Apoiadora de golpes e beneficiária da ditadura, Folha compara Dilma a Bolsonaro e toma o troco
Tempo de leitura: 4 minA Folha da Tarde noticiou minha prisão por terrorismo. Estava lá todos os dias escrevendo sobre teatro, cinema, era repórter de cultura e variedade. Mas, para poder fazer essa gracinha aqui, de me dar abandono de emprego, que eu só fui saber 20 anos depois, a Folha fez o seguinte: falseou a data do nascimento do meu filho. Meu filho nasceu em 30 de setembro de 1969, no Hospital 9 de Julho, na rua Peixoto Gomide.
Eu fiquei internada 24 dias porque tive grande movimento de bexiga no parto. Eu trabalhei até um dia antes dele nascer. E aqui a Folha escreve que meu filho nasceu em 9 de agosto. Meu filho nasceu em 30 de setembro. Para que [o falseamento]? Para me dar o abandono de emprego no começo de dezembro.
“A FALHA DE S.PAULO” ATACA OUTRA VEZ?
As afirmações do editorial do jornal a respeito do meu governo são fake news. A Folha falsifica a história, num gesto de desprezo pela memória de seus leitores
Por Dilma Rousseff, no Dilma.com
A Folha tem enorme dificuldade de avaliar o passado e, assim, frequentemente erra ao analisar o presente.
Foi por avaliar mal o passado que a empresa até hoje não explicou porque permitiu que alguns de seus veículos de distribuição de jornal dessem suporte às forças de repressão durante a ditadura militar, como afirma o relatório da Comissão Nacional da Verdade.
Foi por não saber julgar o passado com isenção que cometeu a pusilanimidade de chamar de “ditabranda” um regime que cassou, censurou, fechou o Congresso, suspendeu eleições, expulsou centenas de brasileiros do país, prendeu ilegalmente, torturou e matou opositores.
Os erros mais graves da Folha, como estes, não são de boa-fé. São deliberados e eticamente indefensáveis.
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Quero deixar claro que falo, sobretudo, do grupo econômico Folha, e não de jornalistas.
Quero lembrar, ainda, a publicação, na primeira página, de uma ficha falsificada do Dops, identificada pelo jornal como se fosse minha, e que uma perícia independente mostrou ter sido montada grosseiramente para sustentar acusação falsa de um site fascista.
Mesmo desmascarada pela prova de que era uma fraude, a Folha, de forma maliciosa, depois de admitir que errou ao atribuir ao Dops uma ficha obtida na internet, reconheceu que todos os exames indicavam que a ficha era uma montagem, mas insistiu: “sua autenticidade não pôde ser descartada.”
Quem acredita que as redes sociais inventaram as fake news desconhece o que foi feito pela grande imprensa no Brasil – a Folha inclusive.
Não é sem motivo que nas redes sociais a Folha ganhou o apelido de “Falha de São Paulo”.
O editorial de hoje da Folha – sob o título “Jair Rousseff” – é um destes atos deliberados de má-fé. É pior do que um erro.
É, mais uma vez, a distorção iníqua que confirma o facciosismo do jornal.
A junção grosseira e falsificada é feita para forçar uma simetria que não existe e, por isto, ninguém tem direito de fazer, entre uma presidenta democrática e desenvolvimentista e um governante autoritário, de índole neofascista, sustentado pelos neoliberiais – no caso em questão, a Folha.
Todas as afirmações do editorial a respeito do meu governo são fake news.
A Folha falsifica a história recente do país, num gesto de desprezo pela memória de seus próprios leitores.
Repisa a falsa acusação de que o meu governo promoveu gastos excessivos, alegação manipulada apenas para sustentar a narrativa midiática e política que levou ao golpe de 2016.
Esquece deliberadamente que a crise política provocada pelos golpistas do “quanto pior, melhor” exerceu grande influência, seja sobre a situação econômica, seja sobre a situação fiscal.
A Folha, naquela época, chegou a pedir a minha renúncia, em editorial de primeira página, antes mesmo do julgamento do impeachment.
