The Economist: Bem-vindos ao Antropoceno

Tempo de leitura: 4 min

da revista britânica Economist

Os humanos mudaram a forma como o mundo funciona. Agora também precisam mudar a forma como pensam sobre isso

A Terra é uma coisa grande: se fosse dividida de forma equânime por todos os 7 bilhões de habitantes, cada um ficaria com quase um trilhão de toneladas. Pensar que o funcionamento de um ente tão vasto poderia ser mudado de forma duradoura por uma espécie que tem corrido pela superfície dele por menos de 1% de 1% de sua história parece, considerando apenas isso, absurdo. Mas não é. Os humanos se tornaram uma força da natureza que muda o planeta em escala geológica — mas numa velocidade mais rápida que a geológica.

Só um projeto de engenharia, a mina de Syncrude nas areias betuminosas de Athabasca, envolve o movimento de 30 bilhões de toneladas de terra — duas vezes mais que a quantidade de sedimento que flui em todos os rios no mundo em um ano. Aquele fluxo de sedimento, enquanto isso, está encolhendo: quase 50 mil grandes represas no último meio século reduziram o fluxo [de sedimento nos rios] em quase um quinto. É uma das razões pelas quais os deltas da Terra, onde vivem centenas de milhões de pessoas, estão erodindo num ritmo que impede que sejam reabastecidos.

Os geólogos se importam com sedimentos, martelando neles para descobrir o que têm a dizer sobre o passado — especialmente sobre as grandes porções de tempo que a Terra atravessa de um período geológico a outro. Com o mesmo espírito os geólogos olham para a distribuição de fósseis, para traços das geleiras, para o nível dos oceanos. Agora, um número destes cientistas argumenta que futuros geólogos, observando este momento do progresso da Terra, vão concluir que algo muito estranho está acontecendo.

O ciclo do carbono (e o debate sobre o aquecimento global) é parte da mudança. Assim também é o ciclo do nitrogênio, que converte nitrogênio puro da atmosfera em químicos úteis, e que os humanos ajudaram a acelerar em mais de 150%. Eles e outros processos antes naturais foram interrompidos, remodelados e, principalmente, acelerados. Os cientistas estão crescentemente usando um novo nome para este período. Em vez de nos colocar ainda no Holoceno, uma era particularmente estável que começou há cerca de 10 mil anos, os geólogos dizem que já estamos vivendo no Antropoceno: a idade do homem.

The new geology leaves all in doubt

O que os geólogos escolhem chamar de um período histórico normalmente importa pouco para o resto da humanidade; disputas na Comissão Internacional de Estratigrafia sobre os limites do Período Ordoviciano normalmente não capturam as manchetes. O Antropoceno é diferente. É um daqueles momentos em que cai a ficha científica, como quando Copérnico entendeu que a Terra girava em torno do sol, momentos que podem mudar fundamentalmente a visão das pessoas sobre coisas muito além da ciência. Significa muito mais que reescrever alguns livros didáticos. Significa repensar a relação entre as pessoas e seu mundo — e agir de acordo com o resultado.

A parte de “repensar” é a mais fácil. Muitos cientistas naturais abraçam a confortável crença de que a natureza pode ser pensada, na verdade deveria ser pensada, separadamente do mundo humano, com as pessoas como meras observadoras. Muitos ambientalistas — especialmente aqueles da tradição norte-americana inspirada em Henry David Thoreau — acreditam que “o mundo selvagem é a preservação do mundo”. Mas as regiões isoladas, para o bem e para o mal, estão se tornando crescentemente irrelevantes.

Quase 90% da atividade vegetal do mundo, por algumas estimativas, é encontrada em ecossistemas onde o homem tem um papel significativo. Embora a agricultura tenha mudado o mundo por milênios, o evento Antropoceno dos combustíveis fósseis, da engenharia agrícola e, principalmente, dos fertilizantes artificiais à base de nitrogênio, incrementaram vastamente o poder da agricultura. A relevância das regiões preservadas para nosso mundo encolheu em face deste avanço. A quantidade de biomassa que agora anda sobre o planeta em forma de humanos ou animais de criação pesa muito mais que todos os outros grandes animais juntos.

