Vazajato: Procuradores planejaram minar imagem de Raquel Dodge por meio de vazamentos na imprensa

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

“O barraco tem nome e sobrenome. Raquel Dodge”, o retrato da procuradora-geral segundo a Lava Jato

Mensagens obtidas pelo ‘The Intercept’ e analisadas em conjunto com o EL PAÍS mostram como força-tarefa trata a chefe como um entrave para operação. Eles buscaram driblá-la e planejaram minar sua imagem por meio de vazamentos de informação na imprensa

Marina Rossi, Regiane Oliveira, EL PAÍS, e Paula Bianchi, The Intercept 

“Caros. O barraco tem nome e sobrenome. Raquel dodge”.

A frase, escrita pelo procurador Januário Paludo a seus colegas da Operação Lava Jato em um chat do Telegram em 11 de março deste ano, é emblemática da cáustica avaliação que a força-tarefa de Curitiba tem da procuradora-geral que os comanda.

As conversas dos procuradores, enviadas ao The Intercept por uma fonte anônima e analisadas em conjunto com EL PAÍS, apontam que Dodge, o posto mais alto do Ministério Público, era vista como uma espécie de inimiga interna pela própria operação.

E que os procuradores chegaram a discutir a possibilidade de repassar informações secretamente a jornalistas para pressioná-la a liberar ao STF delações, entre elas, a de Léo Pinheiro, da construtora OAS, uma testemunha-chave de casos que incriminam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A relação estreita que, de acordo com os procuradores, existe entre Gilmar Mendes e Raquel Dodge é o cimento que constrói o muro de desconfiança e desdém que separa Curitiba da procuradora-geral da República.

É um sentimento que vem desde o começo da gestão dela, em setembro de 2017.

Em 20 de junho daquele ano, dias antes de Dodge ser apontada para o cargo pelo então presidente Michel Temer, Dallagnol diz aos colegas: “Bastidores: – Raquel Dodge se aproximou de Gilmar Mendes e é a candidata dele a PGR”, escreve o procurador.

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Em outra conversa, já em 2018, o coordenador da Lava Jato afirma que Dodge só não confronta Mendes porque “sonha” com uma cadeira no Supremo assim que seu mandato na PGR terminar.

A suposta aproximação com o ministro do STF, no entanto, é só uma das queixas da Lava Jato de Curitiba com Dodge.

Para os procuradores liderados por Dallagnol, a procuradora-geral é um obstáculo incontornável também por ser dona da caneta que tanto libera orçamento à força-tarefa como envia ao Supremo os acordos de delações premiadas que envolvem autoridades com foro privilegiado, como a de Léo Pinheiro.

Curitiba depende de Dodge de uma forma ainda mais fundamental: já em contagem regressiva para deixar a PGR em 17 de setembro, é ela que determinará se a força-tarefa continuará existindo no ano que vem, uma vez que a atual autorização expira em 9 de setembro.

No mapa dos embates entre Brasília e Curitiba, o que mais aparece nas mensagens como um ponto nevrálgico dessa relação é a morosidade de Dodge para homologar os acordos de delação, o combustível que manteve a Lava Jato acesa durante seus cinco anos.

Peças-chaves da investigação, como Léo Pinheiro, o empreiteiro da OAS que incriminou o ex-presidente Lula em sua primeira condenação, o caso do triplex, ainda não tiveram suas delações validadas pelo STF.

Assinado em dezembro de 2018 com a PGR, o acordo de Léo Pinheiro não foi, até hoje, enviado por Dodge ao Supremo.

Procurada, a assessoria de imprensa da PGR afirmou que “não se manifesta acerca de material de origem ilícita” ou sobre acordos de delação, “que possuem caráter sigiloso”.

A força-tarefa da Lava Jato também afirmou à reportagem que não faria comentários.

Em outras ocasiões, disse que “não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes nas últimas semanas. O material é oriundo de crime cibernético e tem sido usado, editado ou fora de contexto, para embasar acusações e distorções que não correspondem à realidade”.

Nos bastidores, discute-se que o empreiteiro da OAS teria citado membros do STF em seu relato, e que a procuradora-geral planeja postergar a decisão para a próxima gestão.

