Combate à miséria exige não encarar os movimentos sociais como caso de polícia
Tempo de leitura: 4 mindo Brasil de Fato , sugestão do Igor Fellipe
É louvável a iniciativa do governo de ter um plano para combater a extrema miséria existente em nosso país. Afinal, uma das dez maiores economias do planeta mantém 16,2 milhões de brasileiros vivendo com menos de R$ 70 mensais. Situação que condena essa população a viver em condições subumanas e que envergonha o país.
O Plano Brasil sem Miséria tem a intenção, de acordo com o governo, de promover a transferência de renda, cidadania, acesso a infraestrutura, profissionalização e oportunidades de trabalho. Para isso serão destinados, anualmente, até 2014, R$ 20 bilhões.
O Plano, se realmente posto em prática, sinaliza a preocupação do governo em iniciar um processo de pagamento dessa dívida social. Mas, construir um Brasil sem miséria exige a adoção de políticas mais ousadas, profundas e abrangentes.
Exige não temer enfrentar os que monopolizam o poder econômico e político do país. Os R$ 20 bilhões que serão destinados a 16,2 milhões de pessoas, a quem falta tudo, são 2,2 vezes menos do que os lucros dos bancos que abastecem as contas bancárias dos que já possuem tudo. Em 2010, o lucro dos bancos foi de R$ 44,7 bilhões. Enfrentar os interesses dos bancos e distribuir essa riqueza concentrada é imprescindível para estancar e reverter o processo de crescente pauperização de largas camadas da população.
Um Brasil sem miséria exige respeito e valorização dos bens e serviços públicos, algo que a burguesia brasileira ignora. Embora a corrupção pública seja inerente ao Estado burguês, é inaceitável que prevaleça a impunidade com os que se apropriam indevidamente dos bens e recursos públicos. A corrupção de funcionários públicos, sejam do primeiro escalão do governo federal à Câmara de vereadores de Ibaretama (CE), deve ser – corruptos e corruptores – exemplarmente punida.
Da mesma forma, grupos empresariais que, com a conivência e em conluio com autoridades governamentais, roubam recursos públicos através do superfaturamento de obras e de falcatruas em concorrências publicas, devem sentar no banco dos réus e serem punidos. Fazem falta à educação, saúde, moradia e transporte da população paulista, os recursos que sumiram “misteriosamente” na construção do rodoanel, nos túneis do metrô, nas privatizações das empresas estatais.
Há fortes indícios de que essa prática será acentuada com as obras relacionadas à Copa do Mundo, em 2014, e às Olimpíadas, no Rio de Janeiro, em 2016. O que esperar de um Ricardo Teixeira, que acumula os cargos de presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), se ele é internacionalmente reconhecido como uma pessoa ligada aos esquemas de corrupção do futebol mundial? Se a impunidade que lhe é assegurada, aqui no Brasil, pela subserviência que lhe presta um grupo de parlamentares federais, que formam a bancada da bola? O parlamento brasileiro daria uma enorme contribuição à moralidade do país e à autoestima do povo brasileiro se averiguasse o enriquecimento ilícito dos que se aproveitam do futebol, seja nos clubes, federações e confederação.
Recursos financeiros que poderiam agilizar e ampliar o combate à pobreza, não raras vezes saem dos cofres públicos para amordaçar a imprensa, torná-la conivente com administrações medíocres, fazê-la assumir o papel de oposição partidária e endeusar lideranças políticas incompetentes, ególatras ou bon vivants que dedicam mais tempo às baladas noturnas do que ao trabalho público. Jamais se elegeriam se a imprensa cumprisse seu dever de informar, de maneira isenta, a população. Mas este conluio entre mídia e poder público consome vultuosas somas de recursos públicos que fazem falta à população brasileira.
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Combater a miséria nesse país exige dos governos federal, estadual ou municipal, deixarem de encarar os movimentos sociais, sindicais e mobilizações populares como casos de polícia. No Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros que se mobilizou, juntamente com seus familiares, para reivindicar aumento salarial e melhores condições de trabalho, é duramente reprimido, tido pelo governador como vândalos e vários bombeiros são presos. O desperdício de dinheiro público em obras que se tornam verdadeiros “elefantes brancos”, como a Cidade da Música e as obras dos Jogos Panamericanos, seria melhor utilizado para atenderem as reivindicações dos bombeiros e dos professores, que ameaçam entrar em greve naquele Estado.
