Para cumprir previsão de Osmar Terra, mortes por gripe no RS em 2020 terão de se multiplicar por 21

Tempo de leitura: 3 min

ESTE POST SERÁ ATUALIZADO REGULARMENTE ATÉ O FINAL DA TEMPORADA DA GRIPE DE 2020

Da Redação

Em entrevista à rádio Gazeta, do Rio Grande do Sul, no dia 24 de março, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) fez um vaticínio ousado.

Na temporada sazonal da influenza no Rio Grande do Sul, em 2020, haverá mais mortes do que por coronavírus em todo o Brasil (ouvir acima).

Oficialmente, o Brasil teve 1.532 óbitos até a terça-feira, 14 de abril, mas há uma longa fila de pessoas que foram testadas e ainda não receberam o resultado — é possível que algumas tenha morrido e os casos não tenham sido incluídos na estatística.

Osmar Terra foi secretário de Saúde do Rio Grande do Sul durante a crise do H1N1 — e deriva daí sua expertise para argumentar que o isolamento social é um erro.

Ele insiste que a pandemia deveria seguir seu caminho natural no Brasil, sem isolamento social.

Atingiria o pico e refluiria naturalmente, cumprindo um ciclo de 13 semanas. 

Ele não vê diferença entre o H1N1 e o coronavírus, embora infectologistas afirmem que este último se dissemina mais rapidamente e com maior taxa de letalidade.

Os dados oficiais do Rio Grande do Sul

O vaticínio de Osmar Terra corre sério risco de não se realizar, ainda que a temporada de gripe de 2020 ainda não tenha começado no Rio Grande do Sul.

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Porém, dados do ano passado registram 70 mortes por influenza no Rio Grande do Sul até 23 de novembro, sendo 53 por H1N1.

Os mil óbitos anuais mencionados por ele talvez sejam os de todo o Brasil.

Agora, o que disse o deputado:

Mas eu vou fazer um vaticínio aqui. Vai morrer mais gente de gripe sazonal no inverno… só no inverno do Rio Grande do Sul — que morre em média 950 mil pessoas de gripe sazonal, principalmente os idosos no inverno do Rio Grande do Sul — tem até uma brincadeira que as pessoas fazem, humor negro, se eu conseguir… o idoso fala se eu conseguir passar de agosto eu vivo mais um ano, como médico vi muito isso em consultório.

Então tem uma mortalidade dessa aí, 1000, 1000 e poucas pessoas que morrem de gripe sazonal, influenza sazonal no inverno… vai morrer menos gente de coronavírus em todo o Brasil do que vai morrer gente… de que gaúcho de gripe sazonal.

Eu tô fazendo uma previsão que pode me desmoralizar, entendeu?

Um meme popular

As comparações entre o H1N1 e o coronavírus se tornaram muito populares.

Elas enganaram incautos, inclusive profissionais de saúde.

O fenômeno aconteceu nos Estados Unidos e no Brasil, levando a comparações entre os governos dos ex-presidentes Donald Trump-Barack Obama e Jair-Bolsonaro-Lula.

O argumento do meme acima e de outros que circulam através das redes sociais é de que a mídia exagerou o impacto da pandemia para assustar a população — ou prejudicar líderes políticos.

O meme acima, por exemplo, foi considerado enganoso pelo serviço de checagem Aos Fatos:

Não é verdade que o surto do vírus H1N1 – que chegou ao Brasil em 2009, durante o governo Lula (PT) – foi mais letal e contagioso do que o do novo coronavírus. Publicações nas redes sociais que difundem essa desinformação sugerem que a imprensa exagera na cobertura da atual pandemia para prejudicar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No entanto, elas enganam ao comparar o número de casos nas primeiras semanas da Covid-19 com o acumulado de oito meses da gripe suína. Nos 28 dias desde sua chegada ao país, o novo coronavírus infectou 1.891 pessoas e matou 34; já o H1N1 infectou 627 pessoas e matou uma em seu primeiro mês.

Osmar Terra é médico e ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, além de influente deputado federal.

Para que não seja desmoralizado pela sua própria previsão, terá que contar com uma temporada de gripe sazonal extremamente poderosa no Rio Grande do Sul em 2020, que provoque — considerando os números de hoje do coronavírus — 17 vezes mais mortes do que em 2019.