“Russia acabou de perguntar se evoluiu LP”, questionou o procurador Athayde Ribeiro Costa, no chat OAS-Curitiba–acordo, em 28 de junho de 2018.

Ele se referia a um questionamento do juiz Sergio Moro, apelidado de Russo pela força-tarefa, sobre a delação de Léo Pinheiro.

“Pessoal, advogados de outros potenciais colaboradores ligando querendo saber da evoluçao das negociaçoes. Brasilia precisa resolver nossas pendencias, senao esse povo todo vai fazer acordo com a PF”, respondeu a procuradora Jerusa Viecili, referindo-se ao fato de que as defesas poderiam buscar a Polícia Federal diretamente para fechar uma delação premiada.

Neste e em outros diálogos, o EL PAÍS optou por manter todas as frases com a grafia original, sem nenhuma edição.

No chat, os procuradores reclamam que Dodge sairia de férias entre 3 e 17 de julho, sem resolver “pendências” relacionadas ao acordo.

Pela agenda publicada no site do MPF, a procuradora, de fato, tirou férias no período: entre 4 e 18 de julho.

No dia seguinte, o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, propõe aos colegas, no mesmo chat, pressionar Dodge “usando” a imprensa “em off”, passando informação a jornalistas sem se identificar, uma estratégia várias vezes cogitada pelo procurador nas mensagens. “Podemos pressionar de modo mais agressivo pela imprensa”, propõe.

Outra opção era encostar Dodge contra a parede e apresentar um prazo limite para o encaminhamento. “A mensagem que a demora passa é que não tá nem aí pra evolução as investigações de corrupção, se queixa. “Da saudades do Janot”, encerra.

Os motivos da saudade do ex-procurador-geral ficam evidentes nas mensagens entre Dallagnol e Rodrigo Janot.

O antecessor de Dodge mantinha uma relação bem diferente com o coordenador da força-tarefa, ao menos nas conversas mantidas pelo Telegram.

Em 16 de julho de 2015, Dallagnol atribui a Janot o sucesso da Operação Politeia, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços do ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) e outros políticos com foro privilegiado.

“Janot, o maior diferencial é que Vc, por características pessoais, permitiu que esse trabalho integrado acontecesse, a começar pela criação da FT e todo apoio que deu e dá ao nosso trabalho. Vc merece um monumento em nossa história. Grande abraço, Deltan”, escreveu.

O coordenador da força-tarefa mostra nas mensagens uma relação mais próxima com o chefe, a quem parabeniza por artigos publicados na imprensa, convida para eventos, divide preocupações, responde prontamente e agradece: “Obrigado por confiar em nós”, escreveu Dallagnol em maio de 2016.

Janot não se mostra tão entusiasta nas respostas. Frequentemente, respondia com joinhas (???).

No começo de abril de 2019, procuradores debatem novamente a delação de Léo Pinheiro, mostrando que a relação entre Dodge e a força-tarefa seguia tensa. Eles tentavam encontrar uma saída, para o caso da procuradora-geral desistir do acordo.

“Na ponta da faca, se ela assinou cabe MS por omissão se ela não levar ao judiciário para homologar”, escreve Antônio Carlos Welter.

Leva a crer que ele levanta a possibilidade de se questionar, por meio de um mandado de segurança (MS), a mencionada omissão de Dodge.

O procurador Athayde Ribeiro Costa sugere que, por se tratar de um contrato, caso Leo Pinheiro tenha uma cópia assinada, “pode levar a homologacao e dizer q os depoimentos estao de posse do mp”, em referência ao Ministério Público.

Em várias oportunidades, a força-tarefa repete que Dodge “não despacha nada” e “centraliza tudo” e reclamam da lentidão.

De fato, as ações da Lava Jato junto ao Supremo tiveram uma redução drástica desde que a procuradora assumiu a PGR, em setembro de 2017.

De acordo com relatório liberado pelo ministro Edson Fachin em março deste ano, entre 2015 e 2018 foram homologadas 110 colaborações premiadas no Supremo.

Destas, apenas uma, a delação do lobista Jorge Luz —que afirma ter feito pagamentos ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), homologada em dezembro de 2018—, foi feita sob a gestão de Dodge.

