Bohn Gass: O governo escatológico de Bolsonaro tem até ‘príncipe’ que virou sapo

Tempo de leitura: 2 min
Agência Brasil e Lula Marques/Agência PT

O governo escatológico de Bolsonaro

por Bohn Gass*, exclusivo para o Viomundo

Mesmo que já houvesse saudado um monstro como o Brilhante Ustra, a homenagem do presidente do Brasil Jair Bolsonaro ao ditador paraguaio Alfredo Strossner não pode ser naturalizada.

A história precisa registrar que a maior parte do povo brasileiro – mesmo que uma parcela tenha, ocasionalmente, eleito um fascista – repudia criaturas como Ustra e Strossner.

Parte daí a análise dos dois primeiros meses do governo Bolsonaro. E, em contraponto oportuno, faça-se desde logo a homenagem devida: Viva Sérgio Porto!

O escritor, radialista, teatrólogo e humorista de pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta que, em 1966, criou a expressão que hoje resume o governo Bolsonaro: “Febeapá” (Festival de Besteira que Assola o País).

Sim, o atual governo do Brasil é uma fonte incessante de asneiras.

Seria apenas risível se pudéssemos reduzir tudo ao “menino veste azul, menina veste rosa” de Damares Alves, a ministra da Mulher.

Mas não. À fartura de discursos ridículos – de Damares, do ministro da Educação Véllez Rodríguez, do chanceler Ernesto Araújo e do próprio presidente – deve-se acrescentar a ameaça permanente aos direitos do povo, a desqualificação generalizada do primeiro escalão da República e, ainda, o show de horrores, autoritário, cínico e corrupto, que faz dos filhos do presidente protagonistas lamentáveis desses primeiros dias de governo.

Disso tudo se conclui que a avaliação só pode ser péssima. E como que a coroar este espetáculo deprimente, tem-se como ponto principal desse primeiro momento uma reforma da Previdência que, se aprovada como está, vai transformar nossos idosos em miseráveis.

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Restaria esperar de Sérgio Moro, outrora protagonista, uma performance que emprestasse seriedade a esse enredo. Que nada!

Nomeado para ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, Moro adaptou-se rápida e confortavelmente ao papel de coadjuvante, contribuindo, inclusive, com o vasto repertório de incoerências e contradições do governo que integra.

Trocou, convenientemente, a toga pela fatiota política e saiu perdoando o que antes considerava imperdoável, inclusive os assassinatos cometidos por policiais. Se fosse uma fábula, ver-se-ia que o “príncipe” virou sapo.

Há dois outros em cena: o contador de dinheiro Paulo Guedes e o representante do passado, o vice-presidente da República, General Hamilton Mourão.

O primeiro é o vilão que sobe ao palco para tramar pelos próprios interesses de banqueiros. A proposta de capitalizar a Previdência o revela por inteiro.

Quanto ao segundo, reconheça-se o esforço em não parecer mais um personagem dessa tragicomédia. Mas o figurino dessa sua sensatez tardia é o pijama.

Em tempo: esse artigo havia sido concluído antes do post inacreditável de Bolsonaro no Carnaval.

O que dizer daquilo??? Que é escatológico! Tanto no sentido de “gosto por fezes” (do grego skátos = excremento), quanto no sentido menos conhecido de “teoria acerca do fim do mundo” (do grego “éskhatos” = extremo).

A língua portuguesa admite esses dois sentidos para o adjetivo “escatológico”. Pois não é que a postagem de Bolsonaro conseguiu ser, ao mesmo tempo, nojenta e premonitória? Sim, de tão abjeta, sua tuitada já está sendo considerada, até o começo do fim do seu governo.

* Bohn Gass é deputado Federal (PT/RS)

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Comentários

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Jardel

O “grande herói” que iria “acabar com a corrupção” só queria entrar no jogo.
Agora fecha os olhos pra corrupção, caixa 2, candidatos laranjas, funcionários fantasmas e milicianos na folha de pagamento dos gabinetes dos Bozo.
Se bobear ele ainda vai ser presidente…
É o grande Moro sem moral. O novo “mito” dos otários.

Zé Maria

O Governo Bolsonaro é um Pântano
cheio de Sapos e Pererecas Venenosas…

Julio Cesar

Esse presidente disfuncional é o mico.

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