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Os ecossistemas do mundo são crescentemente dominados por um grupo limitado e homogêneo de culturas, animais de criação e criaturas cosmopolitas que se dão bem em ambientes dominados por humanos. Criaturas menos úteis ou adaptáveis se dão mal: a taxa de extinção hoje é bem mais rápida que durante períodos geológicos normais.

Recycling the planet

O quanto as pessoas deveriam se amedrontar com isso? Seria estranho se não se preocupassem. A história do planeta contém muitas eras menos estáveis e clementes que o Holoceno. Quem pode garantir que a ação humana não pode empurrar o planeta para nova instabilidade?

Alguns vão querer simplesmente voltar o relógio. Mas retornar às coisas como eram não é realista, nem moralmente alcançável. Um planeta que em breve pode sustentar 10 bilhões de seres humanos precisa trabalhar de forma diferente de que quando sustentava 1 bilhão de pessoas, a maioria camponeses, 200 anos atrás. O desafio do Antropoceno é usar a engenhosidade humana para ajeitar as coisas para que o planeta possa cumprir sua tarefa do século 21.

Aumentar a resiliência do planeta vai provavelmente envolver algumas mudanças dramáticas e muitos pequenos ajustes. Um exemplo do primeiro pode vir da geoengenharia. Hoje o abundante dióxido de carbono emitido na atmosfera fica para a natureza recolher, o que ela não pode fazer suficientemente rápido. Embora as tecnologias ainda sejam nascentes, a ideia de que os humanos possam remover o carbono dos céus da mesma forma que ele é colocado lá é uma razoável expectativa do Antropoceno; não evitaria o aquecimento global a curto prazo, mas poderia reduzir seu impacto, com isso reduzindo as mudanças na química dos oceanos causadas pelo excesso de carbono.

Mais frequentemente a resposta estará nos pequenos ajustes — em encontrar formas de aplicar o músculo humano em favor da natureza, em vez de contra ela, ajudando assim a tendência natural de reciclar as coisas. A interferência humana no ciclo do nitrogênio tornou o nitrogênio muito mais disponível para plantas e animais; fez muito menos para ajudar o planeta a lidar com todo aquele nitrogênio quando as plantas e animais se satisfazem. Assim, sofremos cada vez mais com as “zonas mortas” costeiras, invadidas pelo brotar de algas alimentadas por nitrogênio. Pequenas coisas, como uma agricultura mais inteligente e melhor tratamento de esgoto, poderiam ajudar muito.

Para os homens, ter um envolvimento íntimo com vários processos interconectados numa escala planetária envolve muitos riscos. Mas é possível acrescentar à resiliência do planeta, em geral com medidas simples e graduais, se elas forem bem pensadas. E uma das mensagens do Antropoceno é que as ações graduais que nos trouxeram até aqui podem rapidamente se somar para provocar mudanças globais.

PS do Viomundo: Num mundo em que a Kátia Abreu e o Aldo Rebelo se juntam, tudo é possível.

PS do Viomundo2: Graças ao Robson Fernando, ao Rodrigo Santos e a outros leitores rápidos e rasteiros, pudemos corrigir os graves erros na tradução, pelos quais pedimos desculpas. É a beleza da interação blogosférica em ação!