Em quase todos os estados brasileiros há professores em greves. Alguns, há mais de 30 dias. E há governos que, além de não atender às reivindicações, tratam o movimento grevista com total indiferença, como se ele não existisse. Passam a impressão de que estão satisfeitos com uma possível economia dos períodos sem aulas nas escolas. Caberá aos trabalhadores e trabalhadoras da educação encontrar novas formas de mobilizações para derrotar o imobilismo e a ineficiência dos governos que penalizam a educação.
Em São Paulo, enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ocupa espaços na mídia com sua tradicional empáfia, para se apresentar como portador da bandeira da legalização da maconha, uma manifestação popular com o mesmo objetivo é tratada pelo governo tucano a cacetetes, balas de borracha, prisões e gás lacrimogêneo. Nada mais evidente de quem pode, aos olhos das autoridades e da burguesia, fazer política e dos que devem se contentar a serem apenas espectadores e aplaudir os “iluminados”.
Combater a miséria em nosso país exige fazer um acerto de contas com a secular estrutura fundiária, alicerce do poder econômico e político dos latifundiários, da pobreza da população rural, dos assassinatos de trabalhadores rurais e dos crimes ambientais. No Pará, 98% dos assassinatos de trabalhadores rurais estão impunes. A manutenção da concentração fundiária promove, de forma constante, os assassinatos e assegura a impunidade dos criminosos.
O combate à pobreza, sinalizado no Plano assinado pela presidenta Dilma, precisa ser aprofundado e exige reformas estruturais na economia e na política do pais. É evidente que não há unidade na base política do atual governo para enfrentar esses desafios. Caberá às mobilizações populares entrar em cena para obter as conquistas que assegurem a construção de um país socialmente justo democrático e igualitário.
Comentários
Orsola Ronzoni
Por que depois de 8 anos e meio de Bolsa Família ainda existem 16,2 milhões de brasileiros em estado de extema pobreza, e “sobrevivendo” com menos de R$ 70 mensais?
Porque o Bolsa Família se transformou em arma eleitoral, e para o governo ela é mais importante que qualquer projeto educacional. Ela deveria ter um tempo limitado de participação e ser implementado junto com projetos de capacitação profissional para as famílias e acompanhamento do desempenho escolar das crianças atendidas, de modo a acabar com a dependência que elas têm do governo. Não é o que se vê. Tal como é hoje, em nada difere da benemerência interesseira dos velhos coronéis da política.
E o mesmo acontecerá com o Plano Brasil sem Miséria. E os nossos irmãos brasileiros mais humildes continuarão onde sempre estiveram: chafurdando nas favelas das grandes cidades e morrendo de fome nos grotões desse país, pois nenhum governo quer solucionar o problema deles, mas sim tê-los como massa de manobra, para o seu projeto de perpetuação no poder.
Elisabeth
Orsola, continue demonstrando não saber do assunto ….Plano Brasil sem Miséria não é APENAS distribuição de renda. Precisa saber que para ganhar o bolsa família precisa se cadastrar, muitos não sabem dos benefícios. Por isso criaram o programa da "procura ativa dos "pobres ",Isso mesmo, Foi Isso que o IBGE fez : Achou os "pobres" e sabem ONDE eles estão… ENTENDA não são apenas pobres do IBGE não é apenas numero de estatísticas , O governo tem os nomes , endereços ela sabem agora onde eles estão… não so pobres é desenvolver regiões e fazer a população miserável cesso a todos os serviços! O programa não é apenas tirar da miséria, é dar DIGNIDADE é dar CIDANIA.
leandro
Comentário num site de avaliação de carros. http://carros.wordpress.zap.com.br/ultimas-notici…
Paul Young Kent disse: ( 08.04.2011 às 1:05 )
Desculpe pelo meu portugues, como sou americano.
Mas após viver aqui no Brasil por alguns anos.
Vim transferido. Fui bem recebido e de início, tive a impressão que qualquer estrangeiro é bem recebido aqui. Ouvi muito aqui, que o Brasileiro é mal recebido nos USA. Mas notei que isso de ser bem recebido, é só para os estrangeiros de países ricos, o que também acontece nos USA.
Tive uma educação religiosa e moral forte, como é comum nas cidades de interior em meu país. Vim pra cá conhecer, aprender a cultura.
