Estadão denuncia Bolsonaro na cama com o Centrão, depois de prometer “nova política”

Tempo de leitura: 2 min
O bolsonarismo, antes. Reprodução

Aliança despudorada e ruinosa

Mais uma vez, o fisiologismo, o populismo e o corporativismo venceram, com apoio do governo que prometeu abandonar a velha política

Notas e Informações, O Estado de S.Paulo, reprodução parcial

Nociva em tempos normais, a maneira despudorada com que parcela não desprezível dos congressistas costuma decidir sobre o destino do dinheiro público pode ser ruinosa para o País no momento em que os recursos humanos, materiais e financeiros deveriam ser canalizados prioritariamente para salvar vidas ameaçadas pela covid-19.

Sem nenhum pejo, porém, e desconectada da grave realidade dos brasileiros, essa parcela – agora amiga íntima do governo do presidente Jair Bolsonaro e sua parceira em transações com recursos orçamentários – agiu decididamente para que a Câmara dos Deputados desfigurasse o projeto de auxílio financeiro para Estados e municípios e nele incluísse benefícios para várias categorias de servidores.

A versão aprovada pelo Senado já favorecia algumas categorias especiais.

Era o máximo que se podia conceder para estimular o trabalho dos profissionais que cuidam de vítimas da covid-19 sem comprometer a necessária austeridade financeira.

Mas, com a ativa participação do líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), e do líder do PP, deputado Arthur Lira (PP-AL), a lista foi ampliada para atender a interesses eleitorais específicos de um determinado grupo político.

Mais uma vez, a perniciosa combinação de fisiologismo, populismo e corporativismo venceu, desta vez com o apoio decisivo, muito mais do que simples conivência, do governo cujo chefe se elegeu prometendo abandonar a velha política do toma lá dá cá.

Coincidência ou não, muito provavelmente não, no dia seguinte à decisão da Câmara, o Diário Oficial da União publicou a nomeação de Fernando Marcondes de Araújo Leão para dirigir o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), um dos cargos mais cobiçados por parlamentares do Nordeste por causa das dimensões do orçamento desse órgão federal e da abrangência de sua atuação.

Apoie o VIOMUNDO

É a primeira nomeação para um cargo dessa importância como consequência da aliança que o presidente Jair Bolsonaro fechou com o grupo de deputados que, em lugar de princípios e programas, têm prioritariamente interesses políticos e eleitorais a serem atendidos pelo governo federal.

Bolsonaro e Lira, celebrando

Não por acaso o nomeado foi indicado pelo PP do deputado Arthur Lira.

Esse partido vem tendo papel importante na aliança com a qual Bolsonaro procura assegurar o mínimo de votos no Congresso para não ver seu cargo sob risco.

Esse mesmo grupo sinistro tenta agora adonar-se da estrutura do Ministério da Agricultura, ainda nas boas mãos de Tereza Cristina.

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nelson

Então, eu não guardo a mais mínima dose de ilusão com as palavras do golpista e apoiador de ditaduras “O Estado de São Paulo”. Tal como os demais órgãos da mídia hegemônica, o Estadão não tem o menor compromisso com o país e o povo brasileiro.

Como o restante da mídia hegemônica, o Estadão defende apenas e tão somente a parcela que habita o topo da pirâmide que compõe, espichando bastante, no máximo 1% da população brasileira.

Nelson

Para mim, na real, podemos restringir a queixa do Estadão, única e verdadeiramente, ao fato de que o Centrão concedeu “benefícios para várias categorias de servidores” e isto vem comprometer a “necessária austeridade financeira.

Ou seja, o fato de os deputados terem aliviado – um pouco só – a barra de trabalhadores demonstra que sucumbiram ao “populismo” e ao “coporativismo”.

Já, quando a mesma Câmara de Deputados aprova o absurdo – dos grandes, absurdo elevado à N potência – de permitir ao Banco Central comprar títulos podres dos bancos não há perigo de comprometimento da “necessária austeridade finaceira”, senhores controladores do Estadão?

Mesmo que essa “compra” – corrupção em elevadíssimo grau, na verdade – chegue ao trilhão de reais, sem a correção monetária, conforme nos informa a incansável Maria Lúcia Fattorelli, senhores controladores do Estadão?

O comportamento do Estadão é prova inequívoca de que a tal de “austeridade financeira” não é necessária coisa alguma. Pelo contrário, está mais do que provado que ela é extremamente nociva para o país e a esmagadora maioria do povo.

Historicamente, a austeridade tem servido apenas e tão somente a 1% do povo brasileiro, quando muito. Tem servido só aos já mi e bilionários, grande empresariado e bancos, que lucram zilhões com os títulos da dívida pública.

Zé Maria

A Mídia Fasci-Paulista sempre tentando ferrar os Servidores Públicos Civis,
principalmente os Professores Municipais, Estaduais e Federais.

Mas os Mesquita não precisam mais se preocupar: o GUEDES MANDOU o
Mito Genocida VETAR a possibilidade de REAJUSTE SALARIAL das Categorias
exceptuadas pelo Congresso Nacional, ou seja, de servidores da áreas de saúde
(como médicos e enfermeiros), de assistência social e de limpeza urbana,
técnicos e peritos criminais, policiais militares, bombeiros, guardas municipais,
policiais federais e rodoviários federais, agentes socioeducativos, e professores
da Rede Pública Federal, Estadual e Municipal.

Por outro lado, a Portaria 42/GM-MD (*), publicada na terça-feira, 5, no Diário Oficial da União, institui a Comissão Permanente de Remuneração dos Militares.

Essa Comissão instituída pela Portaria assinada pelo Ministro da Defesa, General
Fernando Azevedo e Silva, tem entre suas competências, assessorar “nos assuntos relativos à remuneração e aos proventos” dos militares e pensionistas
das Forças Armadas (FFAA).

A Comissão foi criada justamente no momento em que o governo Bolsonaro
apresenta medidas de congelamento de salários de servidoras e servidores civis
da União, de estados e municípios.

Também é importante lembrar que, embora a reforma na Previdência dos militares tenha trazido algumas mudanças, como aumento em cinco anos
do tempo de contribuição e desconto para pensionistas que antes não
contribuíam com a Previdência, há uma evidente diferença de tratamento
no funcionalismo, entre o que usam e os que não usam farda.

A Comissão produzirá estudos que “auxiliem nas tratativas de REAJUSTES PERIÓDICOS” DE MILITARES E PENSIONISTAS.

Também fará a análise e o acompanhamento de propostas legislativas nesse
sentido, além de tratar com representantes da área econômica e outros órgãos
e fazer propostas à Lei de Diretrizes Orçamentárias e à Lei Orçamentária Anual.

Entre as diretrizes a serem observadas pela comissão, estão as seguintes: “aperfeiçoar, continuamente” a remuneração de militares e pensionistas;
e implementar uma política de remuneração que se ajuste ao aperfeiçoamento profissional e, segundo o texto, torne a carreira militar competitiva em comparação com outras carreiras típicas de Estado.

Assim é que está posto o Grande Acordo Nacional, com Centrão, com Mourão
e os Militares das FFAA, com PGR, com Bolsonaro, “com Supremo, com tudo”.

*(http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-normativa-n-42/gm-md-de-27-de-abril-de-2020-255166648)

Deixe seu comentário

Leia também