Dr. Arnaldo Lichtenstein coloca o guiso no rabo do gato: o que Bolsonaro quer é praticar a eugenia
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
O médico Arnaldo Lichtenstein resumiu no Jornal da Cultura qual é a proposta de enfrentamento de Jair Bolsonaro para a pandemia do coronavírus no Brasil: a prática da eugenia (ver vídeo).
Deixar que o coronavírus se espalhe livremente, tirar do governo a responsabilidade de fazer qualquer “gasto”, matar os idosos e vulneráveis e atender aos interesses dos jovens que querem frequentar academias — ontem, em decreto que vários governadores já informaram que não vão obedecer, o governo Bolsonaro incluiu academias e salões de beleza e barbeiros nas chamadas “atividades essenciais”.
A eugenia é associada ao “melhoramento da raça” efetivamente praticado por médicos sob Hitler, na Alemanha nazista.
Porém, a pseudociência nasceu da tentativa de justificar os crimes do imperialismo especialmente depois da partilha da África, quando se buscou em laboratório a comprovação da superioridade racial dos brancos, com o surgimento de especialidades médicas — como a “craniometria”.
A eugenia ganhou grande força no início do século 20 nos Estados Unidos, onde milhares de pessoas foram submetidas a tratamentos para não se reproduzir — de gente com traços de síndrome de down a mendigos considerados “improdutivos”.
Essa história foi brilhantemente retratada no livro War Against the Weak — guerra contra os fracos.
Ontem, a Confederação Israelita protestou contra o uso, pela Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro, de um slogan que remete à frase “o trabalho liberta”, que está escrita sobre o portão principal dos campos de extermínio de Auschwitz, na Polônia.
A frase foi utilizada em vídeo da Secom sobre o enfrentamento da pandemia.
O secretário Fabio Wajngarten respondeu que a frase foi tirada de contexto para se encaixar “numa narrativa” de adversários do governo.
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Ao Viomundo, o documentarista Zeca Pires, autor do documentário Anauê! – O Integralismo e o Nazismo na Região de Blumenau, disse que vê similaridades entre a história do nazifascismo no Brasil, nos anos 30, e o governo Bolsonaro.
Comentários
Zé Maria
Do Patriarcado ao Aktion T4
Aqui no braZil, os Brancos – que, hoje em dia, nem tão brancos são –
sempre tiveram a Ideia de Superioridade Racial fincada na Soberba
e na Arrogância Patriarcal do Senhor do Clã da Casa Grande.
Essa Sensação de Supremacia da Raça advinha do Poder Econômico
que o Patriarca detinha como Mantenedor da Família e de Agregados.
Era o Homem Forte, o ‘Produtor’ Mandante e financeiramente Próspero
que exercia o Domínio sobre um Grupo Social e o Predomínio na Elite.
A Propriedade e a Riqueza, portanto, não eram só Símbolos de Poder,
mas O próprio Poder em si, pelo qual o Dono reinava Absoluto dentro
daquele Círculo Familiar e se projetava como Paradigma de Sucesso
Invejável em toda a Sociedade. Por conseguinte, nessa condição, o
Patriarca confirmava o Êxito para assumir o Poder Político da Região.
E quem não atingia esse Nível de Evolução Material e Controle Social
(conquistado à custa de muito Tronco e Chibata, às vezes por Herança)
era considerado um Ser Inferior, Fraco, Vagabundo, Insignificante,
por isso, “Pobre”(*) ou “o que produz pouco”, “Improdutivo”, portanto,
Inútil, Inservível, Desprezível, Imprestável, Descartável, Eliminável.
Daí que em épocas passadas, nas quais a Genética e a Neurofisiologia
ainda estavam engatinhando, surgiram estudos filosóficos e pesquisas
médicas pseudo-científicas, como, por exemplo, a “Eugenia” (do grego
antigo: “Boa Geração”, “Bom Nascimento”, “Boa Origem”, Boa Linhagem”),
teoria da “Seleção Artificial” formulada pelo matemático e antropólogo Inglês Francis Galton (1822-1911)** que a definia como sendo “o estudo dos agentes
sob o controle social que podem melhorar [Positiva] ou empobrecer [Negativa]
as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente” (***),
tese essa que, no final do Século 19, foi disseminada por toda a Europa e, no
início do Século 20, foi recepcionada nos EUA e no Brasil, inclusive pelas Associações Médicas.
Esses escritos de Galton sobre Eugenia associados à publicação sobre ‘Desigualdade das Raças Humanas’ do Conde de Gobineau (****)
tiveram Papel fundamental na Formação da Ideologia de ‘Superioridade
da Raça Ariana’ com base na qual os Nazistas implementaram o Programa
de Extermínio denominado “Aktion T4” (*****).
*(https://hridiomas.com.br/origem-da-palavra-pobreza)
**(https://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Galton)
***(https://www.ufrgs.br/bioetica/eugenia.htm)
****(https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_de_Gobineau)
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Essai_sur_l%27in%C3%A9galit%C3%A9_des_races_humaines)
*****(https://pt.wikipedia.org/wiki/Aktion_T4)
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia_nazista)
Leia também:
Pseudociências do Século 19:
(http://brazil.skepdic.com/frenologia.html)
(http://brazil.skepdic.com/craniometria.html)
https://en.wikipedia.org/wiki/George_Combe
https://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Joseph_Gall
https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Spurzheim
https://www.britannica.com/topic/phrenology#ref236056
http://brazil.skepdic.com/qiraca.html
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