Wilson Ramos Filho (Xixo): Capitalismo brasileiro está nu. Uma feia, obscena, depravada, nudez

Tempo de leitura: 2 min

Página de Eduardo Matysiak em rede social

Desde ontem (27/03) o capitalismo brasileiro ficou nu. Em muitas cidades houve carreatas repetindo a homicida exortação de que o Brasil não pode parar.

Os burgueses, protegidos dentro dos carrões, exigem que seus empregados voltem a trabalhar para gerar riqueza.

Bingo! Epifania! Revelação! O que gera riqueza não é o capital. É o trabalho!

A burguesia enfim percebeu que o capital imobilizado em máquinas, equipamentos, estoques e sistemas de computador não gera riqueza. Sem o trabalho dos empregados o capital é inútil. Tanto quanto os capitalistas, essa classe parasitária que – sem nada produzir – vive da exploração dos trabalhadores.

Só há riqueza porque houve exploração do trabalho de alguém. O que gera o acúmulo de capital é a parcela não paga sobre o trabalho humano.

Essa parte não remunerada do trabalho dos empregados (mais-valia) é acumulada pelos empregadores sob a forma de capital.

Os que desfilaram buzinando fizeram verdadeiro striptease ideológico.

Descortinaram para todos como funciona o capitalismo.

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Exigiram que os governos assegurem e garantam o que entendem ser seu direito, o direito a explorar, o direito a ficar com a mais-valia produzida por seus empregados.

Morrerão milhares de pessoas? Certamente sim. Mas isso está dentro das regras de um jogo chamado capitalismo.

Existe um exército de reserva a ser mobilizado para ocupar as vagas dos que fenecerem.

O que não admitem – vampiros – é que seus lucros e capital sejam comprometidos por decisões estatais que imponham o isolamento social. Entendem ter o direito de sugar até a última gota de sangue dos trabalhadores, antes que morram ou se tornem inúteis para a exploração.

Para a parcela da burguesia que nelas buzinou histericamente ou que apoiou as carreatas, os trabalhadores são descartáveis, substituíveis, como peças de uma diabólica máquina de moer pessoas, para gerar excedentes financeiros a quem os explora.

O Brasil não pode parar, assim, constitui-se em eufemismo para a exploração do trabalho humano, prestado sob subordinação, que não poderia ser interrompida.

O capitalismo brasileiro está nu. Uma feia, obscena, depravada, nudez.

Necrófilos buzinaram, perversos, excitados – e não foram poucos – em defesa de seus privilégios, de seus interesses de classe. São classe exploradora em-si e para-si.

Desnudaram-se, deixaram à mostra, impudicos, suas obesidades, reais e metafóricas, em defesa do direito a explorar o trabalho alheio.

Pretendem que os trabalhadores se apinhem nos insalubres transportes coletivos, contaminando-se, para produzir os excedentes que engordarão ainda mais o capitalismo brasileiro.

Os flácidos organizadores das carreatas orientaram os participantes a não saírem de seus veículos. Não são bestas. Temiam a contaminação. Mas não se importam se seus empregados se expuserem. O nome do jogo é capitalismo.

Ficou evidente, com as carreatas, o desejo dos proprietários dos meios de produção e da quase-classe, sem deles ser proprietária (a classe média), de apoiar o sistema de exploração vigente.

Esperemos que a classe trabalhadora, estarrecida com a nua desfaçatez dos exploradores tome consciência do poder que por óbvio tem, durante e, principalmente, depois de controlada a pandemia.

Wilson Ramos Filho (Xixo), doutor em direito, professor na UFPR, integra o Instituto Defesa da Classe Trabalhadora.

Autor: Xixo (Wilson Ramos Filho)

Imagens: Eduardo Matysiak, Ricardo Molinõs e vídeos do G1 .

Locução: Renet Limpias

Edição: Renato Próspero

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Comentários

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a.ali

e tem “trabalhador” que se vê fazendo o jogo, que ainda e ou nunca se dará conta que é contra ele mesmo esse “o brasil ñ pode parar” o mais certo seria ” vcs. ñ podm parar de produzir para nós ficarmos mais ricos sugando tudo de vcs, seus otários…

Zé Maria

Espera-se sim que a Classe Trabalhadora compreenda o Efeito de uma Greve Geral.
E saibam por que os patrões fazem os empregados trabalharem até a exaustão,
para não permitir que os Trabalhadores pensem sobre a sua própria situação
e não façam Rebeliões Reivindicatórias Incômodas, sobretudo pelos Sindicatos.

Zé Maria

O desgoverno Bolsonaro/Guedes/Moro
levou uma Golden Shower de COVID-19.
Uma Enxurrada de Mijo CoronoVirótico
jorrou sobre os Fascistas do Mercado,
deixando a Burguesia Contaminada
implorando ao Estado por um Banho
Desinfectante de Keynesianismo.

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