Afastado nos EUA, especialista que detonou cloroquina denuncia compadrio para colocar dinheiro público em falsas soluções
Tempo de leitura: 4 minHIDROXICLOROQUINA E AZITROMICINA, juntos, podem representar uma das maiores transformações da História da Medicina. Donald Trump, bacharel em economia, em tweet do dia 21.03.2020
Trinta minutos após a ingestão, o casal apresentou efeitos que exigiam internação. Nota oficial de um hospital de Phoenix, no Arizona, depois que um casal tentou fazer tratamento preventivo com fosfato de cloroquina, usado para limpar tanques. O homem, de 60 anos, morreu em 22.03.2020. Ele aparentemente se confundiu sobre a “receita” do doutor Trump.
Aplica logo, pô. Sabe quando esse remédio começou a ser produzido no Brasil? Ele começou a ser usado no Brasil quando eu nasci, em 1955. Medicado corretamente, não tem efeito colateral. Jair Bolsonaro, capitão expulso do Exército, em live do Facebook, em 26.03.2020
Um médico diz que foi removido após pressionar por uma rigorosa verificação dos tratamentos sugeridos por Trump
Do New York Times, tradução parcial
O médico que liderou a agência federal envolvida no desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus disse na quarta-feira que foi removido de seu posto depois de pressionar por uma rigorosa verificação de um tratamento contra o coronavírus sugerido pelo presidente Trump.
O médico disse que a Ciência, não “política e compadrio”, deve liderar o caminho.
O Dr. Rick Bright foi demitido abruptamente nesta semana dos cargos de diretor da Autoridade Biomédica Avançada de Pesquisa e Desenvolvimento do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, ou BARDA, e vice-secretário assistente de preparação e resposta a pandemias.
Foi transferido para um cargo mais restrito nos Institutos Nacionais de Saúde.
“Acredito que essa transferência foi uma resposta à minha insistência em que o governo invista os bilhões de dólares alocados pelo Congresso para resolver a pandemia do Covid-19 em soluções seguras e cientificamente examinadas, e não em medicamentos, vacinas e outras tecnologias que não têm mérito científico”, ele disse em comunicado a Maggie Haberman, do New York Times.
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“Estou falando porque, para combater esse vírus mortal, a Ciência — e não a política ou o compadrio — precisa liderar o caminho”, disse.
Questionado em seu briefing diário se o dr. Bright havia sido forçado a sair, Trump disse: “Talvez sim, talvez não; eu não sei quem ele é”.
Uma porta-voz de Alex Azar, secretário de saúde e serviços humanos, não respondeu imediatamente a um e-mail pedindo comentários.
A publicação médica Stat relatou na terça-feira que Bright havia entrado em conflito com Bob Kadlec, secretário de saúde assistente para preparação e resposta a pandemias.
Bright informou que toda sua carreira foi dedicada ao desenvolvimento de vacinas dentro e fora do governo, liderando a BARDA desde 2016.
No comunicado, ele disse: “Minha formação profissional me preparou para um momento como este — para enfrentar e derrotar um vírus mortal que ameaça americanos e pessoas em todo o mundo. Até este ponto, liderei os esforços do governo para investir na melhor Ciência disponível para combater a pandemia de Covid-19″.
“Infelizmente, isso resultou em confrontos com a liderança política da Health and Human Services [equivale ao Ministério da Saúde], incluindo críticas por meus esforços proativos para investir cedo em vacinas e suprimentos essenciais para salvar vidas americanas ”, afirmou.
“Também resisti aos esforços para financiar drogas potencialmente perigosas promovidas por pessoas com conexões políticas”.
O Dr. Bright apontou especificamente os esforços iniciais para tornar amplamente disponíveis a cloroquina e a hidroxicloroquina, antes de serem cientificamente testadas quanto à eficácia contra o coronavírus.
“Especificamente, e ao contrário de diretrizes equivocadas, limitei o amplo uso de cloroquina e hidroxicloroquina, promovido pelo governo como uma panaceia, mas que claramente carecem de mérito científico”, disse ele.
“Enquanto estou preparado para analisar todas as opções e pensar ‘fora da caixa’ para tratamentos eficazes, resisti com razão aos esforços para fornecer uma droga não comprovada, sem receita, ao público americano”, disse Bright, descrevendo o que viria a acontecer.