“Em 2019, não houve homologação”, afirma o documento.

“Confio que terá sabedoria para ouvir frustrações”

Se com Janot as conversas eram amistosas, com Dodge o coordenador da Lava Jato nunca chegou à liberdade dos emojis.

Pelo contrário. Em 12 de agosto de 2018, o estremecimento na relação veio à tona de maneira direta no chat entre o procurador e a ocupante da Procuradoria-geral.

Sem trocar nenhuma palavra, Dodge apenas envia um link para Dallagnol. Trata-se de uma nota publicada no jornal O Globo que afirmava que Dodge colecionava atritos com a Lava Jato.

Dentre os problemas, cita a nota, está não ter autorizado uma viagem da força-tarefa à Suíça, onde se desenrola parte das investigações, e também a falta de uma resposta dela quanto ao pedido de suspeição de Gilmar Mendes feito pela equipe de procuradores do Rio.

No dia seguinte, Dallagnol responde à chefe negando passar informações a jornalistas.

“É uma pena que problemas dentro da instituição acabem expostos na imprensa. Como lhe disse, não temos essa prática de notas”, afirma.

Logo depois, não esconde a insatisfação. “Várias pessoas interessadas tomaram contato com essa informação sobre a negativa da ida para a Suíça, porque estavam interessadas, inclusive a PF que já estava autorizada a ir conosco. Já quanto às infos do RJ, tomei conhecimento pela nota”, escreveu.

“Confio que terá sabedoria para ouvir frustrações com serenidade, avaliar criticamente o que é pertinente e usar isso para fortalecer os relacionamentos e o trabalho que é de todos nós”.

Para além dos conselhos dados por Dallagnol à procuradora-geral, as mensagens mostram que o descontentamento com Dodge ultrapassa as trincheiras da Lava Jato.

“Raquel está destruindo o MPF, achincalhando a gente…[…] teria que ser incinerada publicamente, internamente e internacionalmente”, desabafou o procurador Anderson Lodetti, em abril deste ano, em um chat que reúne procuradores além da força-tarefa.

O motivo era Dodge ter se calado inicialmente, quando, em abril deste ano, Alexandre de Moraes, do STF, ordenou buscas e apreensão contra militares e procuradores no amplo inquérito sobre fake news. Num passo criticado por especialistas, Moraes abre a investigação de ofício, ou seja, por iniciativa própria e sem a participação do Ministério Público.

Mas Dodge se insurgiria contra o STF, ainda que sem sucesso, entretanto, nem isso seria suficiente para conciliar a procuradora-geral com seus liderados.

A ruptura sem retorno, ao menos com a Lava Jato em Curitiba, parece ter acontecido em março deste ano, quando Dodge decidiu sobre o futuro do dinheiro de multas pagas pela Petrobras nos Estados Unidos.

Dodge foi até o Supremo pedir a anulação do acordo firmado entre os procuradores e as autoridades norte-americanas que resultaria na criação de uma fundação para gerir os 2,5 bilhões de reais desviados por corrupção e devolvidos pela estatal aos cofres públicos.

Foi neste contexto que foi feita a afirmação do procurador Januário Paludo, que abre esta reportagem. “O barraco tem nome e sobrenome. Raquel dodge. O Oswaldo instaurou pgea para pedir informações sobre o acordo”, disse o procurador no grupo Filhos do Januário 4.

Se referia ao Procedimento de Gestão Administrativa (PGEA), uma medida administrativa utilizada pelo corregedor-geral do MPF, Oswaldo Barbosa, para ter acesso aos documentos sobre o acordo.

A medida drástica da Procuradoria-geral veio depois que a força-tarefa negociou diretamente com a Petrobras e com autoridades dos Estados Unidos que 80% da multa que a companhia teria que pagar pelos esquemas de corrupção ao mesmo tempo que suas ações eram negociadas na bolsa de Nova York ficasse no Brasil.

O valor bilionário chegou a ser depositado em conta vinculada à 13ª Vara Federal de Curitiba, em janeiro deste ano, pela companhia.