Criava deliberadamente um ambiente de insegurança política, paralisando decisões de investimento, e aprofundando o conflito político.
Estranhamente, a Folha jamais pediu o impeachment do golpista Michel Temer, apesar das provas apresentadas contra ele.
Também não pediu o impeachment de Bolsonaro, ainda que ele já tenha sido flagrado em inúmeros atos de afronta à Constituição, e o próprio jornal o responsabilize pela gravidade da pandemia.
A Folha continua seletiva em seus erros: Falha sempre contra a democracia, e finge apoiá-la com uma campanha bizarra com o bordão “vista-se de amarelo”.
Um país que, em 2014, registrou o índice de desemprego de apenas 4,8%, praticamente pleno emprego, com blindagem internacional assegurada por um recorde de US$ 380 bilhões de reservas, não estava quebrado, como ainda alega a oposição.
Na verdade, a destituição da presidenta precisou do endosso da grande mídia para garantir a difusão desta fake news.
O meu mandato nem começara e o impeachment já era assunto preferencial da mídia, embalado pelas pautas bombas e a sabotagem do Congresso, dominado por Eduardo Cunha.
Os dados mostram que a “irresponsabilidade fiscal” que me foi atribuída é uma sórdida mentira, falso argumento para sustentar o golpe em curso.
Entre 2011 e 2014, as despesas primárias cresceram 3,7% ao ano, menos do que no segundo mandato de FHC (4,1% ao ano), por exemplo.
Em 2015, já sob efeito das pautas bombas, houve retração de 2,5% nessas despesas. As dívidas líquida e bruta do setor público chegaram, em meu mandato, a seus menores patamares desde 2000.
Mesmo com a elevação, em 2015, para 35,6% e 71,7%, devido à crise que precedeu o golpe, elas ainda eram muito menores que no final do governo de Temer (53,6% e 87%) ou no primeiro ano de Bolsonaro (55,7% e 88,7%).
Logo ao tomar o poder ilegalmente, os golpistas aproveitaram-se de sua maioria no Congresso e do apoio da mídia e do mercado para aprovar a emenda do Teto de Gastos, um dos maiores atentados já cometidos contra o povo brasileiro e a democracia em nossa história, pois, por 20 anos, tirou o povo do Orçamento e também do processo de decisão sobre os gastos públicos.
Criou uma “camisa de força” para a economia, barrando o investimento em infraestrutura e os gastos sociais, e “constitucionalizando” o austericídio.
O Teto de Gastos bloqueia o Brasil, impede o País de sair da crise gerada pela perversão neoliberal que tomou o poder com o golpe de 2016 e a prisão do ex-presidente Lula.
E, a partir da pandemia, tornará ainda mais inviável qualquer saída para o crescimento do emprego, da renda e do desenvolvimento.
Se a intenção da Folha é tutelar e pressionar Bolsonaro para que ele entregue a devastação neoliberal, que tenha pelo menos a dignidade de não falsificar a história recente.
Aprenda a avaliar o passado e admita seus erros deliberados, se quiser ter alguma autoridade para analisar um presente sombrio de cuja construção participou diretamente.
Comentários
a.ali
a FAlha, desmentida ítem por ítem pela Presidenta Dilma!!!
David
A Dilma separa o grupo folha de seus jornalistas.
Mas quem escreveu o editorial não foi um jornalista?
Patricia Benett dos Santos Pereira Rios
Há jornalistas e jornalistas como comparar um Kiko Nogueira com Alexandre Garcia, pode? Claro, não dá! Então gente, dos veículos existem bons e maus como em todo ramo profissional.
abelardo
Taí, a familia Frias toma na cara, outra vez, em resposta a sua tentativa de se fazer parecer ser ainda possuídora de algum tipo de credibilidade ou respeito. Se torna um mico zumbi, que já morreu e ainda continua pagando.
