Super-ricos embolsaram U$ 34 bi na pandemia, mas Guedes descarta imposto sobre 60 mil milionários

Tempo de leitura: 2 min
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Lucro dos super-ricos na pandemia supera orçamento do SUS, alerta Fenafisco

Presidente da Fenafisco, Charles Alcântara, defende taxação sobre altas rendas e grandes fortunas para combater as desigualdades

Por Redação RBA

São Paulo – No Brasil, os super-ricos ficaram US$ 34 bilhões (cerca de R$ 177 bilhões) mais ricos, entre 18 de março e 12 de julho, em meio à pandemia, segundo relatório da ONG Oxfam.

O valor supera o orçamento total do Sistema Único de Saúde, de R$ 125,6 bilhões.

Somadas as emendas parlamentares, os recursos chegam a aproximadamente R$ 160 bi.

O lucro dos super-ricos também é equivalente a seis vezes o orçamento anual do Bolsa Família.

As comparações são do presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Charles Alcantara.

“E essa renda praticamente toda não é tributada, no Brasil. Por conta das desonerações da renda do capital.”

Em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (10), ele defendeu a implementação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) como uma das formas de corrigir essas distorções e combater as desigualdades no país.

Apoie o VIOMUNDO

Previsto na Constituição de 1988, contudo, o IGF nunca foi regulamentado. Essa é uma das proposta que constam no documento “Taxar os super-ricos para reconstruir o país”, lançado na última quinta-feira (6).

Esse novo imposto incidiria sobre um universo de 60 mil pessoas que possuem patrimônio declarado superior a R$ 10 milhões.

“É preciso que essa faixa, o topo do topo da pirâmide, passe a ser tributada. Como todos os países menos desiguais e mais desenvolvidos fizeram. Mas o Brasil é um dos únicos países que não tem um sistema tributário progressivo”, destacou.

Altas rendas

Além dos maiores patrimônios, a proposta apresentada pela Fenafisco e outras entidades também propõe a criação da Contribuição Social sobre Altas Rendas das Pessoas Físicas (CSPF).

Da mesma forma, essa modalidade incidiria sobre rendimentos que ultrapassem R$ 60 mil por mês, com alíquota de 20%.

A previsão, portanto, é que tal contribuição atingiria 208 mil pessoas que estão no topo da pirâmide.

Simplificação não é solução

A campanha para taxar os super-ricos é uma iniciativa que pretende influenciar nos debates da reforma tributária, em discussão no Congresso Nacional.

Por outro lado, segundo o presidente da Fenafisco, as principais propostas em discussão se limitam apenas a propor a simplificação de tributos, e não atacam a regressividade do sistema.

A Fenafisco e as demais entidades defendem que é preciso aumentar tributação sobre as altas rendas e os grandes patrimônios para reduzir os impostos sobre o consumo.

Como a classe média e os mais pobres comprometem a maior parte da renda com o consumo, proporcionalmente, acabam pagando mais impostos do que os mais ricos.

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

A Tributação Direta de Bilionários (Pessoas Físicas),
que recebem juros e dividendos sem pagar imposto,
é a solução para sanar o déficit público e possibilitar
o investimento em Serviços Públicos Essenciais.
Dessa forma, poderia até ser extinta a EC 95 (do Teto)
sem que houvesse desequilíbrio das Contas.

    afonso Schroeder

    A modernidade a vista com Robôs o único caminho século XXI justo e honesto é mais + impostos aos ricos e classe trabalhadora deve ter “REDUÇÃO” na carga horaria para 36 horas semanais foi feito na Europa na década de 60 com ótimos resultados ate os dias de hoje.

Deixe seu comentário

Leia também