Ao vivo: Após manobras e autoritarismo de Ratinho Jr., Assembleia vota reforma da previdência estadual; servidores proibidos de entrar
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Da Redação
Após sucessivas manobras do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), Ademar Traiano (PSDB), deve ser votada nesta tarde (04/12), a reforma da Previdência estadual.
A sessão não será na Alep, mas na Ópera de Arame, cercada por forças policiais.
Só poderão entrar parlamentares e imprensa.
Os servidores, os maiores interessados, estão proibidos de entrar.
A bancada da oposição na Assembleia Legislativa soltou a nota abaixo:
A respeito das manifestações de servidores públicos no dia de ontem (3) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/2019 e os projetos de lei 855/2019 e 856/2019, que integram o pacote da reforma previdenciária do funcionalismo do governo do Estado; bem como a transferência da sessão plenária desta quarta-feira (4) para a Ópera de Arame, com início às 14h30, quando as medidas serão votadas, a Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa se manifesta:
1) A intransigência com o funcionalismo público é uma das características do governo Ratinho Jr. Tanto no processo de tramitação da atual reforma previdenciária, quanto em outros momentos em que houve retirada de direitos e redução dos vencimentos dos servidores, não houve disposição efetiva por parte do Poder Executivo em estabelecer um diálogo construtivo e respeitoso com o funcionalismo.
2) A PEC, por se tratar de uma alteração na Constituição, possui tramitação diferenciada e em nenhuma hipótese pode ter a votação acelerada. Uma mudança na Constituição deve ser precedida de um amplo debate com a sociedade e com respeito absoluto aos ritos e prazos.
3) O governo Ratinho Jr., contudo, segue pelo caminho contrário. Ao solicitar regime de urgência para a tramitação da PEC, atropelando ritos e reduzindo prazos, além de não discutir previamente de forma aprofundada as mudanças com os servidores, o governo revela seu caráter autoritário.
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4) A Assembleia Legislativa não pode se curvar cegamente aos interesses do governo. Em primeiro lugar, a Mesa Diretora não poderia ter acatado o pedido de regime de urgência solicitado pelo governo para a tramitação da proposta.
5) Da mesma forma, a Mesa Diretora não pode, em nenhuma hipótese, promover manobras regimentais para aprovar a toque de caixa a PEC 16/2019, como realizar sessões extraordinárias, sem que o intervalo de votação de 5 sessões, conforme determina o Regimento Interno, seja devidamente respeitado. A votação de PEC em regime de urgência será um fato inédito na história da Assembleia Legislativa.
6) Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (4), o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), anunciou que serão realizadas hoje à tarde o número de sessões necessárias para aprovação das medidas, inclusive reuniões das Comissões permanentes. A tramitação da PEC é regulamentada na Constituição na Subseção II da Seção VI do Capítulo I do Título III, que em razão de sua relevância estabelece condições específicas e mais rígidas para análise e votação. Da mesma forma, é regulamentada pelo Regimento Interno na seção I do capítulo VI, que trata das matérias sujeitas a disposições especiais. De acordo com o Regimento, após aprovação de parecer na Comissão Especial, a votação em plenário deve ocorrer em dois turnos, com interstício de cinco sessões ordinárias.
Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa
Tadeu Veneri (PT) – Líder
Anibelli Neto (MDB)
Arilson Chiorato (PT)
Luciana Rafagnin (PT)
Professor Lemos (PT)
Requião Filho (MDB)
ÓPERA DE ARAME FICA A 4,7 KM DA ALEP
A mudança de local da sessão desta tarde, foi proposta pelo presidente da Casa e aceita pela Justiça do Paraná,.
A distância entre a Assembleia e a Ópera é de 4,7 km.
O bloqueio policial começa 1 km antes da Ópera
LUCIANA: “VOTAÇÃO TRAZ, SIM, PREJUÍZOS E NÃO RESPEITA O FUNCIONALISMO PARANAENSE”
Em aparte na sessão desta quarta-feira, a deputada Luciana Rafagnin criticou a falta de diálogo com os servidores do Paraná para votação atropelada da PEC da Reforma da Previdência do estado.
Também condenou a quebra do compromisso estabelecido na época da greve sobre o reajuste do funcionalismo.
O governo havia se comprometido não votar nenhum projeto de interesse dos servidores sem dialogar com as categorias, através da representação do Fórum Estadual, o FES.
Mas não foi isso o que aconteceu no debate da Previdência, não houve diálogo e a votação está sendo atropelada.
“O reajuste foi de 5%, parcelado em 3 anos. Mas o aumento na alíquota de contribuição de 11 para 14% anula o reajuste. Faz com que perca efeito”, disse a deputada Luciana. “A votação dessa PEC traz, sim, prejuízos aos servidores, não respeita o funcionalismo paranaense”, concluiu.
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