Mancini
Falar mais o que sobre que eu rotulei como VPM – Velha e Podre Mídia. [linkamos] https://refazenda2010.blogspot.com/
Edmundo Moraes
Conheço bem essa e muitas outras histórias da “Nossa mídia” especificamente da Folha, estava trabalhando la na Folha da Tarde, do grupo Folha, durante todo esse período negro da história. O mais triste era ver que a cada prisão seguidas de Tortura, e algumas em morte, era comemorada com muito Uísque, pela direção e o inominável Fleury. Período de Censura, Corrupção que quando denunciada, o jornalista era demitido, vide o caso de José Carlos Bitencourt, que eu presenciei, demetido por ter denunciado desvio de verba do Mobral.
Nelson
Segundo o sítio http://www.quantocustaobrasil.com.br, criado pelo Sinprofaz, a sonegação de impostos no Brasil chega a mais de R$ 600 bilhões por ano.
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Levantamento feito há poucos anos, encomendado por uma grande entidade empresarial, procurou avaliar quanto a corrupção estaria a consumir de recursos do país todos os anos. O resultado final: R$ 67 bilhões.
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Ou seja, todos os anos a sonegação de impostos consome 9 vezes mais recursos do país do que a corrupção. Mas, a mídia hegemônica apresenta a corrupção como o grande mal do país enquanto literalmente “esquece” de falar da sonegação.
Nelson
Antes de privatizar o Banerj, o governo do tucano Marcelo Alencar contraiu, junto à União, um empréstimo de R$ 3,300 bilhões. Quando bateu o martelo da privatização, Alencar entregou o banco público do Rio de Janeiro por R$ 330 milhões ao Itaú. Ou seja, recebeu dez vezes menos que o valor do empréstimo que contraiu, segundo ele, para sanear o banco. Mas, os presentes não terminaram aí. O Itáu recebeu ainda o direito de operar, com exclusividade, a folha de pagamento do funcionalismo do RJ por dez anos.
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Hoje, é bem provável que o Rio de Janeiro, um estado afogado em dívidas, ainda esteja pagando aquele empréstimo que contraiu junto à União na década de 1990. Enquanto isso, o Itaú só amontoa lucros. Nos últimos cinco anos, lucrou uma média de R$ 26 bilhões por ano:
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2015 27,66 bi
2016 24,10 bi
2017 24,87 bi
2018 24,97 bi
2019 28,40 bi
Nelson
Desde quando assumiu o governo, janeiro de 1995, até o momento da privatização, Fernando Henrique Cardoso investiu nada menos de R$ 21 bilhões – do meu, do teu, do nosso, do dinheirinho cento e tantos milhões de brasileiros – na expansão e modernização da telefonia brasileira. Para o “leilão” da privatização, estabeleceu o preço mínimo de R$ 13,5 bilhões para o sistema existente.
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Batido o martelo, o sistema saiu por R$ 22,5 bilhões. Porém, já denunciava Aloysio Biondi, em 1996 FHC editara medida provisória que permitia que todo o ágio pago na aquisição de empresas estatais poderia ser amortizado no imposto de renda nos dez anos seguintes.
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Então, se investimos R$ 21 bilhões e entregamos por R$ 13,5, o que FHC fez, na verdade, foi doar a telefonia para megagrupos privados se encherem de lucros às nossas custas. E ainda há uma montoeira de brasileiros a aplaudirem a privatização porque ela teria trazido celulares para todo mundo. Dizem isso mesmo pagando tarifas caríssimas que estão entre as mais altas do planeta.
Nelson
Quando se iniciou o Plano Real, em julho de 1994, a dívida pública montava R$ 48 bilhões. Seis meses depois, quando FHC assumia o poder, essa dívida já tinha pulado para R$ 68 bilhões. Um crescimento de 41,66% em meio ano.
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Em janeiro de 2003, FHC repassava para Lula uma dívida de R$ 687 bilhões. Detalhe: FHC privatizou quase 2/3 do nosso patrimônio afirmando que iria usar os recursos arrecadados na amortização da dívida. E a multiplicou por 10. Que grande administrador o povo brasileiro colocou para gerir seu país. Isto é Plano Real.