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Comentários

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Pitagoras

The Economist nada mais faz que reafirmar a crença cega no fundamentalismo tecnológico que nos levou a este estado catastrófico, ambiental e socialmente.
A revolução não é tecnológica, mas sim mental, ética, filosófica. O resto é conversa pra boi dormir e os de sempre faturarem com a catástrofe

Bonifa

Sem desenvolvimento, jamais conseguiremos nem segurar nossa soberania, quanto mais nosso meio ambiente. Por isto, devemos voltar toda a atenção a nossas riquezas naturais. Ao nosso meio ambiente. Mas seria ingenuidade nossa não reconhecer que desde o fim da segunda guerra que querem avançar na Amazônia como um pirata faminto avança sobre um leitão assado em uma taberna. Por isso também, devemos ter toda a atenção ao desenvolvimento sustentável, sem perigosas ilusões romântico-conservacionistas. Com inteligência é possível discutir limites de ação e posições corretas. Sem inteligência, fica-se apoiando teses que não merecem ser apoiadas, por completa generalização e simplificação simbólica.

fernandoeudonatelo

Isso é o conceito amplo de desenvolvimento sustentavel, dentro de uma lógica socio-ambiental integrada entre preservação e transformação.

Quando você transfere essa lógica para a práxis, precisando moldar políticas públicas que façam parte de uma estratégia de desenvolvimento, em que a sustentabilidade deve ser associada ao bem-estar presente e futuro, equilibrando bens e serviços materiais com disponibilidade de insumos naturais, crescimento econômico intensivo e repositor. etc, a coisa se complica.

Não é porque é impossível, pelo contrário é possível. Mas como fazê-lo, atendendo necessidades distintas, é a grande questão.

augusto

ao felizmente esperançoso Economist: a primeira açao gradual vai ter que ensinar que o espirito de competiçao capitalista leva diretamente á morte.
Do planeta e nossa.
Agora, diga isso na Tv e ela (a morte) se achegará ativamente a voce.
Gostaria de estar mais otimista.

ZePovinho

Digite o texto aqui![youtube yUJk-4Rwtjs http://www.youtube.com/watch?v=yUJk-4Rwtjs youtube]

    queiroz

    Muito obrigado pela oportunidade de assistir esse belíssimo
    filme sobre o nosso universo.

FranX

Ótimo, vamos começar pela Inglaterra, então! Submissos!

Gerson Carneiro

Ou o Mundo acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Mundo.

<img src=http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRinMiauCXrWhYaGdHu_vlSYA89eKAnba9EqQioLhhsJlsm27mGfQ&t=1>

betinho2

Olhem como esses estão preocupados com a Copa, digo a foto, na reunião com Dilma para tratar do assunto:
http://blog.planalto.gov.br/wp-content/uploads/20

Alkmim (SP), Anastasia (MG) e Silval (MT)

betinho2

Azenha

É a foto do Carmem Leporaca?

<img sec <a href="http://=http://blogs.sltrib.com/tv/uploaded_images/Cavemen-706621.jpg&gt;” target=”_blank”>=http://blogs.sltrib.com/tv/uploaded_images/Cavemen-706621.jpg>

Gerson Carneiro

Ou o Mundo acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Mundo :)

<img src=http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRinMiauCXrWhYaGdHu_vlSYA89eKAnba9EqQioLhhsJlsm27mGfQ&t=1>

betinho2

Azenha
Onde você conseguiu essa foto do Carmem Leporaca?

<img src=http://blogs.sltrib.com/tv/uploaded_images/Cavemen-706621.jpg>

    ZePovinho

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Mário SF Alves

    É isso! Do antropo-sem-senso…

    FrancoAtirador

    Essa foto dele(a) é do período holoceno.

    A do período antropoceno é esta:

    <img src="http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRyT_Ax9BanuxHbAti2lQpW5ncbmbd_JmtQEel7fZthelTypRw2jQ"&gt;

    Maurício

    Essa foto é de um dos comerciais da Geico nos EUA.
    http://blogs.sltrib.com/tv/2007/07/making-up-cave

    Maurício

    Correção, na realidade a foto específica é de uma séria de televisão chamada "Cavemen" da ABC… Tinha na cabeça a Geico pois sempre vejo na televisão quando vou para os EUA…

    betinho2

    Enquanto você tira a dúvida, continua sendo do Carmem Leporaca…rsrs

Uélintom

Não se trata de cair naquela balela de dizer "ah, mas ninguém vai querer voltar atrás", como se as outras histórias humanas fosse coisa do passado, e como se toda a história humana devesse caminhar inexoravelmente para seu ápcie: o ocidente moderno industrial. Se trata, sim, de olhar para os lados, para os outros humanos que convivem conosco, contemporâneos, e entender como vêem o mundo, como puderam construir uma relação com a natureza sem destruí-la, sem consumi-la por completo. Uma parte (muito pequena) da indústria fez isso, e vem produzindo parcerias bastante interessantes.

waleria

Cuidado

Sem a agricultura e a pecuaria brasileira, quem sabe teremos pepinos contaminados europeus para comer.

