Jornalista diz que nomes de infectados por coronavírus, omitidos por hospital, podem ser os de Bolsonaro e primeira dama
Tempo de leitura: 2 min“Integrantes do Palácio do Planalto admitem que os dois nomes dos pacientes com testes positivos para o novo coronavírus sonegados à Justiça pelo Hospital das Forças Armadas (HFA) podem ser os do presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama, Michelle”, escreveu esta tarde o blogueiro Vicente Nunes, do Correio Braziliense.
Nunes tem 32 anos de jornalismo e já ganhou três prêmios Esso.
“Esses servidores dizem que a lista do HFA virou tabu dentro do Planalto. A ordem é não passar qualquer informação sobre os exames do presidente e da mulher dele “por questão de segurança nacional”. Mas o incômodo é grande, uma vez que o Palácio de tornou uma das principais fontes de contaminação pelo coronavírus em Brasília”, escreveu.
Acrescentou: “O último a ser contaminado foi um dos motoristas que atendem o presidente da República. Ele deu entrada em um hospital de Brasília alegando estar com problemas respiratórios, sintomas característicos da Covid-19”.
Mais cedo, a Folha de S. Paulo havia informado que o Hospital das Forças Armadas (HFA), que atendeu Jair Bolsonaro, omitiu do governo do Distrito Federal o nome de duas pessoas que testaram positivo para o coronavírus.
Os dados do HFA foram entregues depois de um pedido judicial feito por autoridades sanitárias do DF.
Diante disso, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou um requerimento, que resumiu:
Requeiro sejam solicitadas informações ao Ministro Jorge Antonio de Oliveira Francisco, Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, quanto aos resultados dos exames para COVID 19, realizados pelo presidente da república.
Contando o motorista, são 25 as pessoas que fizeram parte da comitiva ou tiveram contato com ela e testaram positivo:
Marcelo Thomé da Silva de Almeida, presidente da Federação de Indústrias de Rondônia
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Major Mauro César Barbosa Cid, ajudante de ordens do presidente
Coronel Gustavo Suarez da Silva, diretor adjunto do Departamento de Segurança do GSI
Filipe Martins, assessor especial da Presidência
Embaixador Carlos França, chefe do cerimonial da Presidência
Sergio Segovia, presidente da Apex
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia
Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Daniel Freitas, deputado federal
Flavio Roscoe, presidente da Federação das Indústria do Estado de Minas Gerais (Fiemg)
Marcos Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia
Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência da República
Nelsinho Trad (PSD-MS), senador
Nestor Forster, encarregado de negócios do Brasil nos Estados Unidos
Samy Liberman, secretário Especial Adjunto de Comunicação Social da Presidência
Francis Suarez, prefeito de Miami
Sérgio Lima, publicitário que trabalha com a família Bolsonaro na criação do partido Aliança pelo Brasil
Karina Kufa, advogada de Jair Bolsonaro
Quatro integrantes da equipe de apoio da comitiva, não identificados
Se o presidente da República está escondendo que foi contaminado pelo coronavírus, seu isolamento político pode se agravar, já que Bolsonaro deixou o isolamento para se encontrar com apoiadores na manifestação de 15 de março.
Segundo pesquisa Datafolha, 68% dos entrevistados reprovaram o comportamento de Bolsonaro no episódio.
Testado, o governador de São Paulo, João Doria, expôs o exame — que deu negativo — em rede social.
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