Popularidade de Bolsonaro despenca: Cai 15 pontos, diz Ibope; o pior começo no Planalto

Tempo de leitura: 4 min
Lula Marques

BOLSONARO DESCE A LADEIRA

Presidente perdeu 15 pontos de popularidade desde janeiro; segundo o Ibope, novo governo tem só 34% de ótimo e bom

por José Roberto de Toledo, na Piauí

Jair Bolsonaro perdeu três de cada dez apoiadores do seu governo em apenas dois meses.

A proporção de quem considera sua administração boa ou ótima caiu de 49% em janeiro para 39% em fevereiro e chegou a 34% em março, segundo o Ibope.

O presidente perdeu 15 pontos percentuais em 60 dias. Seu saldo ainda é positivo porque apenas 24% dizem que o governo é ruim ou péssimo. Outros 34% consideram que é regular, e 8% não souberam avaliar.

Em comparação com outros presidentes eleitos, porém, o começo da passagem de Bolsonaro pelo Palácio do Planalto é o pior já registrado.

Nos seus primeiros mandatos, Dilma, Lula, Fernando Henrique e Collor sustentaram taxas mais altas do que os 34% de Bolsonaro nos meses iniciais. A popularidade deles só ficou abaixo desse patamar nos segundos mandatos de FHC e Dilma, quando os presidentes já acumulavam mais de quatro anos de desgastes.

Os 34% de ótimo/bom de Bolsonaro equivalem à taxa de José Sarney em março de 1987, quando haviam decorrido dois anos de mandato do primeiro presidente civil depois do golpe de 1964.

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Ou de Fernando Henrique Cardoso em maio de 1997, com dois anos e três meses de governo.

Fernando Collor precisou de nove meses e do confisco das contas correntes e da poupança para chegar onde Bolsonaro chegou em três meses.

Após o impeachment, Itamar herdou o governo de Collor e boa parte de sua impopularidade, assim como Michel Temer manteve o legado de impopularidade de Dilma Rousseff.

Em menos de três meses no cargo, Bolsonaro polarizou a confiança dos brasileiros. Se 62% diziam confiar no presidente em janeiro, só 49% ainda confiam nele agora. Perda de 13 pontos. Ao mesmo tempo, a desconfiança saltou de 30% para 44%.

Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, a confiança em Bolsonaro está a um ponto percentual de um empate técnico com a desconfiança (no limite, essas taxas são hoje de 47% e 46%, respectivamente).

Quem mais desconfia do presidente são os nordestinos e os moradores das grandes cidades.

Entre esses, a desconfiança é majoritária: 53% não confiam nele. É uma má notícia para Bolsonaro, porque os movimentos de opinião pública costumam migrar das capitais para o interior, e não o contrário.

Quem sustenta a confiança no presidente são, principalmente, os evangélicos, os mais ricos, os homens e os moradores do Sul.

Movimentos semelhantes aconteceram na avaliação do governo. As taxas de ótimo e bom são maiores entre os mais ricos (renda acima de 5 salários mínimos), entre quem se declara branco, entre evangélicos, e entre moradores do Sul e do Centro-Oeste.

Já as avaliações negativas (acham o governo ruim ou péssimo) são mais frequentes nas cidades com mais de 500 mil habitantes (32%) e nos municípios que ficam nas periferias das regiões metropolitanas (29%).

O Ibope não pesquisou as razões que levam os brasileiros a avaliar bem ou mal o governo.

Mas pesquisas de outros institutos que não foram divulgadas para o público em geral apontam pelo menos três motivos para a diminuição da taxa de ótimo e bom de Bolsonaro: sua vizinhança com a milícia no Rio de Janeiro e as denúncias de corrupção envolvendo seu filho Flavio, a falta de medidas práticas que tenham resultado em diminuição da violência urbana e, finalmente, o destempero demonstrado pelo presidente em suas manifestações públicas, principalmente por meio do Twitter durante o Carnaval.

Tudo isso, somado ao cenário de estagnação da economia, aponta para dificuldades adicionais quando o governo começar a se movimentar para aprovar a reforma da Previdência, que vai desagradar a várias camadas da população.

As pesquisas divulgadas nesta quarta-feira pelo Ibope Inteligência foram pagas pelo próprio instituto.

Todo mês, o Ibope faz uma pesquisa nacional com 2.002 entrevistas face a face na qual diferentes clientes pagam para incluir perguntas de seu interesse. Por essa razão, a pesquisa é chamada “Bus”, ou ônibus.

Às vezes o instituto pega “carona” nessa pesquisa mensal e inclui no questionário perguntas sobre avaliação dos governantes.

Foi o que fez em janeiro, fevereiro e, agora, em março. A pesquisa mais recente foi realizada entre 16 e 19 de março, em todas as regiões do Brasil, com a população de 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

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Comentários

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lulipe

Esse é o mesmo instituto que disse que o mito perderia pra qualquer um no segundo turno? Faz-me rir.

João Lourenço

Todo mundo sabe que o Ibope para a Globo é o mesmo que a Vox Populi para o PT ! Enganar quem e se cair tá tudo dentro dos planos .Se agarrem a Globo e boa sorte!!!kkkk

Zé Maria

Se continuar caindo nesse ritmo,
daqui a seis meses, desaparece
aquele ‘3’ ao lado do ‘4’…

Zé Maria

“Rejeição a Bolsonaro Explode em Periferias e Grandes Cidades”

CartaCapital, via DCM: https://t.co/HzaW4Xw7SK

https://twitter.com/DCM_online/status/1108489017006440455

Zé Maria

Espera só os Ruralistas e os Agroindustriais começarem a se f_der
com os acordos assinados com os EUA, que o Jair afocinha no chão.

Bolsonaro atende Trump e Brasil vai ‘abrir mão’ das disputas
comerciais na Organização Mundial do Comércio (OMC),
diz Itamaraty. [G1.Globo]

Zé Maria

O Cordão dos Comunistas Cada Vez Aumenta Mais…

Aprovação de Bolsonaro caiu 15 pontos percentuais, diz Ibope

https://twitter.com/i/events/1108457861967826944

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