Maister da Silva: Escória que tentou obrigar menina estuprada de 10 anos a ter filho é eco de projeto de poder
Tempo de leitura: 2 minClarissa Tercio, Michelle Collins,Cleiton Collins, Joel da Harpa. Politicos pernambucanos que estavam na porta do hospital chamando a criança de 10 anos de assassina. Denunciar a conta deles e expor é o mínimo que devemos fazer. Joanna Maranhão, no twitter
O país assistiu ontem um momento deplorável. Ainda traumatizados com um ato de violência contra uma criança, estuprada desde os 6 anos pelo tio, vimos a repetição da crueldade quando Sara Winter expôs o nome da menina, o local onde era protegida e atraiu uma matilha de seguidores. Benedita da Silva, deputada federal (PT-RJ)
Por Maister F. da Silva*
Sara Winter e fundamentalistas que foram para frente do hospital protestar contra o aborto da menina de 10 anos que engravidou através de um estupro representam o que há de pior na sociedade brasileira, todavia, são eco de um projeto arcaico de destruição dos direitos humanos, que encontra aconchego e repercussão através das crenças de quem ora, administra o estado brasileiro.
O fundamentalismo religioso radical que ocupa setores significativos do estado brasileiro é tão responsável quanto o séquito que criminaliza o aborto de uma vulnerável.
Ministra Damares Alves encaminhou projeto que visa endurecer penas de abuso sexual a crianças e adolescentes, mas faz-se de esquecida que só está ministra porque a base que a sustenta é essa base criminosa que passa pano para crimes sexuais e que acredita que mulheres são estupradas pelo tipo de roupa que usam.
Não são raras as provas em vídeo onde a Ministra, então exercendo o cargo de pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular é vista tratando com deboche temas sérios.
A ministra que é o elo principal entre a base ultra-conservadora evangélica, o senso-comum e o Planalto, manipula inteligentemente esse público, caracterizado por ter parte significante de mulheres (pouco escolarizadas) que crêem na “mulher empoderada”que é a Ministra, mas que elas pra chegarem ao reino dos céus devem esforçar-se para servir bem a seus maridos.
Não à toa é um dos personagens mais bem avaliados do governo e peça de confiança do presidente.
Uma figura perigosa construiu toda sua carreira elegendo gays e a ideologia de gênero como principais inimigos e por concepção de fé, segundo ela, a mulher deve ser submissa ao marido.
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O Presidente mesmo, já envolveu-se em polêmicas que reforçam e naturalizam crimes sexuais quando disse que à Deputada Federal Maria do Rosário que “só não a estuprava porque ela era muito feia” e quando atacou de forma machista a jornalista Patrícia de Campos Mello, quando dizendo que a mesma “queria lhe dar o furo”, citando apenas alguns exemplos.
Durante sua campanha desprezou e atacou as mulheres diuturnamente, e continuou após eleito.
Há um provérbio religioso sobre o poder da palavra “palavra quando é lançada sempre acerta o alvo, o coração de alguém. Ela provocará morte, quando estiver implícito, neste lançamento, intolerância.”
Não se pode isentar a responsabilidade do governo, o poder da palavra de quem exerce a liderança do estado é decisiva, pode oferecer esperança ou morte.
*Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores e membro do FRONT – Instituto de Estudos Contemporâneos.
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