Uma fonte que acompanhou os bastidores, mas prefere não se identificar, avalia que neste momento, a corda entre procuradores e a PGR foi arrebentada.

“O tiro de canhão, que realmente causou desgosto [nos procuradores] foi a ADPF [Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, instrumento utilizado por Dodge para pedir ao Supremo a suspensão do acordo] contra a Fundação Lava Jato”, disse.

A argumentação da procuradora-geral era de que caberia à União, e não aos investigadores da Lava Jato, decidir como o dinheiro será gerido.

Em defesa de Dodge, a fonte afirma que a procuradora-geral só soube do acordo depois que ele já havia sido fechado. “É algo que poderia ter sido resolvido dentro de casa, não precisava de uma ADPF”, avalia, no entanto. O pedido de anulação foi acatado pelo Supremo.

Em meio a tantos dissabores, que nos grupos de procuradores também aparecem como decepção pela forma como Dodge encampa ou não demandas sobre benefícios e salários na carreira, a categoria também olha para o futuro.

“É chegada a hora de construir alternativas de médio/longo prazo, porque o curto prazo será mais do que já temos. E o café da RD já está sendo servido no palito de tão frio”, diz o procurador João Carlos de Carvalho Rocha, em dezembro de 2018, em referência a Dodge.

A gestão da procuradora-geral se encerra no dia 17 de setembro e agora o destino das grandes decisões do Ministério Público está nas mãos de Jair Bolsonaro.

Cabe ao presidente anunciar seu sucessor, o que ele promete fazê-lo nos próximos dias e avisa que, pela primeira vez em 16 anos, pode apontar alguém fora da lista tríplice dos mais votados entre os procuradores. Caberá ao escolhido conseguir o que, para Dodge, pareceu impossível: reconciliar a procuradoria-geral com a Lava Jato.

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Comentários

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Valério

A operação lava jato não é uma operação de combate à corrupção, mas apenas e tão somente uma operação de autopromoção de Moro e Dallagnol e outros servidores públicos que visam a carreira política no executivo ou de senador ou altos cargos nos tribunais superiores e MPF. Não passa de uma operação para inflar o ego do Moro e do Dallagnol para alavancar suas carreiras e imagem frente a opinião pública e a mídia visando as eleições.
Se fosse uma operação séria jamais o Lula seria julgado em Curitiba se os imóveis atribuídos a ele estão localizados em SP e o próprio Moro disse não haver conexão com as verbas desviadas da Petrobras. Ele não é o juiz natural do caso e isso é evidente para qualquer pessoa que entende um pouco de leis.
E outra: se fosse uma operação séria investigaria a Petrobras desde a época que esses corruptos tinham cargos de chefe lá dentro e não só a partir de 2003 no governo Lula. Uai, começaram a roubar depois do dia 31/12/2002 pós governo fhc. É óbvio que roubavam antes de 2003.
Lula deveria ser julgado em SP que é onde está o juiz natural do caso dele.
Por acaso o Moro quis julgar outras pessoas que compraram cotas da bancoop que depois a OAS assumiu a obra ? Não, né. Julgou só o famoso Lula. É uma coisa sem pé e nem cabeça, o Moro usurpou a competência do trf SP. Levou no peito. Levou o Lula, mas os casos do ” Zé ninguém ” ele deixou os casos todos em sp.
Se o Lula tiver culpa que pague pelos seus crimes, mas que seja julgado na cidade e estado onde estão localizados os imóveis e por um juiz imparcial que não faça conchavos com MPF.

Aldo

Fora de Pauta

Sobre Bolsonaro

Por Jeferson Miola
Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial

Bolsonaro é uma aberração à imagem e semelhança da burguesia
“O burguês hipócrita que hoje finge desconhecer a trajetória do Bolsonaro também padece de estranha amnésia de fatos recentes: já não indaga sobre o paradeiro do Queiroz, sobre a cocaína traficada no avião presidencial e nem sobre o miliciano, traficante de armas e assassino da Marielle que, por incrível coincidência, é vizinho de condomínio do Bolsonaro”, escreve o colunista Jeferson Miola

9 de agosto de 2019, 19:04 h

Bolsonaro não caiu do céu; tampouco é obra do acaso ou de algum fenômeno sobrenatural.

