Paulo Pimenta: Bolsonaro e Guedes desprezam as vidas em jogo, em especial os mais vulneráveis e desprotegidos
Tempo de leitura: 3 minCoronavírus: a hora da responsabilidade
por Paulo Pimenta*
O que o povo brasileiro mais precisa neste momento de pandemia do coronavírus é da responsabilidade de seus governantes e instituições.
O primeiro gesto deveria começar pelo governo federal, liberando todos os recursos disponíveis para a saúde, represados pelo teto de gastos, imposto pela Emenda Constitucional 95.
Calcula-se que, para começar, o Sistema Único de Saúde – o SUS – necessita de R$ 20 bilhões para oferecer o atendimento e a proteção adequada aos cidadãos e cidadãs brasileiros.
Mais do que nunca nosso povo não pode ser visto apenas como consumidor capaz – ou não – de comprar serviços de saúde.
Cada brasileiro e brasileira deve ser tratado como portador do direito inalienável ao atendimento da saúde pública.
Calamidade
Nossa tarefa prioritária deve ser a de mobilizar todas as forças que não se renderam à indiferença do governo do “salve-se-quem-puder”, para exigir um basta à incompetência e à improvisação.
Para devolver ao País uma perspectiva de ações emergenciais, de curto, médio e longo prazos, com estratégias definidas, com começo meio e fim, capazes de nos conduzir à superação dessa calamidade que se abateu sobre o mundo, e que chega ao Brasil com muita força, apesar de todas as advertências.
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Não serão com as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ou pela mensagem presidencial ao Congresso, insuficientes e contraditórias, que faremos frente à pandemia.
Bolsonaro/Guedes orientam suas ações pela preocupação de que “a economia não pode parar”.
Desprezam as vidas em jogo, especialmente dos mais vulneráveis e desprotegidos da nação, como a população pobre, idosos, crianças, doentes crônicos e de uma parcela significativa de profissionais e trabalhadores que não terão a opção da reclusão ou da não exposição ao vírus, dentre outros.
Demente
O que ocorreu no último domingo, 15 de março, foi o ápice da irresponsabilidade do capitão-presidente.
Ele acabara de chegar dos Estados Unidos, onde deixara um rastro de contatos diagnosticados com suspeita de contaminação pelo coronavírus, e se dirigiu a uma manifestação que propunha o fechamento do Congresso e do STF, distribuindo selfies, abraços e apertos de mão aos seus apoiadores.
Qualquer qualificação que se queira atribuir à participação de Bolsonaro no ato golpista não esconderá o fato de que ele praticou um conjunto de crimes, a começar pelo desrespeito à Constituição, que determina ao chefe do Executivo atuar pela harmonia entre os Poderes.
Há quem prefira defini-lo como um demente. Não é difícil.
Bolsonaro contribui todos os dias para facilitar a consolidação da impressão de que tem parafusos soltos.
Mas há coisas piores, como as evidências de seu envolvimento com o crime organizado no Rio de Janeiro e o apoio a práticas não republicanas.
Da posse até hoje, Bolsonaro se empenhou em oferecer para quem quiser os argumentos:
*seus vínculos evidentes com o crime organizado nas milícias do Rio de Janeiro;
*o estímulo público ao motim de policiais militares no Ceará;
*a proteção da família de Fabrício Queiroz, o bandido de estimação da família do presidente que segue refugiado sem ser incomodado pela Polícia Federal sob comando de Sérgio Moro;
*os vínculos conhecidos e reconhecidos com o capitão Adriano, morto pela polícia baiana há pouco mais de um mês, além das obscuras relações com os possíveis assassinos de Marielle Franco.
Militarismo
Alguns setores políticos e da grande mídia agora ensaiam um afastamento em relação ao atual presidente da República sob o argumento de que se trata de um louco. Deixemos esse assunto para os especialistas.
Mas a irresponsabilidade de Bolsonaro fica patente ao retirar o comando das ações sobre o coronavírus do ministro da Saúde e entregá-lo a um general, ao descumprir as orientações dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelas equipes técnicas e científicas de seu próprio governo.
Mostra ser um irresponsável, sem noção do cargo que ocupa, ao dizer que o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, estimula a histeria quando alerta para a gravidade da situação.
Um imigrante haitiano, na porta do Palácio da Alvorada, definiu tudo esta semana: “Bolsonaro acabou! Não é presidente mais!” .
Mais do que nunca, cabe ao povo, às organizações populares, aos profissionais da saúde, aos partidos que se opõem a este governo de liquidação nacional exigir políticas e ações efetivas voltadas à proteção social e à saúde da população, estabelecendo redes de solidariedade para fazer frente à pandemia.
O momento é de extrema gravidade.
Só essa união poderá fazer frente a um presidente irresponsável que em vez de governar fica 24 horas nas redes sociais para fazer intriga e gerar crises.
* Paulo Pimenta é deputado federal (PT-RS).
Comentários
Zé Maria
Um Alerta:
Muito Cuidado com essa história de Plenário Virtual no Congresso Nacional.
Daqui a pouco estão aprovando na correria até Emendas Constitucionais.
As Milícias de Bolsonaro/Guedes./Moro são Perigosíssimas.
No Supremo já fizeram muitas sacanagens com esses tais votos virtuais, à distância.
Henrique Martins
Meu Deus salve meu país. Onde já se viu fechar a entrada de pessoas de outro país e não colocar os EUA na lista se a comitiva do presidente quase toda se contaminou lá.
Estamos sendo governados por gente vendida para outro país . Eles trabalham para os EUA .
Como o Brasil foi cair nessa gente.
É um absurdo o que estamos vivendo com a complacência das instituições.
Meu Deus o que faremos para nos livrar dessa desgraça que de abateu sobre o país?
Zé Maria
Ver os Neoliberais defensores do livre mercado
afirmando que o Estado deve atuar
para salvar a Economia do País
não tem preço.
O problema é que eles destruíram
o Estado e não há mais governo.
Silvia Montes
Nao temos um governante, temos um paspalho na presidencia e um incapaz no ministerio da economia. A Tendencia é aqui ser pior que a Italia.
Ainda para completar o cú de burro do 03 so fala mer.da. A China controlou a pandemia no seu territorio, se o Brasil precisar de ajuda da china nessa area nao terá. Outro absurdo dele é nao ver que nenhum pais faria isso dentro do seu proprio territorio, muito menos a china que cresce todo ano a economia deles.
O 03 notabilizou por dizer asneiras. É um cú de burro mesmo.
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