No Pará, deputado do Psol perde primo profissional de saúde e alerta para avanço da pandemia
Tempo de leitura: 3 minDa Redação
Fernando Brito era um militante de esquerda muito admirado e querido em Belém do Pará.
Ele trabalhava no Pronto Socorro Municipal da Travessa 14 de Março.
Foi lá que enfermeiros e auxiliares de enfermagem foram às ruas protestar contra a falta de equipamentos adequados de proteção.
Fernando Brito chegou a publicar o vídeo do protesto em sua página do Facebook, além de críticas à forma como o governo Bolsonaro reagiu à pandemia.
Ele faleceu em casa, onde guardava isolamento com sintomas da covid-19, de acordo com o relato de um amigo.
O mesmo amigo disse nas redes sociais que o IML levou 24 horas para recolher o corpo no domicílio de Fernando Brito, que morava sozinho.
Fernando Brito era primo do deputado federal Edmilson Rodrigues, do Psol, prefeito de Belém durante dois mandatos.
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Edmilson lamentou a perda e, em sua página, informou sobre o avanço da pandemia no Pará:
por Edmilson Rodrigues, no Facebook
Em todo o mundo e no Brasil, famílias sofrem a perda de entes queridos.
Daí a importância do isolamento social.
Alguns profissionais, por amor à sua vida, mas também por amor à vida das demais pessoas — é o caso dos profissionais de saúde — não podem se isolar socialmente. É o caso de um primo querido que faleceu nessa madrugada, ele que era técnico radiologista e trabalhava no PSM da 14.
Estava com seus colegas de trabalho, na linha de frente ao atendimento das pessoas que necessitam da dedicação profissional, que lhes permita viver com dignidade.
Por dedicar-se a salvar vidas, acabou falecendo com sintomas de covid-19.
Era um primo, um militante pela felicidade humana, uma pessoa alegre, um amigo, um companheiro de sonhos que partiu por dedicar-se à vida.
Minha solidariedade aos meus parentes, seus irmãos, sua mãe e a todos que conviveram e aprenderam a amar Fernando da Purificação Brito.
Covid-19 avança no Pará e todas as UTIs públicas da rede municipal de Belém estão ocupadas
20.04.2020
O novo coronavírus avança com Pará. Epicentro da doença, Belém a maioria dos casos confirmados com o covid-19. Mas a doença segue a passos rápidos rumo ao interior do Estado. A situação é cada vez mais preocupante.
O Pará e mais três estados brasileiros – Amazonas, Ceará e Pernambuco – estão com mais de 90% dos leitos de UTIs com destinados aos pacientes com a Covid-19 ocupados, segundo informações da Folha de S. Paulo divulgadas neste domingo (19). 94% dos leitos das UTIs da rede estadual estão ocupados.
Nas unidades de emergências da capital, o cenário é de caos. Pacientes sem atendimento, falta de médicos e equipamentos, entre outros problemas.
Até o início da tarde de ontem (19), 47 cidades registraram moradores com a Covid-19.
A segunda cidade com mais confirmações é Ananindeua, com 75 casos e 1 morte. Santarém, na região Oeste, está em terceiro lugar com 27 casos e 2 óbitos. Parauapebas, no Sudeste, fecha a trinca de cidades do interior com mais casos: 15 confirmados; é também a que registra a maior taxa de letalidade: 26,67%. Cametá, Canaã e Rondon tem 100% de letalidade, porém, cada cidade teve apenas 1 caso confirmado e 1 morte até então.
Oficialmente, o Pará tem 902 casos de Covid-19 e 35 mortes. Outros 284 exames estão em análise e 1.599 foram descartados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) (atualização de 20 de abril)
Respiradores
O Governo do Estado informou que mais 400 respiradores foram comprados da China e também estarão chegando nos próximos dias. Com mais esse lote, aumenta o número de UTIs disponíveis. Além disso, o Governo anunciou que chegaram na noite de sábado, em Belém, 20 respiradores repassados ao Governo do Pará pelo Ministério da Saúde. Os equipamentos irão compor as UTIs no Hospital de Campanha de Belém. A previsão é que mais oito respiradores, doados pela Suzano S/A, chegassem no último final de semana na capital paraense.
Todas as UTIs públicas da rede municipal de Belém estão ocupadas, alerta Sesma
Não há mais leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) públicas disponíveis no sistema de saúde de Belém. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), que informou a ocupação total dos 125 leitos, 80% deles está com pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19.
De acordo com a Sesma, o município possui 125 leitos de UTI e 1.118 de enfermaria, além de 90 leitos de observação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Para a desafogar a rede, a Sesma aguarda a liberação de leitos via regulação municipal e estadual para transferir pacientes para os hospitais de referência. De 13 a 19 de abril, foram transferidos 130 pacientes.
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