“Eu insisti que esses medicamentos fossem fornecidos apenas a pacientes hospitalizados com Covid-19 confirmado, enquanto estavam sob a supervisão de um médico”, escreveu.
“Esses medicamentos têm riscos potencialmente graves associados a eles, incluindo o aumento da mortalidade observado em alguns estudos recentes em pacientes com Covid-19. Afastar-me no meio dessa pandemia e colocar a política e o compadrio à frente da Ciência põe vidas em risco e atrapalha os esforços nacionais para lidar com segurança e de maneira eficaz com essa crise urgente de saúde pública”, disse Bright.
“Solicitarei que o inspetor geral do Departamento de Saúde e Serviços Humanos investigue a maneira pela qual este governo politizou o trabalho da BARDA e pressionou a mim e a outros cientistas para financiar empresas com conexões e poder político, mas sem mérito científico” ele disse.
“Ir às cegas em direção a drogas não comprovadas pode ser desastroso e resultar em inúmeras outras mortes. A Ciência, a serviço da saúde e segurança do povo americano, deve sempre estar acima da política”.
[…]
Na terça-feira, uma comissão de especialistas convocadaa pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, a agência federal liderada pelo Dr. Anthony Fauci, emitiu diretrizes declarando que os especialistas haviam coletado dados insuficientes para recomendar a favor ou contra o uso de qualquer medicamento antiviral ou medicamento que afeta o sistema imunológico em pacientes com Covid-19.
O painel aconselhou especificamente contra vários tratamentos, a menos que eles fossem administrados em ensaios clínicos.
Um deles foi a combinação de hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina, que Trump promoveu repetidamente, apesar da falta de evidências de que eles funcionam
Esses medicamentos devem ser usados apenas em ensaios clínicos “por causa do potencial de toxicidade”, disseram os especialistas.
O painel também emitiu conselhos cautelosos sobre hidroxicloroquina e cloroquina, mesmo quando administrados sem azitromicina, dizendo que os pacientes que os recebem devem ser monitorados quanto a efeitos adversos, particularmente uma anormalidade no ritmo cardíaco.
PS do Viomundo: Na tradição dos Estados Unidos, o Dr. Bright contratou dois advogados e vai tentar reaver na Justiça os cargos dos quais foi afastado.
Comentários
Maurício
AQUI ESTÃO AS BOAS NOTÍCIAS, GENERAL!
Colunista Eric Nepomuceno reforça que, segundo o general Luís Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, a imprensa esconde fatos positivos sobre o Brasil. A imprensa destaca, diz o colunista, “as agruras que os profissionais enfrentam a cada minuto pelo desastre que é o governo ao qual o senhor não só pertence, e portanto se faz cúmplice, como defende”
23 de abril de 2020, 07:51 h Atualizado em 23 de abril de 2020, 08:13
Nesta quarta-feira, o general Luís Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, despotricou a imprensa.
Disse que os meios de comunicação escondem os casos positivos que estão acontecendo Brasil afora.
E talvez sem querer, deu mostras claras desses casos.
Vamos lá: ele disse o que disse no dia em que os números oficiais de casos confirmados de coronavírus, e de mortos, que sabemos todos que são muito muito muito inferiores aos números reais, se aproximaram, respectivamente, a 45 mil e roçaram os três mil.
Pediu notícias boas quando o sistema público de saúde colapsou no Amazonas e se aproxima em velocidade assustadora do colapso em São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Pediu que os jornais hegemônicos, que tanto contribuíram para que seu chefe, Jair Messias, chegasse onde chegou, e agora são achincalhados por ele dia sim e o outro também, destacassem o “trabalho maravilhoso” dos profissionais de saúde.
Acontece, general Ramos, que esses jornais não apenas destacam esse trabalho como relatam as agruras que os profissionais enfrentam a cada minuto pelo desastre que é o governo ao qual o senhor não só pertence, e portanto se faz cúmplice, como defende.
De resto, cabe registrar outras boas notícias que, essas sim, os jornais não registram, mas que o senhor, com talento único e sem perceber, destacou.
