Yarochewsky: Por todas as vítimas da ditadura militar, não ao fascismo de Bolsonaro e Mourão!

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Memorial da Democracia

Vladimir Herzog foi assassinado no DOI-COI, em São Paulo, pelos colegas de farda do capitão do Exército Jair Bolsonaro e do general Mourão. Memorial da Democracia

Não ao fascismo: por Herzog e por todos que foram vítimas da ditadura

por Leonardo Isaac Yarochewsky, no Justificando

No ano de 1975 – governo do general Ernesto Geisel – o rabino Henry Sobel se recusou a enterrar o jornalista Vladimir Herzog na ala dos suicidas do cemitério israelita.

Sobel não aceitou a versão oficial, apresentada pelos militares, acerca das circunstâncias da morte de Herzog nos porões do DOI-CODI em 25 de outubro de 1975.

O nome de Vlado – nascido na antiga Iugoslávia e filho de judeus – tornou-se fundamental no movimento pela restauração da democracia no país após o golpe de 1964.

Uma semana após seu assassinato, em 31 de outubro de 1975, Sobel juntamente com Dom Paulo Evaristo Arns e Jaime Wright realizaram um ato ecumênico em homenagem ao jornalista Herzog na Praça da Sé.

O evento reuniu 8 mil pessoas, além dos 500 policiais e agentes da repressão.

No ano de 2018, em entrevista ao programa Marina Godoy Entrevista (RedeTV), o candidato à presidência Jair Bolsonaro declarou que “alguns inocentes acabaram tendo um fim que não mereciam, no meu entender“.

E prosseguiu: “Lamento a morte dele, em que circunstância, se foi suicídio ou morreu torturado. Suicídio acontece, pessoal pratica suicídio“.

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Ao ser questionado se não deveria reconhecer o assassinato de Vlado, o candidato Bolsonaro respondeu: “Essa é uma história que passou“.

Não, definitivamente essa história não passou. A ditadura militar e o fascismo continuam vivos na fala do candidato capitão do exército e do seu vice general. Frases do tipo:

1- “Eu fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles” (Em palestra no Clube Hebraica, abril de 2017).

2- “Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não merece”.

3- “Eu sou favorável à tortura, tu sabe disso” (A um programa de TV, em 1999). E “O erro da ditadura foi torturar e não matar” (Em entrevista no rádio, em junho de 2016).

4- “Não é questão de gênero. Tem que botar quem dê conta do recado. Se botar as mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes” (Em entrevista em Pouso Alegre, questionado se aumentaria o número de mulheres no ministério, em março de 2018).

As declarações do capitão do exército revelam o seu desprezo pela dignidade da pessoa humana como postulado do Estado Democrático de Direito. As ideias e propostas de Bolsonaro/Mourão afrontam a democracia.

A democracia, ao que tudo indica, leva à tolerância. A tolerância com as diferenças e divergências são próprias de regimes democráticos que têm na pluralidade um de seus principais pilares.

Porém, quando as ditas “diferenças” e “divergências” são incompatíveis com a própria democracia – que como asseverou Winton Churchill “é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais” – não parece possível sustentar tolerância, para aqueles que se opõem à própria democracia e aos valores do Estado Constitucionala.

Por seu turno, o fascismo, como bem observou Rubens Casara – na apresentação do livro da filósofa Márcia Tiburi – “possui inegavelmente uma ideologia de negação.

Nega-se tudo (as diferenças, as qualidades dos opositores, as conquistas históricas, a luta de classe etc.), principalmente, o conhecimento e, em consequência, o diálogo capaz de superar a ausência do saber.

O fascismo é cinza e monótono, enquanto a democracia é multicolorida e em constante movimento.

A ideologia fascista, porém, deve ser levada a sério, pois, além de nublar a percepção da realidade, produz efeitos concretos contrários ao projeto constitucional de vida digna para todos.

O capitão Bolsonaro e o general Mourão enaltecem a ditadura militar (1964-1985), um dos períodos mais nefastos da história do país.