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Comentários

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Zé Maria

Dos 18 (Dezoito) Maiores Municípios do RS,
todos com Mais de 100 Mil Habitantes,
nove* Flexibilizaram Abertura do Comércio
e outros cinco** analisam a Flexibilização
das Restrições para os próximos dias

Regras foram flexibilizadas pelos Prefeitos
para permitir a reabertura de cabeleireiros
e barbearias, restaurantes, lanchonetes, lojas,
entre outros estabelecimentos comerciais.

Decisões foram embaladas por Decreto
do Governador do RS Eduardo Leite (PSDB)

Por ora, apenas quatro*** cidades gaúchas
mantiveram o isolamento social inicial

* Nove Municípios do RS, com mais de 100 Mil Habitantes,
que já decidiram pela Flexibilização do Comércio:

1. Caxias do Sul = 515.213 Habitantes
2. Canoas = 350.022 Habitantes
3. Santa Maria = 282.660 Habitantes
4. Viamão = 255.224 Habitantes
5. Passo Fundo = 203.275 Habitantes
6. Cachoeirinha = 130.293 Habitantes
7. Uruguaiana = 126.970 Habitantes
8. Bagé = 121.143 Habitantes
9. Bento Gonçalves = 120.454 Habitantes

** Cinco Municípios que estão
analisando a Flexibilização:

1. Pelotas = 342.405 Habitantes
2. Gravataí = 281.519 Habitantes
3. Novo Hamburgo = 246.748 Habitantes
4. Alvorada = 210.305 Habitantes
5. Santa Cruz do Sul = 130.416 Habitantes

***Quatro Municípios onde, até agora,
as medidas não serão flexibilizadas:

1. Porto Alegre = 1.483.771 Habitantes
2. São Leopoldo = 236.835 Habitantes
3. Rio Grande = 211.005 Habitantes
4. Sapucaia do Sul = 141.075 Habitantes

Dados Demográficos (2019)
Conforme Estimativa do IBGE
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_munic%C3%ADpios_do_Rio_Grande_do_Sul_por_popula%C3%A7%C3%A3o#Munic%C3%ADpios

Levantamento Gaúcha/ZH
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2020/04/nove-dos-18-maiores-municipios-do-rs-flexibilizam-abertura-do-comercio-ck8uvbwpf021101qw8ro8217h.html

https://estado.rs.gov.br/upload/arquivos//doe-9abr2020-decreto-55-177.pdf
https://www.contabeis.com.br/legislacao/5644263/decreto-rs-55177-2020/

    Zé Maria

    Detalhe

    Olha só que coincidência:
    Dos 14 Prefeitos que flexibizaram as regras de isolamento social, nas cidades gaúchas com mais de 100 mil habitantes acima nomes nadas,
    NENHUM é do petê.

    Entretanto, dos 4 (QUATRO) Prefeitos que mantiveram as normas sanitárias restritivas à população para prevenção à infecção por COVID-19, de acordo com a OMS,
    3 (TRÊS) são do PT:
    São Leopoldo, Rio Grande e Sapucaia do Sul.

Zé Maria

Olha, da forma como Temer e Bolsonaro destruíram o Sistema Público de Saúde Brasileiro, pelo estrangulamento orçamentário, que causou inclusive uma insuficiente produção de vacinas, não é de duvidar que morra gente pra caramba de H1N1 neste inverno no Sul.
De COVID-19, então, não há a menor dúvida. Inda mais considerando que os governadores da Região Sul do Brasil estão liberando o povo da quarentena para fazer aglomeração.
Vai ser um verdadeiro massacre.

Zé Maria

Governo do RS vai distribuir cloroquina a 29 hospitais de referência

[para matar mais rápido os ‘hospitalizados em estado grave’]

https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/especiais/coronavirus/2020/04/734043-governo-do-rs-vai-distribuir-cloroquina-a-29-hospitais-de-referencia.html

    Zé Maria

    O Gado BolsoLeite e a Cachorrada Gaúcha tão tranquilitos no más.

