Governo já torrou U$ 42 bi das reservas para segurar o dólar, “estável” a R$ 4,67
Tempo de leitura: 3 minDa Redação
No dia seguinte à catastrófica segunda-feira de 2020, o dólar “caiu” para R$ 4,67 — normalizando o novo preço da moeda norte-americana para as proximidades dos 5 reais.
Nas manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, manifestantes levaram cartazes pregando a volta do dólar a R$ 1,99.
O colchão de dólares construído ao longo dos governos Lula e Dilma para defender o real é uma das armas que o governo Bolsonaro tem utilizado para defender a moeda brasileira.
Para dirigentes do Partido dos Trabalhadores, a inação do ministro da Economia Paulo Guedes e de Jair Bolsonaro diante da piora do cenário internacional são a receita para o desastre.
Sem investimento, produção e demanda, Bolsonaro empurra economia ao desastre
Em 2008, o Brasil enfrentou a mais brutal crise econômica desde 1929 superando as dificuldades e mantendo o crescimento do país
Do PT no Senado
O risco-país medido pelos contratos CDS (Credit Default Swap) chegou a 34%, o maior percentual desde 2002.
A última crise ocorreu em 2017, quando bateu em 29% por conta do episódio envolvendo Joesley Batista.
O CDS mede a percepção dos investidores sobre a capacidade de um país pagar suas dívidas.
Apoie o VIOMUNDO
Em 2002, o percentual atingiu os mesmos 34%.
Outros indicadores também apontam para o fracasso da política econômica do governo.
Em 2019, pela primeira vez, o Brasil sumiu do Índice Global de Confiança para Investimentos Estrangeiros, da consultoria americana Kearney, depois de estar no Top 5 até 2014.
Em 46 dias, o Ibovespa perdeu todos os ganhos dos últimos 14 meses, segundo Ney Hayashi, jornalista da Bloomberg.
Incompetência e descompromisso
“É a fragilidade do Brasil, um país sem credibilidade, sem investimento, com pouca produção”, alerta a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Para a presidenta do PT, “a única coisa que ajuda são as reservas internacionais, deixadas por Lula, que Bolsonaro queima”.
Até agora, o governo já queimou cerca de US$ 42 bilhões das reservas deixadas por Lula e Dilma – que hoje somam em torno de U$ 350 bilhões.
Apenas nesta segunda-feira, o BC vendeu mais US$ 3 bilhões para conter a alta do dólar.
As causas identificadas por Gleisi tem sintonia com a avaliação crescente entre os investidores, segundo matéria divulgada ontem pelo portal Globo.com.
De acordo com especialistas, o maior entrave é a recessão e o baixo crescimento dos últimos anos.
Para os investidores, “isso reduz renda, diminui capacidade de consumo”, fato constatado pela desaceleração da economia. “É o cansaço da falta de crescimento”, explicam.
Com Lula, enfrentamos crise mundial
A crise no mercado do petróleo e a epidemia do coronavírus não são motivos para justificar a incompetência do governo.
Em 2008, o Brasil também enfrentou a mais brutal crise econômica desde 1929, superando as dificuldades e mantendo o crescimento do país. Na época, o ex-presidente Lula apostou no mercado interno, na produção nacional e no poder de compra dos brasileiros.
O inverso do que ocorre hoje com as políticas de arrocho fiscal do governo Bolsonaro.
Reformas e privatizações só pioram cenário
Diante do iminente desastre, investidores, setores empresariais internos e da mídia insistem com as teses das “reformas” e das “privatizações”.
As reformas previdenciária e trabalhista empobreceram ainda mais a população.
As privatizações, por sua vez, em especial no setor petrolífero, são apenas transferência de ativos para o setor privado sem resultar em investimentos na economia.
Na verdade, em um cenário de queda das cotações do petróleo, as privatizações da Petrobras retiram caixa da empresa, favorecendo ainda mais a queda do investimento, que está´em nível baixíssimo.
“As bolsas despencaram após preço do barril de petróleo cair mais de 30%. O dólar bateu recorde. A situação é extremamente preocupante”, adverte o senador Paulo Paim, convocando a sociedade à mobilização para superar a crise atual.
Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!
Deixe seu comentário