Carone: Em Minas, lideranças do PT, PSOL e CUT aderem à campanha pela liberdade de Louisa Hanoune
Tempo de leitura: 3 minO mundo clama pela liberdade de Louisa Hanoune na Argélia
por Marco Aurélio Carone, especial para o Viomundo
Foi lançada nessa segunda-feira (10/06), em Belo Horizonte, a campanha internacional pela libertação de Louisa Hanoune, secretária-geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia.
Foi durante uma coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Parlamentares, trabalhadores, sindicatos e centrais de, pelo menos,40 países estão unidos em coletas de assinaturas para enviar à embaixada da Argélia, condenando a prisão arbitrária dessa histórica militante argelina.
Louisa Hanoune foi candidata a presidente da República em três oportunidades: 2004, quando foi a primeira mulher argelina a candidatar-se a esse posto, 2009 e 2014.
Além disso, desde 1997, é deputada da Assembleia Nacional por cinco mandatos consecutivos.
Louisa é também uma das coordenadoras do Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos.
Louisa teve a sua prisão decretada por um tribunal militar em 9 de maio, quando foi depor como testemunha em um processo envolvendo três membros do governo Bouteflika (1990-2019).
Portanto às vésperas de grandes manifestações de massa pelo “fim do sistema”, que, desde o dia 22 de fevereiro, ocupam as ruas de Argel e outras cidades do país todas as sextas-feiras.
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“A prisão de Louisa, sem qualquer amparo legal, é reflexo da crise política na Argélia, que vive um processo de convulsão social’’, explicou durante a coletiva o deputado estadual Betão (PT).
Segundo o deputado, a situação de Louisa é grave porque a prisão dela, assim como a do ex-presidente Lula, tem viés político.
“A prisão se dá num momento em que ela chegaria ao sexto mandato como deputada. Por isso, as duas causas [Lula e Louisa] se irmanam, tornando necessário que nos mobilizemos pela libertação da companheira argelina”, reforçou Betão.
O economista e membro da executiva nacional do PT brasileiro, Marcus Sokol, também participou da coletiva e manifestou sua preocupação:
“É claramente uma prisão política dentro de um contexto de mobilização da população contra o atual regime. O país está sem governo porque o atual mandato já venceu e não foram feitas novas eleições. É uma sensação de incerteza muito grande. Isso nos faz renovar as preocupações com relação ao desdobramento, em especial para as pessoas detidas. Por isso, a campanha pela liberdade de Hanoune é uma causa urgente”.
Sokol lembrou que, o ex-presidente Lula, mesmo preso, fez questão de mandar uma mensagem de solidariedade à companheira do PT da Argélia.
A presidenta do PT de Minas, Cida de Jesus, atentou também para a semelhança da prisão de Louisa e Lula:
”Nós, dos Partidos dos Trabalhadores, temos o dever incondicional de entrar na luta pela libertação de Louisa, assim como temos que lutar incessantemente pela liberdade de Lula.
A prisão de um e de outro tem tudo a ver com o que passamos agora e eu sinto que a nossa democracia está em risco, por isso o PT tem como tarefa estar presente e convocar todos pela luta pela liberdade dos povos”.
Isabela Oliveira, representando a executiva estadual do PSOL e a deputada Andreia de Jesus, reconheceu a importância do engajamento:
“É fundamental nos unirmos pela não degradação dos sistemas democráticos. Temos que lutar em defesa da legalidade e da democracia, vinculada à defesa das instituições democráticas para que novos casos como esses [Lula e Louisa] não aconteçam”.
Para o coordenador geral do Sindicato dos Eletricitários e membro da Frente Brasil Popular, Jefferson Silva, “a prisão de Louisa representa um acirramento das práticas antidemocráticas e sabemos quais são os resultados. Se Lula não tivesse sido preso, não estaríamos discutindo uma reforma da Previdência. A causa de Louise é uma causa mundial”.
Em 20 de junho, os advogados de Louisa Hanoune terão autorização para apresentar uma nova demanda para a sua libertação.
Daí a convocação para esse dia da Jornada Internacional com concentrações na frente das embaixadas argelinas.
Já estão confirmadas atividades na Alemanha, Inglaterra, Portugal, Espanha, França, Suécia, México e Peru.
No Brasil, em função do feriado de Corpus Christie, a manifestação em frente à embaixada da Argélia, em Brasília, acontecerá em 19 de junho.
As moções pela libertação de Louisa podem ser enviadas para a Central Única dos Trabalhadores por meio do endereço eletrônico [email protected]
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