Pimenta: Brasil que diz não ao desastre Bolsonaro irá às ruas dia 14 pela democracia, contra os retrocessos

Tempo de leitura: 3 min
Foto: Eduardo Matysiak

Brasil afunda na crise e despenca o apoio a Bolsonaro

por Paulo Pimenta*

A cada dia, pesquisas de opinião mostram que o povo brasileiro se conscientiza de que a eleição de Jair Bolsonaro foi desastrosa para o País.

Eleito com base em uma campanha sem programa de governo, marcada pelas fake news e pelo ódio, com financiamento suspeito e ilegal de empresários brasileiros e estrangeiros, em cinco meses como presidente, Bolsonaro mostrou-se incapaz de apresentar um projeto para o Brasil.

Só tem o mantra de cortes e cortes, ataques a direitos do povo enquanto silencia-se sobre a necessidade vital de geração de empregos e renda.

Ignora o fato de 14 milhões de brasileiros estarem hoje desempregados, mas insiste em espalhar o ódio pelas redes sociais.

Chama a atenção o mais recente levantamento do instituto Ideia Big Data, que mostrou que o desembarque do bolsonarismo é bem expressivo na parte do eleitorado que votou no candidato do PSL apenas no segundo turno das eleições do ano passado.

A desaprovação da atual administração tem como eixo central a persistência da crise econômica e do desemprego em níveis elevados.

A maior parte dos eleitores que optou por Bolsonaro e hoje rejeita o governo é formada por mulheres com idade entre 25 e 40 anos, integrantes das classes B e C, não evangélicas e que vivem em cidades com mais de 200 mil habitantes nas regiões Norte e Nordeste, diz a pesquisa.

Esses eleitores representam cerca de 10 pontos porcentuais dos 18 que Bolsonaro perdeu desde a posse, conforme a série mensal de pesquisas do Ideia Big Data.

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Com pesquisas mensais, o Instituto mostra que o apoio ao presidente da fake news despenca: a soma dos eleitores que aprovavam o governo era de 49% em janeiro. Hoje, é de 31%.

Já a soma dos que desaprovam ou desaprovam totalmente o governo subiu de 21% para 36% entre janeiro e maio. Nunca um presidente perdeu tanto apoio em tão pouco tempo.

Um exemplo claro: nas eleições suplementares realizadas dia 2 último, para a escolha do prefeito de Iguaba Grande, no Rio de Janeiro, o candidato bolsonarista – suboficial Washington Tahim (PSL), foi fragorosamente derrotado por Vantoil Martins (PPS).

Vantoil foi eleito com 5.118 votos, contra 3.186 do bolsonarista. Essa é a primeira eleição que o PSL disputa desde a vitória de Jair Bolsonaro no pleito de 2018.

O partido e a família Bolsonaro não mediram esforços para esta eleição, mas mesmo assim a derrota foi expressiva.

O que temos visto é uma sucessão de erros, de incompetência e desprezo à soberania nacional, aos direitos do povo, ao meio ambiente.

É um presidente que apesar de ter passado 28 anos como deputado federal não apresentou nenhum projeto importante, só usava seu tempo para atacar a democracia, defender a ditadura, a ação dos torturadores e a “política tradicional”, embora tenha três filhos com cargos políticos.

É um presidente sem estatura para o cargo que ocupa.

Bolsonaro é uma ameaça à economia, ao meio ambiente, aos direitos humanos, à soberania e à democracia brasileira.

Em outras palavras, é uma ameaça ao processo civilizatório no Brasil e, felizmente, parte expressiva de seu eleitorado já percebeu o grave erro que cometeu.

O Presidente capitão despreza os direitos, se omite em relação ao combate ao desemprego, implanta uma política externa que coloca o Brasil como motivo de chacota internacional, e tenta impor uma agenda ultraliberal extrema expressa na proposta de Reforma da Previdência injusta que penaliza os mais pobres.

A agenda do Governo Bolsonaro já faz com que as pessoas percebam como isso afeta negativamente as suas vidas.

Os estudantes foram às ruas em duas importantes manifestações em protesto contra os cortes na educação e contras os inúmeros ataques aos direitos do povo brasileiro.

No dia 14, a greve geral convocada de forma unificada pelas 10 centrais sindicais brasileiras em conjunto com os movimentos sociais irá dar o recado em defesa do direito de aposentadoria e o repúdio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6/19) da Reforma da Previdência.

O Brasil que diz não a Bolsonaro nas pesquisas de opinião irá às ruas para defender a democracia e o povo brasileiro contra os retrocessos.

*Paulo Pimenta é Deputado Federal (RS) , líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados.

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Comentários

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Zé Maria

https://arte.estadao.com.br/uva/content/drafts/yrV0Dy/8/uploads/BolsonaroAvaliacaoBigData_WEB-col-1.png

A bem da verdade, essa Pesquisa Big Data aponta que só 8% dos que votaram 17 pra Presidente em 2018 ainda põem a mão no fogo pelo Jair Bolsonaro.

https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,eleitor-de-2-turno-descola-mais-rapido-de-bolsonaro-diz-pesquisa,70002853027

Zé Maria

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