Marcão Fonteles: O morde e assopra dos Marinho com Jair Bolsonaro, do editorial ao Fantástico; vídeo

Tempo de leitura: 3 min
A reportagem

Esta via política não deve excluir Bolsonaro, que, por sua vez, precisa fazer um gesto pelo entendimento, a melhor alternativa também para ele e seu governo. Com a pacificação, o presidente abrirá espaços de negociação no Congresso, para além do centrão, a fim de executar sua agenda, paralisada, como tudo, devido à crise política. E continuará assim com o fim da epidemia, se este momento não for superado. Trecho de editorial de O Globo

O conglomerado Globo — como sempre — fazendo o seu próprio jogo

por Marcão Fonteles*

O jornal O Globo, de 31/05/2020, lançou um editorial defendendo um projeto de “Frente Democrática” com Bolsonaro”, onde apenas a extrema esquerda é excluida”, garantindo até a presença de e uma “esquerda democrática”, sob o título de OS DEMOCRATAS PRECISAM CONVERSAR.

O grupo mostra que deseja evitar colocar em risco a agenda econômica de Bolsonaro, que defende e ajudou a construir. 

Faz um resumo da História do Brasil nos tempos do pós-ditadura e mostra que  pela primeira vez a estabilidade democrática está em perigo.

Como se isso fosse preocupação do Globo, nascido para servir à ditadura.

Refere que a passagem de Tancredo, Sarney, Collor, Fernando Henrique e até — como acentua o artigo — Lula e Dilma pelo poder não colocou em risco a normalidade.

Chega ao governo atual de Jair Bolsonaro e dos que o cercam, que são identificados como a maior ameaça à democracia brasileira neste período de uma geração.

Compara o governo atual, de extrema direita, a um risco, tal qual seria um governo de extrema esquerda, denominação que não explicita o que viria a ser, já que avaliou antes que os governos petistas mantiveram a normalidade democrática.

E enquadra a política no quadro de pandemia sanitária em curso.

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Defende a atuação do Congresso e do Judiciário, já que segundo o jornal suas lideranças “fizeram o que se espera deles.” Defenderam as instituições, o papel vital da democracia, e a necessidade do diálogo.

O diário carioca sugere que as intenções dos ministros do STF e do presidente do Congresso, Rodrigo Maia, se transformem em uma via política, construída pelos democratas dos diversos matizes, que têm diferenças no campo da economia, na área social e outras, mas compartilham zonas de intercessão na defesa das liberdades e, por isso, tem de se reaproximar. 

Uma via que inclui Bolsonaro que, ao fazer esse gesto pelo entendimento, afirmaria uma alternativa também para ele e seu governo, com espaços de negociação no Congresso, para além do Centrão, a fim de executar sua agenda, paralisada, como tudo, devido à crise política e à crise sanitária.

No mesmo dia, 31/05, à noite, a revista eletrônica do grupo Globo, o Fantástico, faz reportagem em que detalha as investigações realizadas pelo Supremo Tribunal Federal e pela Polícia Federal contra blogueiros e empresários aliados ao atual presidente Jair Bolsonaro no inquérito das fake news, nomina o gabinete do ódio de Luciano Hang, Allan dos Santos e Sara Winter, chegando ao Carlos Bolsonaro.

Na abertura da reportagem o apresentador Tadeu Schmidt alerta que o “o Supremo Tribunal Federal fechou o cerco contra influenciadores digitais e empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro”, pela produção em massa de fake news e ataques nas redes sociais contra ministros do STF.

A decisão de Alexandre de Moraes mostra a existência de associação criminosa e mostra a relação dos envolvidos com a família Bolsonaro.

Apontando o blogueiro Allan dos Santos como um dos chefes do chamado “Gabinete do Ódio”, com acesso fácil ao presidente e verbas do Governo Federal.

Identifica Sara Winter como braço de agitação da movimentação da política bolsonarista, uma líder de extrema direita que traz para o país ações aos moldes da Ku Klux Khan e movimentos neonazistas de Charlottesville.

A reportagem mostra o abastecimento financeiro desses movimentos do Gabinete do Ódio, através  de Luciano Hang (Lojas Havan) e Edgar Gomes Corona (SmartFit).

Na política do beija e assopra, dos morcegos hematófagos, de dia adoçou no jornal e à noite salga com o Fantástico, mandando recado, para o clã no poder, que o grupo detém força e que precisa ser ouvido e considerado.

*José Marcos de Lima Araújo (Marcão Fonteles) é diretor estadual (Pará) da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB

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Comentários

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Willian

É mais fácil o PT se unir a Bolsonaro contra a Globo, do que à Globo contra Bolsonaro.

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