Le Monde: Governo ao qual Sérgio Moro aderiu é, sim, de extrema-direita
Tempo de leitura: 2 minLembro que o Manual da Redação, no verbete “Qualificação ideológica” (seção “Atuação jornalística”), reserva o uso dos termos “extrema direita” e “extrema esquerda” para designar “facções que praticam ou pregam a violência como método político”. Não há, na atual disputa eleitoral brasileira, nenhuma candidatura que se enquadre nessa categoria. Jair Bolsonaro, do PSL, deve ser tratado como candidato de direita. Guilherme Boulos, do PSOL, como candidato de esquerda. A determinação vale apenas para textos noticiosos, não se aplicando a artigos de opinião. Vinicius Mota, Secretário de Redação da Folha de S. Paulo, sugerindo a subordinados que não falem a verdade aos leitores, conforme revelou a Fórum
Jornalismo é chamar as coisas pelo nome que as coisas têm
Por Fernando Brito, no Tijolaço
Lição básica do jornalismo é chamar as coisas pelo nome que as coisas têm.
Residência é casa ou apartamento; hospital não é nosocômio, morrer não é “passamento” nem falecer.
O Le Monde deste domingo, que já está nas bancas francesas , pratica um jornalismo que os jornais brasileiros não têm coragem de praticar.
“A extrema-direita chega ao poder”, manchete de “fora a fora”, ou de oito colunas, no tempo que os jornais as tinham como medida.
Não porque brasileiros considerem a expressão “ultrapassada”, antijornalística: a usariam se fosse Marine Le Pen quem estivesse assumindo a presidência da França.
Mas o vento que venta cá não pode ter o nome do que ameaçou ventar por lá.
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O jornalismo, se é que conserva este nome, passou a ser por aqui a arte do não dizer, do esticar, puxar, endurecer ou amaciar, conforme o freguês.
Sim, é isso, em uma linha: a extrema direita chega ao poder no Brasil.
Talvez ainda de forma provisória, com limitações formais – e cada vez menos – do estado de direito, com um personagem tosco, caricato ante ao mundo.
Mas quem deixa de ver que outro, mais sofisticado, está se articulando, vindo de Curitiba?
A luta pelo poder não está no horizonte da esquerda, mas entre as personagens desta tragédia nacional.
Entre outras razões, porque o jornalismo brasileiro, faz tempo, deixou de tratar as coisas pelo nome que as coisas têm.
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Comentários
Sergio
Só os que não votaram no “coisa ruim” é que vão entender o que está escrito, e o que representa.
Zé Maria
Moro vai se omitir diante de toda a Corrupção do Governo Bolsonaro
até ser nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal(STF).
Essa é a Morocracia de Extrema-Direita: Vale tudo por um Cargo.
Julio Silveira
Rsrsrs, o Le Monde está meio lento na sua compreensão sobre o justiceiro Moro. Por que ele não aderiu a estrema direita, ele a incentivou a inspirou e toma parte dela desde o principio com seus truques na operação Lava trouxa ( acobertados por interesses trocados com a midia corporativa corrupta) com pretensões politicas de liderança nessa vertente ideologica tacanha.
Zé Maria
Esperem só quando o Marechal Floriano indicar
Médicos Ruralistas e Generais para o Supremo…
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