Ou exemplares do Economist – em lata.

    betinho2

    Pior pepino que Kátia e Aldo na mesma salada não existe, nem esses contaminados na Alemanha.

    Pitagoras

    Podíamos exportá-los, Katia e Aldo pra Espanha! Sem volta!!!

    Denise

    Não lata!

Uélintom

Em primeiro lugar, acho a situação ainda mais perversa ao se levar em conta que o industrialismo não nasceu há 100.000 anos ou há 60.000 anos com o homo sapien sapien, mas há pouco menos de 200 anos apenas. Em segundo lugar, é preciso muito cuidado com as generalizações. Não é a humanidade a responsável por tudo isso, mas parte dela (ainda que toda ela sofra as consequencias). A história da humanidade é multipla, não é só a história do Industrialismo. Mais do que nunca deveríamos nos atentar para essa multiplicidade, e conhecer as alternativas. Não se trata (continua…)

Robson Fernando

Azenha, a tradução tem um erro:

"Em vez de nos colocar ainda no Cenozóico, uma era particularmente estável que começou há cerca de 10 mil anos, os geólogos dizem que já estamos vivendo no Antropozóico: a idade do homem."

Não é Cenozoico nem Antropozoico, mas sim, respectivamente, Holoceno e Antropoceno. Vide o própiro original em inglês. Favor corrigir

Ferdinand

Dancem macacos, dancem…
http://www.youtube.com/watch?v=DRJqrLd7MrE

Uélintom

Azenha, desculpe falar disso fora do contexto, mas é absolutamente chocante o que está acontecendo em São Paulo: as quadrilhas que estão atacando os caixas eletrônicos são comandadas por PMs! SIM! A Polícia Militar, que deveria nos preteger, é quem está cometendo assaltos. E não havia um ou dois PMs, mas vários, e hoje continuaram as notícias de mais PMs presos por participação nessas quadrilhas. E tão chocante quanto isso é a constatação de que NENHUMA autoridade do Governo do Estado foi entrevistada. A mídia corporativa quer dar a entender que é apenas coincidência a participação desses policiais. É mole?!

    Marcos C.Campos

    Azenha , abre um post sobre isto é urgente . O Planeta no futuro dependerá de ações locais hoje !!! é a maneira predatória e egoista do capitalismo individualista que leva a acontecimentos globais como aquecimento por CO2 e a acontecimentos locais como policia que assalta em SP. A raíz, a origem, é a mesma.

    Bruno

    A Polícia Militar não está cometendo nada, não seja sujo. Policiais Militares podem estar. Não tente manchar o nome desta instituição tomando partes – podres – pelo todo.

Zé Fake

A propósito de que é este artigo mesmo ? Acho que artigos longos deveriam ter uma introduçãozinha, expondo a "tese" que o artigo propõe ilustrar ou demonstrar. Ficaria muito mais fácil para nós leitores, que "sofremos" com a oferta imensa de coisas para ler na internet.

Fred

continuação do texto de Aldo Rebelo:

A sucessão dos fatos ilumina o caminho trilhado pelos conspiradores de botequim. No último domingo o Estado de São Paulo abriu uma página para reportagem assinada pelas jornalistas Afra Balazina e Andrea Vialli com a seguinte manchete: Novo Código permite desmatar mata nativa em área equivalente ao Paraná. Não há, no próprio texto da reportagem, uma informação sequer que confirme o título da matéria.

