Unidos?

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