    GOVERNO DO RS CONTRATA PET SHOP PARA FAZER EXAMES DE COVID-19

    Loja de Produtos Agropecuários de Pelotas foi contratada sem licitação
    Governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), foi Prefeito de Pelotas até 1º/01/2017
    Suposto Laboratório funciona em um GALPÃO nos fundos da agropecuária.

    | Reportagem: Paula Bianchi & Hyury Potter | The Intercept BR | 10/4/2020 |

    UMA LOJA DE PRODUTOS agropecuários em que funciona uma pet shop e
    em que também é possível aproveitar para comprar galões de água mineral
    e botijões de gás.
    Esse foi o primeiro laboratório fora da estrutura pública estadual escolhido pelo governo do Rio Grande do Sul para fazer exames de covid-19.
    Durante o anúncio do acordo, nesta segunda, a secretária de Saúde do estado, Arita Bergmann, informou que a Agropecuária Machado, localizada na cidade de Pelotas, foi escolhida por ser “um laboratório de excelência” e que tem como diferencial “ter os reagentes necessários para os exames”.
    Mas a empresa só incluiu o serviço “laboratórios clínicos” entre a descrição de suas atividades na Receita Federal em 6 de abril – três dias depois da assinatura do contrato.

    Feito sem licitação no embalo do decreto de emergência do coronavírus, o acordo prevê seis meses de serviços e pode render até R$ 8 milhões aos proprietários do pet-laboratório, que promete processar 250 testes por dia por módicos R$ 175 cada um.
    A portaria que cita a assinatura do contrato, publicada no Diário Oficial do estado nesta terça, no entanto, não informa qual tipo de análise será realizada.
    Essa informação é crucial.
    Há dois tipos de teste, com uma diferença abissal entre eles: os rápidos, que detectam os anticorpos no sangue, mais baratos e que têm até 75% de chance de erro, e os do tipo RT-PCR, que detectam o vírus a partir de uma análise no DNA, muito mais precisos.

    A escolha deixou estarrecidos servidores públicos da Secretaria Estadual de Saúde, técnicos e pesquisadores que conversaram com o Intercept, sob a condição de anonimato por estarem ligados à estrutura do governo que lida com a pandemia.
    Eles afirmam que a falta de detalhes sobre esse tipo de contrato de análise laboratorial, além da zero experiência da agropecuária, é incomum – e preocupante.
    “Estamos incorrendo no grave risco sanitário epidemiológico de termos milhares de testes falsos negativos.
    E, assim, não conseguiremos interromper a cadeia de transmissão do vírus.
    Vamos colapsar o sistema de saúde local”, disse um um funcionário da Secretaria de Saúde que acompanha a situação e considera muito difícil que a agropecuária consiga realizar 250 testes por dia, dada a sua falta de expertise na área.

    A Agropecuária Machado ficou responsável por analisar as amostras de casos suspeitos das Coordenadorias Regionais de Saúde 3 e 7, que atendem as regiões de Bagé e Pelotas, no sul do estado.
    Os testes, a princípio, seriam feitos em 24 horas, mas, entre segunda e o começo desta quinta-feira, nenhum resultado foi entregue.
    Várias amostras sequer passaram por triagem, processo em que é avaliado se o material pode ou não ser analisado, e muitas foram canceladas, o que leva técnicos do governo a suspeitar que o local não será capaz de realizar os testes.

    Em um áudio a que tivemos acesso, um funcionário da prefeitura de Santa Vitória do Palmar, cidade a cerca de 260 quilômetros de Pelotas e parte da Coordenadoria Regional de Saúde 3, questiona onde deve entregar o material para ser testado.
    “Estou no local indicado pelo Google Maps, mas só tem uma agropecuária”, afirma.

    Nas redes sociais, o dono da agropecuária, que ganhou o nome de sua família, Toni Machado, mostra orgulhoso uma foto que tirou em 2018 com Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência da República.
    Há também fotos da pet shop e de promoção de água e gás.
    Nos últimos dias, Machado tem falado com ainda mais orgulho do contrato que a sua empresa celebrou com o governo do conterrâneo Eduardo Leite, que antes de se tornar governador do Rio Grande do Sul foi prefeito de Pelotas.
    Ele chegou a postar uma suposta imagem do laboratório, feita por uma câmera de segurança em 2017.
    Nela é possível ver um corredor apertado com diversas pessoas sentadas usando toucas, luvas, máscaras e aventais mexendo em amostras que parecem ser de sangue.

