Misiara Oliveira: Vamos juntas construir uma democracia que acolha as mulheres

Tempo de leitura: 2 min
Foto: Arquivo pessoal

Por uma democracia que acolha as mulheres 

por Misiara Oliveira*, no Sul21

Nós mulheres somos a maioria da população e do eleitorado no Brasil, no Rio Grande do Sul e em inúmeras cidades.

Apesar desta maioria, estamos sub representadas nos espaços de poder político.

Além disso, nossas cidades estão longe de serem territórios acolhedores e garantidores dos direitos básicos de cidadania para o povo e em especial para nós.

No Brasil, certamente há um caminho longo a ser trilhado até que a Democracia seja plenamente representativa para as mulheres.

Ao contrário, desde o golpe de 2016, com a derrubada da única mulher eleita para a Presidência da República, a cada dia vivemos em territórios cada vez mais hostis, sejam eles públicos ou privados.

A crescente cultura de intolerância e violência, alimentada por Bolsonaro e seus apoiadores, se movimenta, como bem disse o Presidente Lula, contra pobres, negros, LGBTTIs e as mulheres.

Não seria demais dizer que vivemos uma guerra, fruto da misoginia e do machismo.

Os índices de violência contra as mulheres e sua face mais cruel que é o feminicídio bateram marcas assustadoras.

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Segundo dados do Fórum de Segurança Pública, em 2019 foram registrados um caso de violência contra mulher a cada dois minutos no país.

Já o Monitor de Violência no Brasil, após análise de dados de 26 Estados mais o Distrito Federal, apurou o crescimento de 7,3% dos casos de feminicídio (crimes de ódio motivados pelo fato de ser mulher).

O novo sujeito fascista e de extrema direita no Brasil também é misógino, não gosta de mulheres, muito menos com direitos. Para eles, a submissão é a regra.

As eleições presidenciais de 2018 nos arremessaram para dentro do Conto da Aia, de Margaret Atwood.

Vivemos sob um governo comandado por corruptos e hipócritas, que investem em narrativas fundamentalistas, reacionárias, baseadas na submissão, no controle e normalização dos corpos e na destruição da educação, da cultura e da ciência.

Afinal, é mais fácil submeter quem não possui instrumentos para o exercício pleno das liberdades.

Submeter, subjugar, colocar as mulheres, o povo e o país de joelhos. Esses são objetivos que unificam um conjunto de setores e interesses que hoje ocupam o poder central no país.

Nesse cenário, as ações da ministra Damares passam longe de ser apenas uma cortina de fumaça.

Ela é a expressão deste objetivo ideológico que é perseguido todos os dias, de forma direta ou simbólica, contribuindo para coesionar a base social do governo, semeando, quem sabe, a sustentação de um almejado futuro regime.

Frente a tantos ataques, podemos afirmar que “Resistência” é a palavra que se impõe. Uma palavra feminina e feminista para o Brasil de 2020.

A mesma Resistência que forjou esta nação, desde a luta contra todos os tipos de escravidão – de Dandara a Benedita da Silva; contra todas as tiranias e ditaduras – de Olga Benário a Dilma Rousseff e pelo direito ao voto e à tribuna – de Bertha Lutz a Marielle Franco.

É na Resistência que semeamos um outro tipo de Democracia, que seja representativa das maiorias e minorias sociais excluídas e enfrente as desigualdades históricas que perpetuam hierarquias de gênero, raça e classe no país.

Te convido para participar desse março de lutas, iniciando pelo dia 8 – Dia Internacional da Mulher.

Vamos juntas construir uma Resistência que produza uma Democracia que acolha as mulheres!

#SilenciadasNuncaMais

#ForaBolsonaro!

*Misiara Oliveira é feminista, integrante da Executiva Nacional do PT.

 

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Comentários

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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/ESjShADXYAAsdV-?format=jpg

“O medo existe para que a gente construa em cima dele o desafio e a esperança que nos leva à transformação.”

@dilmabr no I Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, em Brasília.

#MulheresEmLuta
#MulheresSemTerra
#SemeandoResistência
#EleNão

https://twitter.com/MST_Oficial/status/1236471345334169600

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