Bolsonaro também não é um acidente de percurso. Ao invés de acidental, é o percurso da barbárie que a burguesia conscientemente escolheu para impor este padrão destrutivo e autoritário do atual ciclo de acumulação e reprodução do capital.

Na eleição, a candidatura do Bolsonaro não era a primeira opção da burguesia. Com o fracasso, entretanto, dos candidatos menos escatológicos e menos mau-cheirosos da elite, Bolsonaro acabou sendo ele o ungido.

A Rede Globo não teve o menor pudor ou qualquer dúvida em aclamá-lo. Afinal, acima de tudo era imperativo impedir o PT, o mal maior.

Na encruzilhada dramática entre Haddad e Bolsonaro, que traduzia o confronto entre civilização e barbárie, a burguesia – indiferente e surda aos apelos de vozes sensatas e civilizadas do mundo inteiro – não pestanejou em optar pela escória e trilhar o caminho do precipício.

Bolsonaro sempre foi autêntico. E também sempre foi coerente. Em 3 décadas de prática política corrupta, nunca deixou dúvidas quanto ao seu mau caráter, às suas idéias aterrorizantes e aos seus propósitos grotescos.

Bolsonaro nunca ocultou seu racismo, sua misoginia, xenofobia, perversão; suas raízes no submundo miliciano; o ódio ao outro, a truculência; enfim, sua propensão fascista.

A burguesia hipócrita que agora finge se escandalizar com as atitudes anti-humanas e anti-civilizatórias do Bolsonaro sempre soube quem ele é, o que ele significa e o dano que pode causar.

Bolsonaro sempre se vangloriou de ser um sádico e cruel que idolatra carrascos e que se apraz com a tortura e com a maldade.

É chocante a homenagem a multi-assassinos como Brilhante Ustra, “o terror da Dilma”, assim como a apologia constante ao estupro da mulher que “merece” ser estuprada. Toda essa monstruosidade, entretanto, não comove a burguesia e não perturba em nada a anti-razão e a anti-humanidade da classe dominante.

O burguês hipócrita que hoje finge desconhecer a trajetória do Bolsonaro também padece de estranha amnésia de fatos recentes: já não indaga sobre o paradeiro do Queiroz, sobre a cocaína traficada no avião presidencial e nem sobre o miliciano, traficante de armas e assassino da Marielle que, por incrível coincidência, é vizinho de condomínio do Bolsonaro.

Não há lugar para ilusão e espanto: Bolsonaro é uma aberração, uma deformidade que atenta contra a democracia. Ele representa o Escritório do Crime de Rio das Pedras aboletado no Planalto por meio de uma eleição fraudada pelo impedimento ilegal do Lula, o competidor que Moro, Dallagnol e Globo jamais conseguiriam vencer sem farsas, truques e vilanias.

Bolsonaro é uma aberração à imagem e semelhança da burguesia e do sistema jurídico-político que o viabilizou e que o sustenta no poder, a despeito da ameaça que ele representa à vida e à civilização.

A interrupção desse desatino fascista e a restauração do Estado de Direito no Brasil não acontecerá por benevolência do sistema jurídico-político contaminado e dominado por gangues de procuradores, policiais e juízes e, menos ainda, pela ação de um Congresso controlado por matilhas predadoras que sustentam Bolsonaro e suas políticas ultraliberais que desmancham o país.

A restauração da democracia é indissociável da luta pela libertação e restituição dos direitos civis e políticos do Lula.

Para recuperar a democracia, é preciso conquistar-se maioria social e política capaz de alterar a correlação de forças em favor dos valores nacionais, democráticos, populares e civilizatórios.

O fim da barbárie do Bolsonaro para dar início à reconstrução ética, política, econômica e social do Brasil se combina com a luta para derrotar a burguesia e implodir o sistema apodrecido que impôs esta aberração.

Francisco

Hehehe !
Até eu quero uma fundação de 2,5 bi para administrar.
Depois o Lula e o ladrao mor.
Raquel Dose, e isso que dá ficar andando atrás de cargos e não seguir a constituicao. Sempre vão querer uma maozinha e o braço junto.

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