Em Watergate caboclo, Moro alfineta Bolsonaro sobre pedido para evitar entrega de gravação que pode comprovar acusação de ex-ministro
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro alfinetou hoje o presidente da República Jair Bolsonaro nas redes sociais, ao reproduzir o pedido da Advocacia Geral da União para não entregar imagens de uma reunião que, em tese, comprovariam acusações feitas pelo ex-ministro ao presidente da República.
Ao pedir demissão, Moro afirmou que Bolsonaro pretendia interferir indevidamente na Polícia Federal.
Na postagem, ele reproduziu trecho de documento da Advocacia Geral da União pedindo reconsideração de um pedido do STF.
A AGU, em documento endereçado ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, alegou que os “registros audiovisuais” conteriam “assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado” — e pediu que ele reconsiderasse o pedido.
Em seu depoimento à Polícia Federal, Moro disse que na reunião “o presidente afirmou que iria interferir em todos os Ministérios e quanto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, se não pudesse trocar o Superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, trocaria o Diretor Geral e o próprio Ministro da Justiça”.
Em meio a especulações sobre se a gravação de fato existe ou não — ou foi apagada — salta aos olhos o que o presidente da República disse depois da demissão de Moro.
Bolsonaro afirmou que ele próprio divulgaria a gravação: “Nossa reunião é filmada e fica no cofre lá o chip. Mandei legendar e vou divulgar. Tirem as conclusões de como eu converso com os ministros”, afirmou.
Posteriormente, Bolsonaro recuou.
O ministro Celso de Mello, em seu despacho, deu prazo de 72 horas para a entrega da gravação.
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O eventual descumprimento da ordem levou a especulações de que Bolsonaro poderia ser enquadrado por desobediência.
Nos Estados Unidos, durante o escândalo de Watergate, o presidente Richard Nixon recusou-se a entregar a investigadores gravações de áudio de um sistema de monitoramento da Casa Branca.
A Suprema Corte decidiu que Nixon deveria fazê-lo e o presidente dos Estados Unidos posteriormente entregou gravações com trechos apagados.
Ao final do escândalo, Nixon renunciou ao cargo para não sofrer impeachment por obstrução de Justiça.
Comentários
Zé Maria
O Drími da ImprenSSa braZileira é um Uóderguêiti na Província.
Tentou com o Collor, tentou com o Lula, tentou com a Dilma,
mas nunca conseguiu o Escândalo Perfeito. Agora, veremos.
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