O que aprendi.
O custo de tudo aqui, é muito alto. Somente os ganhos da maioria dos trabalhadores é baixo.
Como sou estrangeiro e tenho renda alta pro padrão daqui, conheci muitos brasileiros, que são filhos de empresários e donos de terras.
Passei tempo pra entender o preço dos carros aqui, como outros produtos.
Descobri, que a grande maioria dos empresários, e donos de terras, não pagam seus impostos. E que são poucos produtos que o governo realmente consegue receber, dentre eles, carros. Bem como serviços de energia, telefone.
Me dizem, que “não pagam” pois os polítcos roubam. Como se no meu país, os políticos sejam santos. Em meu país, boa parte dos políticos não prestam e há serviços públicos ruins, como saúde.
Há também empresas e pessoas, que tentam enganar o governo, mas são investigados e punidos e são a minoria. E essas pessoas não são bem vistas.
Empresários e pessoas com influência na sociedade, como juízes, são pagadores de impostos, e por isso estas cobram dos políticos e de todos.
O cidadão comum, tanto aqui como em meu país, tem pouco influência, pois para se eleger é preciso dinheiro e midia. Aqui, como os empresários são por demais desonestos, não pagam seus impostos, pagam mal seus funcionários, não importa o quanto são ricos.
Por isso, os carros são caros aqui, pois esta minoria que compra um Kia Sportage aqui, e que em meu país é apenas uma SUV barata. Não paga seus impostos e ainda reclama do políticos que eles mesmos apoiam com seu dinheiro.
Vocês só terão carros e outros produtos mais baratos aqui, quando os impostos forem pagos por todos e não só pelos empregados.
E terão também melhores políticos, pois os que dão dinheiro serão mais exigentes. Não esperem santos, pois isso também não existe no meu país.
Em meu país também existem pessoas que ao fazer coisas erradas, dizem que fazem pois o governo não presta. Mas isso não é aceito pela sociedade de meu país.
Amo as pessoas aqui, a maioria é muito trabalhadora e alegre.
O Brasileiro trabalha duro por ganhos baixos.
Mas a chamada elite daqui é muito desonesta, arrogante, explora seus funcionários e não é punida,
parece que só pobres são punidos pelo governo.
leandro
Comentário num site de avaliação de carros. http://carros.wordpress.zap.com.br/ultimas-notici…
Paul Young Kent disse: ( 08.04.2011 às 1:05 )
Desculpe pelo meu portugues, como sou americano.
Mas após viver aqui no Brasil por alguns anos.
Vim transferido. Fui bem recebido e de início, tive a impressăo que qualquer estrangeiro é bem recebido aqui. Ouvi muito aqui, que o Brasileiro é mal recebido nos USA. Mas notei que isso de ser bem recebido, é só para os estrangeiros de países ricos, o que também acontece nos USA.
Tive uma educaçăo religiosa e moral forte, como é comum nas cidades de interior em meu país. Vim pra cá conhecer, aprender a cultura.
O que aprendi.
O custo de tudo aqui, é muito alto. Somente os ganhos da maioria dos trabalhadores é baixo.
Como sou estrangeiro e tenho renda alta pro padrăo daqui, conheci muitos brasileiros, que săo filhos de empresários e donos de terras.
Passei tempo pra entender o preço dos carros aqui, como outros produtos.
Descobri, que a grande maioria dos empresários, e donos de terras, năo pagam seus impostos. E que săo poucos produtos que o governo realmente consegue receber, dentre eles, carros. Bem como serviços de energia, telefone.
Me dizem, que “năo pagam” pois os polítcos roubam. Como se no meu país, os políticos sejam santos. Em meu país, boa parte dos políticos năo prestam e há serviços públicos ruins, como saúde.
Há também empresas e pessoas, que tentam enganar o governo, mas săo investigados e punidos e săo a minoria. E essas pessoas năo săo bem vistas.
Empresários e pessoas com influęncia na sociedade, como juízes, săo pagadores de impostos, e por isso estas cobram dos políticos e de todos.
O cidadăo comum, tanto aqui como em meu país, tem pouco influęncia, pois para se eleger é preciso dinheiro e midia. Aqui, como os empresários săo por demais desonestos, năo pagam seus impostos, pagam mal seus funcionários, năo importa o quanto săo ricos.