Por exemplo: na entrevista em que reclamou boas notícias, estava ao seu lado o ministro de Turismo que tem nome de ator de rádio novela, um sacripanta chamado Marcelo Álvaro Antônio.
E qual a boa notícia para essa nulidade olímpica?
Que seu laranjal continua vicejando, intocável, graças à falta de ação não apenas de uma corte suprema lotada de poltrões, mas a uma Polícia Federal controlada por outro sacripanta chamado Sérgio Moro.
Outra boa notícia: o empresário de saúde privada, Nelson Teich, que assumiu o ministério de Saúde tendo do sistema público o mesmo conhecimento que tenho eu do idioma sânscrito (sei que existe, mas não tenho ideia de como é), concedeu uma coletiva.
Não disse nada de concreto, exceto uma coisa: anunciou que o secretário-executivo, ou seja, o segundo na hierarquia do ministério, será o general Eduardo Pazuello. Disse que foi escolha pessoal dele.
Bem: dizer que foi escolha pessoal dele é tão verdadeiro como eu dizer que Mariana Ximenez está me chamando com urgência para me juntar a ela no chuveiro.
Para essa figura lúgubre (por favor: o ministro, não a Mariana!!), o servilismo parece tão natural como respirar.
A boa notícia, no caso, é para o general Pazuello. Ganhou um reforço na aposentadoria, e agora terá outra coisa a fazer além de nada.
Para o país, uma tragédia. Afinal, Pazuello sabe de saúde pública o que sei de Mariana Ximenez: que existe, e ponto final.
Meditou ainda o empijamado general Ramos: como se sente a população diante da divulgação de informações negativas?
Ora, ora, general: as pessoas sentem-se exatamente como deveriam sentir-se. Desamparadas, tendo na poltrona presidencial um psicopata cercado de aberrações como um ministro de Relações Exteriores que diz que a pandemia é coisa de comunista, e vamos parar por aqui, que o quadro é tenebroso. E pior: vai se agravar mais e mais.
O novo ministro da Saúde começa a deixar claro a que veio: a nada.
Eu fico pensando no que faria, diante deste quadro tenebroso que vivemos, não um civil, um dirigente partidário, mas um militar, esse sim, decente, e que se chamava Henrique Teixeira Lott.
Faça uma consulta ao dr. Google, general Ramos.
E mostre o resultado a essa milicagem toda que está à sua volta e à volta do demente presidente.
E morram de vergonha pelo que vocês são, se é que sabem do que estou falando, e de medo.
Esta a outra boa notícia para essa laia: já não se fazem mais militares como o marechal Lott.
https://www.brasil247.com/blog/aqui-estao-as-boas-noticias-general
UMA SUGESTÃO: se o general Eduardo quer ler notícias boas sobre o Brasil de Bolsonaro, ele deve seguir o exemplo de um tal de Gurbanguly Berdimuhamedow, ditador do Turcomenistão.
Veja, general, como é fácil acabar com as noticias ruins:
O regime autoritário do Turcomenistão tem implementado uma política extrema que parece seguir o lema escapista “o problema não existe se você não falar dele”.
O governo dessa ex-república soviética da Ásia Central já vinha afirmando de maneira pouco convincente não ter registrado nenhum caso de coronavírus no país. Agora, quer banir até mesmo o uso do termo “coronavírus” da vida pública.
Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o autoritário e excêntrico líder do país, Gurbanguly Berdimuhamedow, determinou que a palavra desapareça por completo da mídia estatal e até mesmo de conversas privadas.
De acordo com a ONG, a população de 5,8 milhões foi proibida de usar a palavra em público. O serviço em turcomeno da Radio Free Europe aponta que agentes do regime começaram a prender pessoas que foram ouvidas falando sobre a doença ou que estavam usando máscaras na capital do país, Asgabate.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/03/31/turcomenistao-proibe-uso-da-palavra-coronavirus.ghtml
Nunca uma expressão foi tão literal: é a paz dos cemitérios, GENERAL!.
Notícia boa pra valer é a queda de Bolsonaro!
Zé Maria
O Trump é quem deveria perder o cargo.
a.ali
ñ é por menos que o genocida faz tanta questão da “receita”
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