    O pet-lab funciona em uma simpática casa no bairro Três Vendas, em Pelotas.
    Por telefone, funcionários da empresa confirmaram que o laboratório funciona
    em um GALPÃO nos fundos da agropecuária.
    Questionados sobre quem seria o técnico responsável, eles transferiram a ligação para uma mulher chamada Gabriela que disse ser a encarregada, mas não quis informar o sobrenome.
    “Perguntem para a secretaria de Saúde quem é o responsável técnico”, provocou Gabriela.

    Uma pesquisadora do Instituto de Ciências Básica da Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que também se candidatou para realizar os testes – e a R$ 120, preço de custo –, listou ainda outras exigências que um laboratório precisa ter para trabalhar com exames de covid-19: cabines de segurança biológica e, principalmente, técnicos capacitados, são algumas delas.
    Um laboratório deste tipo completo, disse, não sai por menos de R$ 1 milhão.

    Nesta quinta-feira, a universidade anunciou um acordo para realizar um total de 500 testes de covid-19 – o equivalente a dois dias do total contratado com a agropecuária.
    Mesmo com anos de prática, o laboratório da UFRGS informa que só será capaz de processar 160 testes por dia – 90 a menos do que a pet shop estreante afirma que processará.

    Mais Detalhes, inclusive cópias de documentos, em:
    https://theintercept.com/2020/04/09/rs-contrata-pet-shop-exames-coronavirus/

    Zé Maria

    MPE-RS ENTRA COM PEDIDO DE LIMINAR PARA SUSPENDER CONTRATO
    ASSINADO PELO GOVERNO RS COM LOJA AGROPECUÁRIA DE PELOTAS
    QUE FARIA TESTES LABORATORIAIS PARA COVID-19 NA POPULAÇÃO

    Justiça do Estado dá 48 Horas para Secretaria Estadual de Saúde Responder

    O Ministério Público do Rio Grande do Sul [MPE-RS] decidiu investigar se
    a agropecuária contratada pelo governo estadual para produzir e realizar exames
    de coronavírus na população gaúcha atende os requisitos legais e técnicos para
    executar a atividade.

    A agropecuária, que funciona como pet shop, foi o primeiro laboratório
    fora da estrutura pública contratado para realizar testes de Covid-19
    no Rio Grande do Sul.

    Na sexta-feira [03/4], o Conselho Regional de Medicina Veterinária do
    Rio Grande do Sul (CRMV-RS) emitiu nota informando que também vai acompanhar os trabalhos realizados pela agropecuária. Em 4 de abril, a
    entidade foi comunicada sobre o novo serviço prestado pela M&S.
    Porém, o Conselho negou a prática de exames em humanos e reiterou
    que apenas procedimentos envolvendo a saúde animal podem ser
    feitos no local.

    “O CRMV-RS informou que, por se tratar de diagnóstico em humanos,
    o médico veterinário não tem competência legal para assinar o laudo
    (referente a humanos). Essa atribuição cabe exclusivamente a médicos,
    farmacêuticos ou biomédicos”, diz o comunicado.

    Após a negativa do CRMV-RS, a agropecuária informou, em 6 de abril,
    que contratou dois farmacêuticos para realizar os exames da covid-19.

    “Em razão de várias reportagens jornalísticas a respeito deste contrato,
    algumas apontando fatos que merecem esclarecimento, o Ministério Público
    [Estadual do Rio Grande do Sul = MPE-RS], por sua Promotoria de Justiça de
    Defesa do Patrimônio Público de Porto Alegre, instaurou o Inquérito Civil
    Nº 01623.000.308/2020, tendo como objeto a apuração de ‘possível irregularidade
    em contrato firmado pelo [Governo do] Estado para realização de exames diagnósticos do COVID-19 com a empresa [de Pelotas=RS] M&S Produtos
    Agropecuários Ltda.’, figurando como investigados a Secretaria Estadual
    de Saúde, a empresa contratada e o seu sócio-gerente, Toni Patrick dos
    Santos Machado”, informou o MPE-RS.

    Além das matérias, o MPE-RS recebeu, no dia 08 de abril, na Promotoria
    de Justiça de Rio Grande-RS [a 60 Km de Pelotas], um Termo de Informação Sigiloso que manifestava “preocupação com o fato de que o contrato fora celebrado sem avaliação de qualquer integrante da área técnica da
    Coordenadoria Regional de Saúde ou do Estado, demonstrando preocupação
    com a realização de exames por amostragem em razão do quantitativo proposto
    de análises/dia e da estrutura de uma agropecuária para realizar tais análises,
    o que poderia acarretar em falsos positivos”.