Por isso, os carros săo caros aqui, pois esta minoria que compra um Kia Sportage aqui, e que em meu país é apenas uma SUV barata. Năo paga seus impostos e ainda reclama do políticos que eles mesmos apoiam com seu dinheiro.
Vocęs só terăo carros e outros produtos mais baratos aqui, quando os impostos forem pagos por todos e năo só pelos empregados.
E terăo também melhores políticos, pois os que dăo dinheiro serăo mais exigentes. Năo esperem santos, pois isso também năo existe no meu país.
Em meu país também existem pessoas que ao fazer coisas erradas, dizem que fazem pois o governo năo presta. Mas isso năo é aceito pela sociedade de meu país.
Amo as pessoas aqui, a maioria é muito trabalhadora e alegre.
O Brasileiro trabalha duro por ganhos baixos.
Mas a chamada elite daqui é muito desonesta, arrogante, explora seus funcionários e năo é punida,
parece que só pobres săo punidos pelo governo.
Klaus
Pô, este americano é do Workers' s Party? Sorry, for my bad english, ok ,Mr. Fake?
Rejane
Combater a miséria no nosso país passa por saneamento básico e habitação decente para todos. Tem gente aqui em recife, pessoas que ganham salário mínimo, que não conseguem nem ver a cor do MinhaCasa Minha Vida. Afinal, esse programa é para pobres ou para remediados? Sei não viu, sujeira, falta de saneamento básico, falta de educação de qualidade, saúde mais precária do que nunca. Vai levar tempo para isso acontecer.
Elisabeth
Rejane, se informe mais do programa Brasil sem miséria> O programa #BrasilSemMiséria também é de SANEAMETO BASICO!
Brasil sem miséria vai ser uma revolução! Repito de novo,”NÃO é APENAS Distribuição de rendas e atacar TODAS as precariedades sociais!
Elisabeth
Talvez muitos não entederam completamente: Programa”Brasil sem miséria, não é apenas um programa de distribuição de renda… É um programa de MOBILIZAÇÃO também, vai ter várias frentes, Todos segmentos da sociedade vai estar de engajada nas soluções e TODOS seguimentos da sociedade irão participar! Por isso o governo chamou ao dialogo na elaboração do plano, chamou desde catadores de papel à empresários,não é apenas exterminar a pobreza é chamar para diálogos quem deseja as soluções das precariedades sociais… Talvez a cabeça de muitos esteja voltada apenas problemas e não para soluções. E momento de SOLUÇÕES. Novas soluções para antigos problemas políticos e econômicos.
A Voz da Liberdade
Seria tão bom se este programa da Presidenta Dilma fosse levado a sério, ao pé da letra. Mas tenho minhas dúvidas, infelizmente. Não consigo mais acreditar nas nossas Instituições. Também achei o post belíssimo.
Smile é o tema do filme "Tempos Modernos"
Sorri [Smile]
(Charles Chaplin, Geofreu Parsons e John Turner – Versão: João de Barro)
Sorri,
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios
Sorri,
Quanto tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador, sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doridos
Sorri,
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz
@eduardomarconde
A corrupção é como as bactérias. Sempre conviveremos com ela. Para evitar que nos prejudique é necessário um combate constante e a punição exemplar.
FrancoAtirador
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Bem que se poderia aproveitar esta discussão e lançar uma campanha para alterar a legislação,
para que seja proibido a todos os agentes públicos, em todos os níveis (municipal, estadual e federal),
manterem negócios particulares, enquanto no exercício do cargo ou função pública.
Se a Lei não for modificada, vão continuar ocorrendo casos similares ao do Palocci,
em todos poderes e em todas as instâncias legislativas e governamentais.
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Lousan
belissimo post!
parabens
José Eduardo Camargo
Excelente análise! Mas em relação à justiça (e é com "j" minúsculo porque nossa justiça é minúscula!), ainda é uma quimera vermos colarinhos-brancos no banco dos réus. Vide o "escorregadio" Daniel Dantas, o notório "banqueiro condenado", como se refere o Dr. Protógenes Queiroz, que o prendeu e foi solto pelo "supremo" Gilmar Mendes do Supremo com dois Habeas Corpus em menos de 48 horas. Ou seja, os ricos daqui estão acima da lei e da Justiça (maiúscula!). Assim, não basta uma reforma no judiciário, mas uma revolução!
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