O Globo: Suspeitos de receber quase R$ 4,3 milhões em esquema de rachadinha visitaram gabinete de Carlos Bolsonaro no mesmo dia

Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Câmara Municipal do RJ

Da Redação

Os repórteres Juliana Dal Piva, Chico Otavio e João Paulo Saconi fizeram uma revelação bombástica em O Globo: um trio formado por mãe e dois irmãos fez uma visita inusitada ao gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, na Câmara Municipal do Rio, no período em foram chamados a depor no Ministério Público fluminense sobre a suspeita de participarem de um esquema de rachadinha.

Com base na Lei de Acesso à Informação, o diário conservador carioca obteve as fotos registrando a entrada de Neula, Rafael e Rodrigo de Carvalho Goes na Câmara às 10 da manhã do dia 30 de outubro de 2019.

Rafael e Rodrigo trabalharam no gabinete de Carlos Bolsonaro e não tinham estado na Câmara desde 2015. Neula, exonerada em fevereiro 2019, depois de 18 anos trabalhando com Carlos, voltava pela primeira vez ao gabinete.

Juntos, eles receberam R$ 1.957.000,00 em dinheiro público.

O MP carioca apura se praticaram a rachadinha, nos mesmos moldes em que se deu no gabinete de outro filho do presidente da República, Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Também visitaram o gabinete de Carlos, no mesmo dia, pai e filho: Guilherme dos Santos Hudson e Guilherme de Siqueira Hudson.

Hudson filho recebeu salário como chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro entre abril de 2008 e janeiro de 2018. Foram R$ 2,3 milhões em dinheiro de hoje.

Porém, ele mora e atua como advogado em Resende, a 170 quilômetros de distância.

Pai e filho já tinham estado no gabinete de Carlos em 12 de junho, dois dias depois de serem visitados por repórteres do matutino carioca em Resende.

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Nenhum deles quis esclarecer os motivos das visitas a O Globo.

Hudson pai é investigado no esquema de rachadinha do gabinete de Flávio Bolsonaro, de quem recebeu cerca de R$ 18 mil na Alerj.

Hudson filho é primo da ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle.

Nove parentes de Ana Cristina supostamente trabalharam em gabinetes da família Bolsonaro.

De acordo com investigação do MP fluminense, o pai de Ana Cristina, José Cândido Procópio da Silva Valle, que teria trabalhado na Alerj entre 2003 e 2004, sacou 99,7% de tudo o que recebeu em dinheiro.

A mesma apuração indica que 13 assessores indicados pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro transferiram R$ 2 milhões para Fabrício Queiroz, o intermediário do esquema.

Dentre as pessoas que repassaram dinheiro a Queiroz estão a mãe e a esposa do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, morto domingo pela polícia no interior da Bahia.

Danielle Mendonça da Costa e Raimunda Veras Magalhães, mulher e mãe de Adriano, receberam cerca de R$ 2 milhões em salários do gabinete de Flávio Bolsonaro.

Elas repassaram cerca de R$ 200 mil a Fabrício Queiroz e sacaram outros R$ 200 mil em dinheiro vivo.

Andrea Siqueira Valle, irmã da ex-mulher de Jair Bolsonaro, o pai dela José Cândido Procópio Valle e a prima Juliana Siqueira Magalhães Vargas foram contratadas duas vezes pelo clã Bolsonaro.

Supostamente trabalharam nos gabinetes do então deputado federal Jair e do deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Flávio também contratou quatro tias, um tio e um primo da ex-mulher do pai, além de Fabrício Queiroz, a mulher e a enteada dele.

A apuração do MP carioca sobre Carlos Bolsonaro corre em segredo de Justiça.

As investigações sobre Carlos podem desmontar a tese da defesa de Flávio Bolsonaro, que atribui a seu ex-chefe de gabinete Fabrício Queiroz protagonismo total no esquema.

Elas sugerem um amplo esquema de rachadinha, que tinha como beneficiários finais integrantes do clã Bolsonaro.

Jair, Flávio, Carlos e Eduardo acusam a imprensa de mover campanha contra a família.

O Globo sustenta que os Bolsonaro contrataram 102 pessoas com laços familiares para seus gabinetes desde 1991.

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Comentários

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Zé Maria

Como seriam denominados os ministros e secretários
nomeados por um PreZidenti da Ré-pública Desqualificado ?

E como seria chamado um indivíduo que abusa do cargo
e aceita ser ministro da [in]justiça apenas como trampolim
para galgar a outro cargo em um Tribunal Superior como o STF ?

Perguntar não ofende … Mas pode corresponder à Verdade.

Zé Maria

Os Bolsonaro queriam “queimar o arquivo”, literalmente …

Justiça do Rio impede cremação do corpo de miliciano Adriano, morto na Bahia

A cremação estava marcada para as 10h desta quarta-feira (12) no crematório do Cemitério São Francisco Xavier, no Caju (zona norte do Rio). Para que fosse realizada, no entanto, era necessária uma autorização judicial.

O pedido de alvará de cremação foi apresentado na segunda-feira (10) ao
Plantão Judiciário pela “mãe de Adriano”, “Raimunda Veras Magalhães”,
e por duas irmãs dele, Daniela e Tatiana Magalhães da Nóbrega.

Consultado, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro manifestou-se
contra a cremação.

A juíza do Plantão Judiciário do TJRJ decidiu não autorizar o procedimento,
afirmando que faltam documentos, como a guia de remoção de cadáver e
o registro de ocorrência.

Além disso, segundo a magistrada, eventual cremação impediria exames
que podem elucidar as circunstâncias da morte de Nóbrega.

“Acaso fosse deferida a cremação, inviabilizadas estariam eventuais providências a serem levadas a efeito pela autoridade policial”, escreveu a juíza. E completou:

“O interesse público na cabal elucidação dos fatos tem preponderância sobre o desejo de seus familiares”.

https://www.portaldoholanda.com.br/brasil/justica-do-rio-impede-cremacao-do-corpo-de-miliciano-morto-na-bahia

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