É evidente que o projeto votado na Câmara não autoriza desmatamento algum. O que se discute é se dois milhões de proprietários que ocupam áreas de preservação permanente (margem de rio, encostas, morros) devem ser expulsos de suas terras ou em que proporção podem continuar cultivando como fazem há séculos no Brasil, à semelhança de seus congêneres em todo mundo.

No jornal O Globo, texto assinado por Cleide Carvalho, procura associar o desmatamento no Mato Grosso ao debate sobre o Código Florestal e as ONGs espalham por seus contatos na mídia a existência de relação entre o assassínio de camponeses na Amazônia e a votação da lei na Câmara dos Deputados. O Guardian de Londres publica artigo de um dos chefetes do Greenpeace com ameaças ao Brasil pela votação do Código Florestal. Tratam-nos como um enclave colonial carente das lições civilizatórias do império.

As ONGs internacionais consideram toda a área ocupada pela agropecuária no Brasil, passivo ambiental que deve ser convertido em floresta. Acham razoável que milhões de agricultores sejam obrigados a arrancar lavoura e capim e plantar vegetação nativa em seu lugar, em um país que mantém mais de 60% de seu território de áreas verdes.

A “anistia” atribuída ao relatório não é explicada pelos que a denunciam, nem a explicação é cobrada pela imprensa. Apenas divulgam que estão “anistiados” os que desmataram até 2008. Quem desmatou até 2008? Os que plantaram as primeiras mudas de cana no Nordeste e em São Paulo na época das capitanias hereditárias? Os primeiros cafeicultores do Pará, Rio de Janeiro e São Paulo no século XVIII? Os colonos convocados pelo governo de Getúlio Vargas para cultivar o Mato Grosso? Os gaúchos e nordestinos levados pelos governos militares para expandir a fronteira agrícola na Amazônia? Os assentados do Incra que receberam suas terras e só tinham acesso ao título de propriedade depois do desmatamento?

É importante destacar que pela legislação em vigor são todos “criminosos” ambientais submetidos ao vexame das multas e autuações do Ministério Público e dos órgãos de fiscalização. Envolvidos na teia de “ilegalidade” estão quase 100% dos agricultores do País por não terem a Reserva Legal que a lei não previa ou mata ciliar que a legislação de 1965 estabelecia de cinco a 100 metros e na década de 1980 foi alterada para 30 até 500 metros.

Reconhecendo o absurdo da situação, o próprio governo em decreto assinado pelo presidente Lula e pelo ministro Carlos Minc suspendeu as multas em decorrência da exigência “legal”, cujo prazo expira em 11 de junho e que provavelmente será re-editado pela presidente Dilma.

O governo e o País estão sob intensa pressão da desinformação e da mentira. A agricultura e os agricultores brasileiros tornaram-se invisíveis no Palácio do Planalto. Não sei se quando incorporou à delegação da viagem à China os suinocultores brasileiros em busca de mercado no gigante asiático a presidente tinha consciência de que quase toda a produção de suínos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná está na ilegalidade por encontrar-se em área de preservação permanente.

A Câmara dos Deputados, por grande maioria, mostrou estar atenta aos interesses da preservação ambiental e da agricultura, votando uma proposta que foi aceita por um dos lados, mas rejeitada por aqueles que desconhecem ou precisam desconhecer a realidade do campo brasileiro. O Senado tem agora grande responsabilidade e o governo brasileiro precisa decidir se protege a agricultura do País ou se capitulará diante das pressões externas que em nome do meio ambiente sabotam o bem-estar do nosso povo e a economia nacional.

Fred

O código florestal, por ser equilibrado é bem vindo.
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O Código Florestal e a quinta coluna

Aldo Rebelo*

Conta a lenda que ao cercar Madri durante a Guerra Civil Espanhola o general Emilio Mola Vidal ao ser questionado sobre qual das quatro colunas que comandava entraria primeiro na cidade sitiada, respondeu: a quinta coluna. Mola referia-se aos seus agentes, que de dentro sabotavam a resistência republicana.

