Deputada a ministro: Boa forma de avançar no Pisa será executar o Plano Nacional de Educação que o governo Bolsonaro rechaça

Tempo de leitura: 2 min
Para a deputada federal Margarida Salomão, ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a relativa estagnação do Brasil “reflete a falta de consistência e de persistência das políticas públicas de educação, que flutuam com os governos”. Fotos: Lula Marques/PT na Câmara e Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Parlamentares criticam ministro da Educação, que usou resultados do Pisa para atacar Paulo Freire e o PT

por Rogério Tomaz Jr, PT na Câmara

Os resultados do Brasil na edição de 2018 do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, na sigla em inglês) estimularam o ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub, a exibir novamente o seu despreparo para o cargo.

O titular do MEC atacou Paulo Freire e os governos do PT e recebeu resposta de parlamentares petistas e de Aloísio Mercadante, ex-ministro da Educação.

“Ao invés de atacar o PT e a memória de Paulo Freire, este ministro deveria se preocupar com o sucateamento da educação que seu governo protagoniza”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

“Após os governos do PT, a desvalorização da educação tornou-se política de Estado, sendo responsável também pelo resultado insatisfatório do Brasil no Pisa. Ainda assim, o ministro segue com sua retórica tacanha, sem apresentar nenhum trabalho pela educação brasileira”, acrescentou Rosário.

Investimento

Coordenadora da Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais, a deputada Margarida Salomão (PT-MG) apontou a diferença de investimentos entre os países para explicar o desempenho brasileiro.

“É preciso avaliar o Pisa. Dê um lado, comparar o desempenho da Finlândia com o Brasil é a mesma coisa que comparar o Flamengo com o Botafogo. Diferença de desempenho reflete diferença de investimento. A Finlândia investe quase sete vezes o valor que o Brasil investe por aluno/ano”, argumentou Margarida, que foi reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A parlamentar mineira lembrou ainda que “os países que têm melhor desempenho resolveram há quase um século problemas que o Brasil passou a enfrentar desde a Constituição Cidadã de 1988”.

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Para ela, a relativa estagnação do Brasil “reflete a falta de consistência e de persistência das políticas públicas de educação, que flutuam com os governos”.

PNE

De acordo com a ex-reitora, “uma boa forma de avançar no Pisa será executar o Plano Nacional de Educação”, que tem sido rechaçado pelo governo Bolsonaro.

Quem também mencionou o PNE foi o deputado Pedro Uczai (PT-SC).

“O governo Bolsonaro abandonou o Plano Nacional de Educação. Cumprir o PNE melhora a qualidade da educação. Neste momento, o governo se opõe a votar o Fundeb, que é o ponto central do financiamento da educação básica brasileira. Em vez de o ministro procurar inimigos ou culpados, ele deveria trabalhar mais, já que, em um ano ele não apresentou um único programa para melhorar a qualidade da educação brasileira”, disse Uczai.

Já deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) considera que os resultados do Pisa precisam ser contextualizados com outros indicadores.

“Exame com pequena amostra precisa ser visto com cuidado e contextualização. Qual a dimensão de cada país? Quanto efetivamente investem? Qual a dívida histórica com inclusão dos grupos mais vulneráveis?”, indagou a parlamentar.

“Utilizar resultados para atacar professores e a escola pública, justificando cortes, não é um bom caminho”, complementou Rosa Neide.

Ataques

O ministro disse que Paulo Freire representa o “fracasso total e absoluto” da educação sob os governos do PT.

“O símbolo máximo do fracasso da gestão do PT começou quando foi construída a lápide da educação, que está lá embaixo na entrada do MEC, que é esse mural do Paulo Freire. Então, sim, [o Pisa é] integralmente culpa do PT”, declarou Weintraub.

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Comentários

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Sebastião Farias

Será que ele conhece isso, exemplo de perseverança e competência do povo de SOBRA-CE? Qual a manifestação do ministro sobre essa conquista dos sobralenses do Ceará e cabeças-chatas? https://www.ocafezinho.com/2020/01/06/onu-sobral-ce-ocupa-primeiro-lugar-no-indice-de-desenvolvimento-da-educacao-basica/
Aqui no nordeste e, especialmente no Ceará, cidadãos esses que se especializaram a vencer dificuldades, dizem:”se correr o bicho pega, se ficar o bicho come mas, se nos unirmos, o bicho some”
Eita!
Sebastião Farias
Um brasileiro nordestinamazônida

Zé Maria

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LULIPE

A colocação do Brasil no Pisa só demonstra o fracasso dos governos petistas na educação.

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