Negam a história em nome de interesses escusos e eleitoreiros. O capitão, como já dito alhures, revela uma suposta simpatia pelo Estado de Israel, mas nega que judeus – entre eles Vlado Herzog – foi assassinado pelos seus colegas de farda.

Bolsonaro, com seu ódio, com suas declarações misóginas e racistas insulta todas as minorias.

Em uma verdadeira democracia, não há espaço para que seres humanos sejam transformados em objetos e tratados como coisa.

Em uma formulação kantiana, o ser humano é um fim em si mesmo e jamais poderá ser tratado como meio ou instrumento.

Por tudo, independente de preferência política e partidária, todas e todos que estimam a democracia e respeitam o Estado Constitucional, precisam dizer um rotundo NÃO aos candidatos fascistas.

Leonardo Isaac Yarochewsky é Advogado e Doutor em Ciências Penais (UFMG).

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Comentários

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Edgar Rocha

Por todas as vítimas da ditadura que nunca acabou na periferia!
Por todos os mais de 200 mil desaparecidos durante o regime democrático!
Por todos os anônimos não-militantes e militantes que morrem diariamente nas mãos do cangaço institucionalizado!
Por Marielle Franco e todos que lutam contra milícias e denunciam a corrupção e cooptação de agentes do Estado!

Por estes, para que a classe média politizada e de esquerda não veja nos fascistas que agora a atacam diretamente uma força política tolerável e negociável! Contra Bolsonaro e sua matilha!

Haddad Presidente! Lula Livre! Democracia sempre e para todos! Sem negociação!

(E sem mais procrastinação com a desgraça dos outros, façam-me o favor!)

elder pacheco

A questão central não é o dia da votação. Mas o Primeiro de Janeiro.
Prestem atenção no ruflar dos tambores. E nas declarações dos bocas de canhão.
Não podemos nos esquecer da História. Procurem Texeira’s Lott’s, civis democratas, os e as antifascistas, movimentos sociais, etc para garantir a posse… Leiam abaixo:
Hoje não é o “fantasma do comunismo”, mas a reação de um caldeirão prestes a entornar nas esquinas, nas praças, nos bares, nos lares, nos morros, favelas, palafitas, no semi-árido, nas matas, nos mares, enfim, a rebelião está se gestando. Não só com o processo eleitoral, mas num descontentamento latente que vem paulatinamente se gestando no tecido social brasileiro. O Povo está cansado, negando a miséria para a qual voltou com os governos golpistas. Está CORUJOSAMENTE observando o cenário. Cabe as instâncias dos movimentos e os partidos dirigentes, dar-lhe a bússola e remar contra a maré fascista que se avizinha, mesmo com o derrotado bolsonazi, nocauteando no pleito que se avizinha. O fascismo de tudo é capaz.
Vejam Lorca. Olhando seus algozes e na boca dos fuzis. Coragem, é o que mostra ao mundo contra os neo-franquistas,hitleristas, mussolinianos, salazarianos, pinochet’s, videlas, somozas, papa doc’s, a junta militar pós 64 no brasil.
Bolsomussolini procura ser a encarnação deste assassinos sob o comando dos EUA.
O mesmo capitão que quase provoca um massacre no Rio Centro em 1981, é da máfia golpista deste psicopata e asseclas. Temos que detê-los, não só no voto (se ocorrer), mas com grandes manifestações de massas país afora, no norte, sul, leste e oeste. O Povo terá que ser convocado para um permanente vigília, pois os golpistas continuarão com seu complô a mando da águia do norte e da morte.
Não é hora de sonolência, esquerda.
Nem um ou uma sentinela somente.
Um olho no peixe e outro no gato.
Um dia a mais é um dia a menos.
Lula/Haddad/Manuela pelo Brasil com o Povo!

https://www.facebook.com/elder.pacheco.3511/posts/447322429009134?__tn__=K-R

http://www.zonacurva.com.br/como-o-general-lott-garantiu-a…

https://www.brasil247.com/…/For%C3%A7as-Armadas-ensaiam-bot…

https://www.brasil247.com/…/Tereza-Cruvinel-%C3%A9-preciso-…

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