Monarquista é “futuro do Brasil”, diz gestor do mercado, em festa com Bolsonaro. Enquanto isso, candidato esconde o que vai fazer com os salários

Tempo de leitura: 3 min
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Ibovespa fecha em alta de 4,6%, com volume recorde, após Bolsonaro forte no 1º turno. DCI

Do ponto de vista prático, pensando no Congresso, onde as maiores batalhas para a aprovação de reformas que o país tanto precisa serão travadas, temos excelentes notícias. Políticos que poderiam atrapalhar o avanço do país ficaram de fora: Suplicy, Lindbergh, Dilma, Requião, Wadih Damous, Vanessa Grazziotin, Vicentinho, Jorge Viana etc. Já outros alinhados com o avanço do país entraram: Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Kim Kataguiri, Carla Zambelli, entre outros. Henrique Breda, gestor do fundo de ações Alaska Black, promovido a mago do mercado pelo Infomoney: ganhou 306% desde janeiro de 2016.

A nossa bandeira não será vermelha! Slogan utilizado por apoiadores de Bolsonaro que saudaram a bandeira vermelha, azul e branca dos Estados Unidos

O que o Bolsonaro esconde dos trabalhadores enquanto fala sobre kit gay?

por Vinicios Betiol*

Estamos observando os brasileiros participando do debate político ativamente nos últimos anos.

O problema é que estamos vivenciando uma verdadeira “futebolização” da política.

As pessoas escolhem um lado e torcem de forma fanática, sem se aprofundar verdadeiramente nas propostas de cada candidato.

O mais assustador é a ascensão do Bolsonaro, que é um candidato à presidência de extrema direita, que possui ideias similares ao nazifascismo.

Tal candidato costuma trazer frases de efeito e respostas fáceis para problemas difíceis.

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Isso aumenta a sua aceitação popular, mesmo com as pessoas não fazendo ideia do que ele representa de fato para a nossa sociedade.

Não iremos nem citar os danos causados pelo seu discurso de ódio trazido por ele.

Vamos nos ater ao que ele tem guardado para a população trabalhadora.

Esqueçam esses debates sobre kit gay ou liberação das armas.

O Bolsonaro utiliza tudo isso para desviar a atenção do que realmente interessa.

Ele está comprometido com os interesses do mercado financeiro.

Não é por menos que quando ele sobe nas pesquisas o mercado responde positivamente.

Mas afinal, o que o mercado financeiro espera do Brasil?

No mundo globalizado as empresas passam a se locomover pelo mundo com mais facilidade em busca de melhores lucros.

É nesse contexto que as propostas de tal candidato, para a área econômica, estão agradando ao capital estrangeiro.

Sua ideia é de privatizar tudo o que existe na administração pública.

Perderemos as empresas e recursos estratégicos que estão no Brasil hoje.

Isso significa que a empresas e bancos públicos deixarão de exercer o poder de ativar a economia e gerar empregos dentro do Brasil.

A ideia do Paulo Guedes (guru econômico do Bolsonaro) é transferir essa função para as empresas privadas, sobretudo as estrangeiras.

Então temos um contexto em que o Brasil passará a ser dependente dos investidores estrangeiros.

Agora devemos nos perguntar: o que esses investidores querem para investir no Brasil?

Eu respondo para vocês: eles querem baixos impostos e mão de obra barata. Sim, nós somos a mão de obra barata.

Isso explica a proposta, que está no programa de governo dele, da criação de uma carteira de trabalho verde e amarela, sem nenhum direito trabalhista.

O trabalhador só terá direito ao que está escrito no contrato de trabalho.

Deixará de usufruir de férias; décimo terceiro; salário mínimo; hora de almoço; feriados; descansos remunerados e tudo que tem hoje como direito.

Ao contrário do que dizem para vencer as eleições, a maioria desses direitos não estão na cláusula pétrea da constituição.

Mesmo que tivessem, existe a possibilidade deles criarem uma nova constituição.

O Brasil adotará com o Bolsonaro o modelo trabalhista similar ao da Índia e da China.

São países periféricos que utilizam a mão de obra barata para atrair empresas estrangeiras.

Para piorar, o corte de impostos, principalmente para os grandes empresários, fará o Brasil investir menos em saúde, educação e segurança.

Assim como na China, é possível que o Brasil cresça com esse modelo, mas com o custo de transformar os trabalhadores em escravos modernos.

E o pior, é possível que haja resistência a essas propostas e por isso estão montando uma chapa de militares.

Talvez isso precise ser feito na base da força, assim como o Pinochet fez no Chile.

O que cada um tem que pensar nesse momento é em que papel desempenha na sociedade.

Quem é trabalhador ou pequeno e médio empresário conhecerá os piores momentos de suas vidas.

Só quando cada trabalhador tiver consciência de seu papel na sociedade é que estaremos em condições de lutar contra a escravidão e a barbárie!

Que essa conscientização seja logo, pois temos poucos dias até o segundo turno.

*Vinicios Betiol é geógrafo com Pós-Graduação e Mestrado na área de Geopolítica pela UERJ

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Comentários

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Anotório neto

Sabe aquele item da constituição que diz que temos liberdade de religião?
Esta acabando. Existe uma religião que tem um projeto definido de poder político.

Bel

Vê que a forma de agir de Temer, Bolsonaro e dória é diferente, mas a essência é a mesma. Tempos difíceis.

Hudson

Como na recente charge de Duke, é formiga votando em tamanduá.

Elena

Se o post está se referindo ao Vicentinho do PT de SBCampo (SP), ele foi reeleito e vai assumir novo mandato na Câmara dos Deputados. Agora o post diz: “Só quando cada trabalhador tiver consciência de seu papel na sociedade é que estaremos em condições de lutar contra a escravidão e a barbárie!” E aí eu digo: o pior é que muitos trabalhadores não tem consciência do seu papel na sociedade e estão apoiando Bolsonaro, pois não estão conscientes das perdas que irão sofrer se ele vencer essas eleições. Triste ver isso acontecer!

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