Durante a Segunda Guerra Mundial a expressão tornou-se sinônimo de ações contra o esforço aliado na luta para derrotar o eixo nazi-fascista. A quinta coluna disseminava boatos, procurava enfraquecer e neutralizar a vontade da resistência e desmoralizar a reação contra o inimigo.

Após a votação do Código Florestal, no último dia 24, um restaurante de Brasília acolheu os principais “cabeças” das ONGs internacionais para um jantar que avançou madrugada adentro. A Câmara acabara aprovar por 410 x 63 votos o relatório do Código Florestal e derrotara de forma avassaladora a tentativa do grupo de pressão externo de impedir a decisão sobre a matéria. O ambiente era de consternação pela derrota, mas ali nascia a tática da quinta coluna moderna para pressionar o Senado e o governo contra a agricultura e os agricultores brasileiros. Os agentes internacionais recorreriam à mídia estrangeira e espalhariam internamente a ideia de que o Código “anistia” desmatadores e permite novos desmatamentos.

FrancoAtirador

.
.
O Engels, aquele amigo e parceiro literário do Marx, escreveu um livro chamado:

"O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem".

Eu acho que, se ele hoje estivesse vivo, mudaria o título para:

"O Papel do Agronegócio na Transformação do Homem em Macaco".

http://www.culturabrasil.pro.br/trabalhoengels.ht

betinho2

"…PS do Viomundo: Num mundo em que a Kátia Abreu e o Aldo Rebelo se juntam, tudo é possível…"

Com um detalhe, num hipotético fim do mundo e uma colonização de algum outro planeta, na nave irão as "Kátias", e os "Aldos" ficarão aqui, como responsáveis pelo desastre, pois como eu já disse em outro comentário, o comunismo foi gerado pelos mesmos que geraram o capitalismo, para serem os maus enquanto os últimos, como "bons", salvariam a humanidade. Há ocasiões, como agora, em que os filhos a casa tornam, irmanados para praticar o "bem".

    Diogo

    "o comunismo foi gerado pelos mesmos que geraram o capitalismo, para serem os maus enquanto os últimos, como "bons", salvariam a humanidade" – perfeito! Pouquissimos enxergam isto. O maniqueismo impera.
    [youtube Rcbq1dXMS6A http://www.youtube.com/watch?v=Rcbq1dXMS6A youtube]
    [youtube 6Y-MXaqkhSE http://www.youtube.com/watch?v=6Y-MXaqkhSE youtube]
    [youtube kwhFcrc9XiY&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=kwhFcrc9XiY&feature=related youtube]
    [youtube 9ofEbzdLe9I&NR=1 http://www.youtube.com/watch?v=9ofEbzdLe9I&NR=1 youtube]

    ZePovinho

    Faz mais de 3 anos que esse documentário foi postado por aqui,Diogo.Todo mundo está careca de saber que Jacob Schiff deu dinheiro para Lenin via Trotsky,mas ele(Wall Street inteira) também deu dinheiro para Hitler e,na verdade,queriam que Hitler detonasse a URSS antes.
    Quano a URSS esmigalhou a Alemanha em Stalingrado foi que EUA e Inglaterra decidiram lutar contra os nazistas,porém mantendo os negócios deles com a Alemanha intactos até o fim da guerra.Lembra que era a IBM quem fabricava os máquinas que contavam judeus nos campos de concentração?
    Depois,na Operação Paperclip,milahres de cientistas nazista foram para os EUA e criaram o centro de guerra biológica em Fort Detrick,fazendo experiências com cidadãos americanos dentro dos EUA!

    Diogo

    Eu sei, foi nesta época mesmo que vi este video no Viomundo. Achei ótimo e resolvi posta-lo de novo. É interessante saber como que mesmo na sede do império, o cidadão médio se lasca tambem como em qualquer parte do mundo. Somos apenas bucha de canhão…

Fred

Em relação á áreas de preservação do meio ambiente e de legislação ambiental, ingleses , estadunidenses e europeus em geral, não nem moral, nem autoridade, para fazer críticas a outros países, já que suas reservas são infinitesimais, comparadas com as do Brasil .

