Hildegard Angel: Na receita Bolsonaro, idosos aposentados são ”párias sociais”

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ONU Brasil

Hildegard Angel: Na receita Bolsonaro, os ‘párias sociais’

Os idosos aposentados já deram ao Estado o que tinham que dar. Por aí caminhará a reforma previdenciária

 por Hildegard Angel, no Jornal do Brasil

São raros, muito raros, aqueles da elite do dinheiro que não votam em Bolsonaro.

Os profissionais liberais, médicos, advogados, engenheiros, parece que combinaram todos votar nele.

A elite militar, altas patentes, fechou em torno do capitão, mesmo conhecendo seu histórico controvertido.

As elites intelectuais e artísticas são aquelas que se insurgem contra essa candidatura.

Bem como as “minorias”, que, conforme o 1º Mandamento de Jair, devem desaparecer, junto com os pobres, que nada contribuem para a sociedade – “só servem para votar.”

Nesta campanha, Bolsonaro importou dos norte-americanos o conceito brutal e sem compaixão do “looser”.

O perdedor, o pária social, sem direito a espaço nem oxigênio, em beneficio de quem o Estado não deve gastar seu dinheiro, investir em ações sociais e serviços, já que não lhe dará retorno.

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Nessa linha de pensamento, os idosos aposentados já deram o que tinham que dar.

Por aí caminhará a reforma previdenciária.

Inclua-se nessa receita amarga a influência fortíssima do novo mundo digital, com suas fake news.

Emulada pela inoculação sistemática do ódio ao petismo, via mídias tradicional e digital, a sociedade vai à “forra”.

Trabalho de profissionais.

A campanha de mais de uma década da mídia hegemônica contra Lula e seu partido, temperada com a manipulação de alegações fortes e falsas, como “o maior escândalo de corrupção da História”, “a Petrobras quebrada” e outras apelações, surte seus efeitos.

Vamos adicionar a esse molho o apoio do cartel midiático às topadas no Código Penal por nosso Judiciário, com seus membros promovidos a pop stars dos telejornais.

Como ingrediente final do confeito, a absoluta falta de disposição de alguns políticos para se unirem pela Democracia brasileira.

Na contramão desse bolo solado, assistimos à “conversão” tardia de notórios formadores de opinião anti-PT, como Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo, Ricardo Noblat, Marco Antonio Vila, e um leve espasmo de arrependimento de Miriam Leitão.

Quem sabe na tentativa de descolarem suas biografias do desastre que provavelmente advirá.

Sirva-se o prato indigesto ao povo brasileiro.

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