Carone: No Senado, Moro cita entrevista do advogado e porta-voz de Aécio, defendendo-o: ‘Em Moro, eu confio’, diz Carlos Velloso

Tempo de leitura: 2 min

por Marco Aurélio Carone*, especial para o Viomundo e Novojornal

A cada dia que passa o jogo fica mais claro.

Na manhã desta quarta-feira (19/06), logo no início do depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre as denúncias do The Intercept, o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, citou em sua defesa reportagem com o advogado e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Mário da Silva Velloso.

Moro observou que Carlos Velloso disse que o ato praticado por ele (Moro) não tinha qualquer importância.

Certamente Moro estava se referindo à entrevista concedida por Carlos Velloso ao jornal Estado de Minas e publicada nesse domingo (16/06): “Há uma campanha para desacreditar a Lava Jato”.

Realmente, na entrevista Carlos Velloso faz defesa fervorosa de Moro.

Nada de novo um ministro do STF apoiar um juiz.

O problema é que Carlos Velloso é sabidamente um dos advogados (veja imagem abaixo) e porta-voz do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG),  que Moro considera uma pessoa engraçada.

No final da entrevista, parafraseando mensagem vazada de Moro pelo site The Intercept (‘’In Fux, we trust’’, ”Em Fux, nós confiamos”), Carlos Velloso diz: “In Moro, I trust”.

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Na condição de advogado de Aécio, o ex-ministro deve ter seus motivos para confiar em Moro.

Afinal,  Aécio Neves sempre utilizou outros personagens para se manifestar.

Antes, tal prática era uma estratégia, atualmente devido ao seu crescente desgaste moral, uma necessidade.

No campo parlamentar federal, a tarefa falar por Aécio é dividida entre os deputados Paulo Abi-Ackel e Domingos Sávio; no estadual, fica a cargo do deputado João Leite. Os três igualmente tucanos como Aécio.

Já na área judicial o ex-ministro Carlos Velloso desde sempre atuou nos bastidores.

Em 2006, no segundo mandato de Aécio no governo de Minas, ele ocupou o cargo de Secretário da Secretária Extraordinária de Relações Institucionais. O órgão não tinha qualquer estrutura, possuía apenas o secretário Carlos Velloso.

Expert na obtenção de cargos por articulação política, Velloso foi de juiz federal indicado pelo general Humberto Castello Branco, que inaugurou a ditadura militar no Brasil, a ministro do Supremo Tribunal Federal.

Praticamente não chegou a exercer a advocacia. Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1963, já em 1967 assumia o cargo de juiz federal no Estado.

*Marco Aurélio Carone é jornalista e editor do Novojornal.

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Comentários

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Zé Maria

“Foi descuido meu”,
diz Aécio sobre foto com Moro

https://www.sensacionalista.com.br/2019/06/17/foi-descuido-meu-diz-aecio-sobre-foto-com-moro/
·
“A coisa chegou a tal ponto que o Aécio tá apagando as fotos dele com o Moro.
O AÉCIO!!!!”

https://twitter.com/ronaldooricotx/status/1140634766275993605

Zé Maria

Os Honorários do Velloso estão em Alta.

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