    “Os movimentos paralelos e simultâneos da empresa a ser contratada
    e a tolerância do Estado com vários aspectos no mínimo controvertidos
    a respeito de sua capacidade de cumprir o contrato, assim como o caráter
    inusitado de um laboratório agropecuário adquirir uma proeminência diante
    de toda a rede laboratorial clínica privada do Estado, levantam indícios de ação
    concertada entre agentes públicos e privados, de modo oportunista, diante
    do relaxamento das regras licitatórias a pretexto da pandemia mundial”,
    alertou o MPE-RS.

    O Estado está, portanto, assumindo riscos que não assumiria numa situação
    de normalidade. A ação ou omissão de servidores públicos continuará a ser
    investigada no inquérito civil, porém a execução do contrato não deve prosseguir,
    pelas razões acima expostas, até que se esclareçam as circunstâncias exatas
    de sua escolha e contratação, assim como a real capacidade técnica
    do contratado”, argumentou o MPE-RS no pedido de Liminar,
    na Ação Civil Pública ajuizada na 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital.

    No pedido, o MPE-RS destaca o fato de a agropecuária ter alterado seu contrato social na Junta Comercial do Rio Grande do Sul, para acrescentar a atividade de “laboratório clínico”, no dia 6 de abril, mesma data da assinatura do contrato com o Governo do Estado. Dois dias antes, a empresa havia solicitado ao Conselho Regional de Medicina Veterinária [CRMV_RS], autorização para realizar testes de Covid-19, o que foi negado.
    E então, no dia 8 de abril, a agropecuária ingressou com pedido de registro
    junto ao Conselho Regional de Farmácia (CRF-RS), concedido no dia seguinte
    após a apresentação de um técnico responsável inscrito no CRF.

    No processo, o Promotor Público que conduz a ACP também questiona
    as vistorias feitas por servidores estaduais ao local, que foi atestado
    como tendo capacidade técnica mesmo antes de ter obedecido a todas
    as obrigações legais para o funcionamento.
    O Promotor advertiu para a declaração da Secretária Estadual da Saúde,
    Arita Bergmann, de que o laboratório tem “equipe de alto nível”:
    “É, no mínimo, exagerada, e quiçá, temerária, uma vez que apenas após
    a celebração do contrato a Agropecuária Machado tomou providências para
    sua adequação à RDC nº 302/2005, inclusive contratando profissional farmacêutico”.

    A Agropecuária Machado, nome fantasia da M & S Produtos Agropecuários Ltda, localizada em Pelotas, foi contratada emergencialmente, sem licitação,
    e garantiu ter capacidade para processar 250 testes por dia, com entrega
    dos resultados em 24 horas, a um custo de R$ 175, cada.
    O convênio pode render até R$ 8 milhões aos proprietários da empresa.

    Nesta quinta-feira (16), o Judiciário Estadual do RS concedeu 48 horas
    para que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul forneça informações
    sobre a referida contratação do “Laboratório Agropecuário” de Pelotas
    para realização de exames de coronavírus na Região Sul do Estado.

    Na decisão, o Juiz Estadual afirma que as apurações e os questionamentos
    realizados pelo MPE-RS são graves.
    “A complexidade da contratação, objeto do feito, a gravidade dos questionamentos
    levantados pelo autor [MPE-RS] e o relevante interesse público acerca da avença
    torna imprescindível neste momento a oitiva do Estado do Rio Grande do Sul
    antes de qualquer decisão”, relata o Magistrado em trecho do despacho.

    https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/coronavirus/2020/04/mp-pede-suspensao-do-contrato-de-agropecuaria-para-fazer-testes-de-covid-19-no-rs/
    https://guaiba.com.br/2020/04/11/mp-vai-investigar-atuacao-de-agropecuaria-contratada-pelo-governo-para-realizar-testes-de-coronavirus/
    https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2020/04/justica-concede-48-horas-para-estado-explicar-contratacao-de-laboratorio-agropecuario-para-exames-de-coronavirus-ck934pmn700jp014q7wqhd4id.html

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