Jeferson Miola: A ambiguidade dos militares com o avanço de Bolsonaro sobre as instituições
Tempo de leitura: 3 minRumo ao regime dos quartéis
por Jeferson Miola, em seu blog
Está fora de dúvida que a participação do Bolsonaro em atividades conspirativas feitas às claras e transmitidas em tempo real pelas mídias oficiais do governo seria mais uma causa suficiente para seu afastamento imediato da Presidência da República.
Mas isso, entretanto, não deverá acontecer.
Em primeiro lugar, porque o Congresso e o STF, mesmo se provocados a agir, provavelmente não farão mais que discursos grandiloquentes, laudatórios e estéreis em defesa da democracia, da harmonia entre os poderes e blá, blá, blá.
E, mesmo se congressistas e ministros da Suprema Corte decidissem agir, a estas alturas seriam amedrontados e veriam suas capacidades de decisões restringidas pela tutela dos militares.
É conveniente lembrar que o presidente do STF Dias Toffoli tem um general interventor/tutor designado no seu gabinete pelo general Villas Bôas desde setembro de 2018.
Este novo ataque de Bolsonaro às instituições – ainda mais afrontoso, mais grave e mais acintoso que todos os ataques perpetrados anteriormente ao Estado de Direito – pode ser interpretado ou [i] como mostra de fraqueza de um governante que busca novas fontes de poder, ou [ii] como exibição de força, simpatia e apoio dos militares para a escalada militarista, sob a liderança do Exército, rumo à implantação de um regime dos quartéis.
A data e local escolhido para este atentado que defende o fechamento do Congresso e do STF e a instauração de uma ditadura militar não poderiam ser mais simbólicos: 19 de abril, dia do Exército brasileiro, em frente ao Quartel-General do Exército, onde o general Edson Leal Pujol, Comandante-Geral do Exército, despacha.
Muito se especula sobre o poder e a força política e institucional de Bolsonaro, assim como acerca de eventuais contradições entre ele, os comandantes militares e os generais do governo.
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O que se pode observar, contudo, é que Bolsonaro e os militares divergem apenas quanto à forma do “cavalão” [apelido do Bolsonaro dos tempos de caserna] fazer as coisas.
Mas os militares [assim como a maioria parlamentar] têm concordância absoluta com a essência da política em curso: entreguista, de submissão aos EUA, de esmagamento do mundo do trabalho, rapinagem e saqueio das riquezas do país, privatização e financeirização da economia e abandono da soberania nacional e de um projeto estratégico de nação.
Os militares, além disso, e por razões que não vem ao caso desenvolver nesta rápida análise, respeitam Bolsonaro como legítimo comandante supremo das Forças Armadas.
Aliás, se tivessem contradições e impasses que inviabilizassem a continuidade do Bolsonaro, os militares afiançariam seu impeachment e fariam o general Mourão assumir formalmente o cargo – salvo, claro, na eventualidade de restrições deles ao vice.
O atentado do Bolsonaro e da matilha bolsonarista não recebeu nenhuma repreensão dos militares, e nem receberá, porque o projeto militar avança com esta atitude deles.
Até este momento, não se manifestaram oficialmente; no máximo, declararam em off “incômodo” e “constrangimento” [sic] para um jornalista da Globo.
A roda girou, sem que conseguíssemos perceber e captar a tempo o sentido e a direção dos acontecimentos.
Diferente do golpe de 1964, em que a ditadura que tomou o poder instalou um Estado de Exceção, desta vez a evolução autoritária e ditatorial segue trajetória inversa.
A corrupção do sistema judicial e político pela organização criminosa de Curitiba [como Gilmar Mendes nomina a Lava Jato] instaurou o Estado de Exceção que garantiu a eleição ilegítima de um governo militar que pode evoluir para uma ditadura militar.
O caos metódico e deliberado produzido pelo bolsonarismo no enfrentamento à pandemia do COVID-19 pode fornecer o substrato ideal para a evolução ditatorial do regime.
Comentários
Thiago
A PAZ DOS CEMITÉRIOS
Forças Armadas trabalham para ‘manter a paz’ e obedecem à Constituição, diz ministro da Defesa
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, declarou que as Forças Armadas trabalham para “manter a paz e a estabilidade do País, sempre obedientes à Constituição Federal”. A declaração vem um dia depois de Bolsonaro sair em apoio aos protestos antidemocracia em Brasília
https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/forcas-armadas-trabalham-para-manter-a-paz-e-obedecem-a-constituicao-diz-ministro-da-defesa
VEJA de novo a frase ridícula pronunciada pelo ministro da defesa do governo Bolsonaro:
“as Forças Armadas trabalham para “manter a paz e a estabilidade do País, sempre obedientes à Constituição Federal”.
Sr. General, aprenda essa lição: com um miliciano no poder, no caso o capitão Bolsonaro, os tiroteios serão permanentes e não haverá paz nem no asfalto nem nas favelas, nem tampouco obediência à Constituição.
Enquanto este energúmeno permanecer na posição de “Presidente da República”, paz, Sr. General, só nos cemitérios. E deve ser por isso que as forças armadas já estão fazendo o levantamento de quantas sepulturas poderão ser necessárias para enterrar as vítimas do coronavírus. Podem cavar sepulturas à vontade pois o número estimado de vítimas é de 8,82 milhões de brasileiros que o genocida Bolsonaro já disse que vai deixar morrer á mingua..
Em outras palavras, o Exército braZileiro será o coveiro do povo brasileiro.
É nisso que dá, Sr. General, eleger e apoiar um miliciano psicopata, corrupto, assassino, torturador, mentiroso e doente.
Que a paz dos cemitérios esteja convosco.
a.ali
nem precisa ser analista politico para saber que estão todos mancumunados, fazem parte do saque e dividem os lucros, tanto são as instituições podres com seus falsos poderes a boiada ignorante, um salafrário com uma faixa de presidente, os gorilas verde oliva, políticos safados, justi$$a corrupta e os perdulários de sempre.
Zé Maria
Os Milicos sempre agiram nas Sombras.
Estão perfeitamente em acordo com as
atrocidades do Genocida Jair Bolsonaro.
Portanto, não esperem por Contestações
Públicas dos Oficiais das Forças Armadas.
Eles estão no Poder e daí não irão sair.
ivanildo jose salgado junior
Um homem de 30 anos de vida pública como Jair Bolsonaro, sabe muito de congresso, enxergou o que vários não enxergaram, um pais que não tem lider, o que tínhamos uma decepção e os subsequentes da mesma linhagem só para compor o tempo e as besteiradas com sempre no quesito se dar bem e esconder bem. O nosso presidente esta meio confuso não aguenta pressão não o Mandeta estava tomando a situação o povo acreditava mais nele do que seu chefe. e vem mais por ai com MAIA.
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