Situação política
por Maria Fernanda Arruda*
Assistimos três forças se movimentando no cenário político: 1) o renascimento do lulismo, 2) a confirmação de Rodrigo Maia como arbitro político e 3) os ataques de Bolsonaro.
Nas águas das denúncias de parcialidade de Moro e no lançamento do documentário “Democracia em Vertigem”, o lulismo aparece como vítima de um processo que impediu a candidatura do Lula e provocou o impeachment de Dilma.
As denúncias colocam luz sobre um plano para tirar o PT do poder; as pessoas, ante a chuva de evidencias, aumentam o apoio a Lula e pouco refletem sobre qual foi o papel do petismo neste processo.
Primeiro que o petismo costurou alianças com os setores podres da política; sua base aliada era formada por políticos de direita (Garotinho, etc.) e isso é uma prática defendida desde a direção do partido, chamada de “pragmatismo”.
Esta prática não mudou. Embora o golpe contra Dilma e a prisão de Lula poderiam trazer algum ensinamento, no Rio Wilson Witzel (PSC) e o presidente em exercício da Assembléia Legislativa, André Ceciliano (PT) vivem um namoro político.
Alguns governadores do PT apoiam a reforma da Previdência e pelo menos, 50% dos parlamentares apoiaram Rodrigo Maia para a presidência da Câmara.
O PT chegou ao poder numa articulação com setores evangélicos, com o sistema financeiro (bancos) e com o apoio da burguesia nacional (Odebrecht).
Estas alianças “amplas” não foram suficientes para que a burguesia aceitasse o lulismo no poder.
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Preferiram um “puro sangue”.
Tiraram Dilma do Planalto, colocaram Lula na cadeia e o PT não fez uma só greve geral para defender seu governo, não falou nem uma vez “fora Temer”; preferiu mostrar à burguesia que esse negocio de mobilização das massas para fazer uma revolução não tem relação com ele.
Esse é o quadro real: o lulismo foi tirado do poder, mas não pode ser solução para os problemas dos brasileiros.
O PT, como já está fazendo, vai continuar sem enfrentar os podres poderes
O segundo ponto que vemos do momento político é como a figura de Rodrigo Maia cresce, como uma espécie de guarda chuva da burguesia, se colocando como árbitro entre a desastrosa atuação política do clã Bolsonaro e impondo um mínimo de planejamento para votar as pautas da burguesia.
Não se espantem que, assim como foi construída a chapa Dilma/Temer, num futuro próximo surja a chapa Lula/Maia.
Por último, Bolsonaro se materializa como um gângster, expondo sem meio termo sua falta de humanidade: agrotóxicos liberados, desmatamento no país inteiro, ataques à população das favelas, destruição dos orçamentos de Educação e da Saúde.
Para mudar este quadro, temos de resgatar a força da greve geral e o poder da população nas ruas.
*É escritora
Comentários
Ana Lucia Telles
NOJO
a.ali
oi, oi …???
james sergio fricke siqueira
VTNC ARRUDA PSOLISTA !!!!
julio ferreira
Pertinente, ambos bons de voto.
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