Pimenta desafia família Bolsonaro a apoiar quebra de sigilo bancário de Queiroz
Tempo de leitura: 2 minO líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), desafiou hoje (11) toda a família Bolsonaro – o presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) – a assinar um documento em favor da quebra de sigilo bancário de Fabrício Queiroz, ex-tesoureiro da família que se encontra foragido.
“Por que a família metralha tem tanto medo de Queiroz?”, indagou Pimenta [confira o vídeo abaixo].
“Por que a família metralha não permite, por exemplo, que seja feito com o Queiroz, com Flávio Bolsonaro, com Eduardo Bolsonaro, qualquer um deles, a quebra do sigilo bancário que possa demonstrar a movimentação financeira da família nos últimos anos?”, questionou o parlamentar gaúcho.
“Eu faço um desafio à família metralha: que o Eduardo assine aqui o requerimento. Que o Flávio Bolsonaro e o Jair venham a público e permitam uma investigação sobre o tesoureiro da família. E se não aparecer nenhuma relação de dinheiro na conta do Queiroz com os integrantes da família metralha, eu virei aqui para reconhecer a inocência da família dos metralhas milicianos”, propôs o líder.
O parlamentar observou que as investigações mostram que Queiroz recebia dinheiro de milicianos no Rio de Janeiro em suas contas e repassava para a família de Bolsonaro.
Um dos acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018, é o capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, um dos chefes do “Escritório do Crime” que teria participado do atentado.
Dinheiro para a primeira-dama
A ex-mulher e a mãe do capitão Adriano trabalharam no gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) quando ele era deputado estadual pelo Rio.
Elas, segundo disse Pimenta, repassavam dinheiro para Queiroz, num esquema de “rachadinha”, isto é, o dinheiro dos salários que recebiam do gabinete do então deputado ia direto para a conta do tesoureiro do Bolsonaro.
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“Queiroz pagou até contas da primeira-dama Michele Bolsonaro”, observou Pimenta.
Pimenta frisou que as relações com o capitão Adriano eram tão próximas que o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro chegou a homenagear o suspeito de participar do assassinato de Marielle com honrarias da Assembleia Legislativa do Rio.
O capitão recebeu de Flávio Bolsonaro a medalha Tiradentes – a maior honraria do estado do Rio – quando se encontrava preso em uma cadeia.
Moleque e mimado
O líder qualificou o deputado Eduardo Bolsonaro de “rapaz mimado e moleque” que exerce mandato sem ter noção do cargo, além do fato de andar com um séquito de seguranças pela Câmara dos Deputados, numa clara tentativa de intimidar seus colegas parlamentares.
Pimenta rebateu os ataques de Eduardo Bolsonaro ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No dia 30, em sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, Pimenta defendeu a convocação de Fabrício Queiroz e também a quebra de seu sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático.
O objetivo é esclarecer a profusão de fake news no Brasil, em especial durante a campanha eleitoral do ano passado, já que o financiamento das milícias digitais pode ter saído das contas do tesoureiro da família Bolsonaro.
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