E em matéria de legislação ambiental, referente a ocupação e uso da terra para agricultura ,são ridículos , não existe nada que se compare , nem de perto, a legislação brasileira, já com o código florestal aprovado…

Todo o radicalismo dos ecologistas fundamentalistas é sem fundamento, pois em matéria de percentual do território do país dedicado a preservação ambiental, o Brasil é campeão.

Os verdadeiros problemas ecológicos do Brasil não são combatidos nem ganham destaque na grande mídia, nem na agenda dos pseudo ecologistas e até mesmo na blogosfera…

Só se fala em desmatamento, embora o Brasil, após 500 anos, tenha 60% do seu território de aŕeas verdes intocadas…

Muito mais urgente é solucionar problemas tais como a quantidade imensa de o lixo que nossa civilização produz, a contaminação das águas por esgotos (demandando saneamento), por produtos químicos, a contaminação que uma agricultura industrial repleta de pesticidas e adubos químicos provoca no meio ambiente, bem como as doenças causadas pelo consumo dos resíduo deles nos alimentos ,
a implementação de uma política de reciclagem do lixo e da necessária coleta seletiva do lixo,ambos praticamente inexistentes no Brasil., estas questões entre outras, são muito mais urgentes no Brasil, do que o desmamento, área em que o Brasil está muito a frente dos ditos países desenvolvidos e que já está relativamente controlado.

    Elton

    As "áreas verdes intocadas" a que você se refere estão em sua maioria esmagadora na floresta amazônica, cuja ocupação REAL só começou a partir de 1970. Não vejo sentido em seu raciocínio que parece claramente tentar manipular a questão no sentido de se minimizar os problemas do desmatamento. E o "moderno" ruralismo se coaduna com sua maneira de pensar, visto que se está "tão preservado", então por que tanto "alarde comuno-ecologista"???

Rodrigo Santos

Um erro considerável no texto (ou na tradução?) é dizer que o Cenozóico começou à 10000anos. O Cenozóico começou à + ou – 60 milhões de anos e foi quando entrou na política o José Sarney.
Já li antes a referencia a este novo periodo como sendo o Quinário, sucedendo ao Quaternário (este sim iniciado 10000 anos antes do presente), ou chamado de Tecnógeno.

    Elton

    Você está absolutamente correto!

Regina Braga

O Pensamento Cartesiano foi substituido pelo Gersoniano…Aproveite tudo e tire vantagem…O amanhã que se exploda.

    Elton

    É o que está na cabeça dos capitalistas, em especial os do agronegócio…………..

    Gerson Carneiro

    O Gerson, meu xará, até hoje paga o pato por sua ingenuidade.

    Regina Braga

    Desculpe,Gerson…vc é ótimo.

Bruno Brasil

Boa, Azenha!

Marco

Antropoceno, gente. http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropoceno

Elton

Daqui a pouco surgirão aqui comentários de apoiadores dos ruralistas dizendo coisas tais como: "Ecologistas são comunistas" ou "só querem atrapalhar o progresso da humanidade', etc, etc……

ZePovinho

Uma vez eu coloquei,aqui,o filme "O ponto de mutação",de 1999,inspirado no livro homônimo de Fritjof Capra.Esse livro fez a cabeça de nós,verdes(nos anos 80)e ainda diz muita coisa sobre a cultura que acha que o planeta foi feito para nosso deleite, apenas.
Carl Sagan é outro que ajuda muito,embora não gostasse do pensamento místico de Capra.
Aí vai uma pequena homenagem a ele,Carl Sagan- que era judeu e despertou muitos brasileiros para a ciência com a série "COSMOS":

[youtube EjpSa7umAd8 http://www.youtube.com/watch?v=EjpSa7umAd8 youtube]

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