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Depois deste enorme descalabro administrativo, a mídia hegemônica e seus comentaristas seguem a nos vender Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan, Pedro Parente, Gustavo Franco, Armínio Fraga e outros comparsas de FHC como grandes expoentes em administração. Pelos números que nos legaram, não deveriam estar mofando na cadeia?
Nelson
O Brasil segue indo na direção do fundo do poço. E, ao que parece, o governo de Jair Bolsonaro e a quase totalidade dos governos estaduais pretendo cavar para ver se o país afunda ainda mais.
Um inocente, que ainda acredita na tal liberdade de imprensa – e existe uma montoeira deles -, vai afirmar que os órgãos da mídia hegemônica e seus comentaristas não deixarão de informar a população brasileira sobre o que está, de fato, a acontecer com o país.
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Vai afirmar que tais órgãos não deixarão de informar que o país não está se reorganizando para se recuperar, para, daqui a algum tempo, poder se igualar à Bélgica, país de primeiro mundo. Não deixarão de informar que, pelo contrário, o destino do Brasil, se implantado o atual projeto em sua completude, será o de fazer companhia ao Haiti.
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Contudo, ainda que o inocente acredite nisso, o que estamos vendo é a mídia hegemônica a encobrir completamente o desmantelamento e destruição das estruturas do nosso país. Essa mídia está a naturalizar a demolição do Brasil sob a justificativa de que é assim que o mundo está a agir e que este o único caminho que resta a seguirmos.
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E, para mostrar que não é de hoje que os órgãos da mídia hegemônica e seus comentaristas escondem do povo a realidade por que passa o país, escrevi alguns tópicos.
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Nestes tópicos, narro fatos e dados dos quais a esmagadora maioria dos brasileiros muito pouco ou mesmo nada sabe. Daí, é inevitável a pergunta.
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Se essa mídia se mostra, a todo momento, como defensora intransigente, inveterada, dos recursos e do patrimônio públicos, porque não informou ou informa o povo acerca desses e de tantos outros dados e fatos e o chama a impedir que os governantes perpetrem tantos crimes contra este próprio povo?
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Então, repito algo que já escrevi neste Viomundo. Para mim, já de há muito tempo que não restou à mídia hegemônica qualquer pingo de credibilidade.
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Mas, vamos aos poucos tópicos; poderiam ser dezenas, centenas, possivelmente.
Oseias
Atacar o PT, Lula e Dilma virou meio de vida para toda sorte de oportunistas, seres obscuros a fim de fácil promoção, moralistas sem moral e picaretas de todo tipo.
Quanto ao GAFE ou PIG, a melhor coisa que pessoas sérias e inteligentes podem fazer é não lê-los.
robertoAP
Que paulada na cabeça da Falha. Poderiam dormir sem ter que ler a sua própria capivara,escrita e descrita pela presidenta Dilma em detalhes.
Eles são muito bons em ajudar a derrubar apenas governos sérios,justos e democráticos ,pois quando tentam enfrentar um monstro analfo/fascista , mega corrupto e ladrão , o ditador de Maracangalha os xinga de jornal mentira e jornal lixo, chita em suas cabeças, retira verbas publicitárias e ainda faz chacotas sexuais com suas empregadas.
Zé Maria
Quando se trata de morder o Orçamento e atacar o PT,
qualquer Mentira Deslavada é válida para o Consórcio
de Mídia Empresarial GAFE (Globo, Abril, Folha, Estadão).
Zé Maria
Falsas Simetrias: Estratégia da Mídia Venal GAFE, Corrupta, Comprada e Vendida.
O Facebook aproveitou o banimento do Qanon [de Extrema-Direita]
para derrubar páginas de Anarquistas e Antifascistas, numa falsa simetria
que interessa ao Trump. https://t.co/F3wR56ftHH
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1296534915081797633
https://twitter.com/IGD_News/status/1296210507259576324
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