Burburinho: A condenação do shopping

Tempo de leitura: 2 min

do Stanley Burburinho, via e-mail

“A gerente do brinquedo falou que ela não poderia frequentar mais por ter Síndrome de Down. Disse que tinha cliente que tinha preconceito”

Justiça condena shopping de SP por preconceito contra criança com síndrome de Down

Publicada em 27/05/2011 às 10h32m

SÃO PAULO – O Taubaté Shopping, em Taubaté, cidade a 134 quilômetros de São Paulo, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 40 mil a uma família da cidade. O motivo: impedir uma criança com Síndrome de Down de brincar no parquinho. Para a Justiça, a medida foi preconceituosa e discriminatória.

Como qualquer criança de seis anos, Andressa adora brincar em parquinhos. Mas, foi proibida de frequentar um deles porque tem Síndrome de Down. Em maio do ano passado, ela foi levada pela mãe a uma piscina de bolas dentro do Taubaté Shopping.

Quando acabou o tempo da brincadeira, a funcionária orientou a mãe a não levá-la de novo ao local.

– A gerente do brinquedo falou que ela não poderia frequentar mais por ter Síndrome de Down. Disse que tinha cliente que tinha preconceito – explicou Nadir Aparecida Silva, mãe de Andressa.

Ela fez uma reclamação por escrito ao shopping. Em seguida, recebeu o telefonema de uma funcionária.

– A gerente de marketing ligou no outro dia para mim. Ela falou que a menina não poderia freqüentar lá, porque não tem brinquedo especial para ela.

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Indignada, a família acionou a empresa na Justiça e venceu a causa em primeira instância. O shopping terá que pagar à família uma indenização por danos morais. Na sentença, o juiz apontou o despreparo dos funcionários e disse que eles agiram com preconceito e discriminação. O shopping não quis comentar o caso.

O promotor da Vara da Infância e da Juventude de Taubaté, Antônio Carlos Ozório, aprovou a decisão.

– Além de servir como lição, serve como um aviso para que esse tipo de conduta não ocorra. Hoje, nós temos que aceitar a diversidade e temos que incluir essas pessoas na vida social, familiar, na escola, na sociedade, no trabalho, como prevê as Nações Unidas (ONU).

Ainda cabe recurso, mas o shopping também não comentou se vai recorrer. No processo, a defesa alegou que os funcionários não discriminaram a criança e que apenas advertiram os pais, que teriam passado do horário para ir buscar a menina.

http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/05/27/justica-condena-shopping-de-sp-por-preconceito-contra-crianca-com-sindrome-de-down-924548916.asp

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Comentários

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gilberto

Já morei em Taubaté, Já frequentei o Shopping tambem , a cidade é uma das melhores para se morar em SP. O Povo de Taubaté é excelente , acolhedor , amigo de verdade mesmo. Apesar de ser uma grande cidade ainda se tem os constumes do interiorzão..a feira livre é um show, o sitio do Pica pau amarelo, enfim , tudo lá é bom.
Este problema ai , vcs podem apostar que os donos do Shopping que determinaram a bagaça toda , não é de Taubaté….ele com certeza se origina em um famoso bairro paulistano….quem quiser é só pesquisar…foram eles , não tem nada a ver com funcionaria e gerente de marketing…quem faz marketing não faz uma cagada dessas …

Norberto

Tinha que ser em Taubaté, no vale do Paraíba…quando falo que são o pior povo de Sâo Paulo levo esporro….o pessoal do vale é todo descendente de Jeca Tatu….não dá para esperar muito deles, né!?…rsrsrsrsrs….Abraços.

bissolijr

leitura imperdível a propósito, se posso fazer tanto malabarismo: "o filho eterno", de cristóvão tezza.

Morvan

Boa tarde.
Não "treinar" bem aos seus funcionários dá nisto! Ao invés de capacitar, treina-se(sic)! Como bem assinalou Fábio, R$ 40.000,00 são pouco; para mim, uma merreca, tal a gravidade do episódio.
Num mundo cada vez mais – queira-se ou não – caminhando para a inclusão, estes episódios nos enojam e nos mostram o quanto ainda precisamos caminhar para remover todos os entulhos do preconceito contra toda a sorte de minorias.
O Ministério da Educação, na pessoa do grande Fernando Haddad, poderia aproveitar para discutir, ao mesmo tempo em que se discute a questão anti-hemofobia, acerca da imersão de crianças com necessidades especiais, tanto no ambiente escolar como no dia-a-dia.
Quanto ao empresário do shopping, procure qualificar melhor seus empregados.

Morvan, Usuário Linux #433640

FrancoAtirador

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Quando quero viajar aos EUA, vou ao shopping.
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    Elton

    Boa, muito boa!

    Abel

    Isso é Brasil. Em entrevista recente, Jorge Ben disse que nos Estados Unidos, negro que entra em loja chique é tratado como cliente. Já no Brasil…

Fábio

Acho que R$ 40 mil é pouco.

Penso que se deva iniciar um movimento na internet de boicote a esse shopping.

Um prejuizo vultoso seria um recado da sociedade realmente ouvido por essa gente preconceituosa e insensível.

Não sou muito bom em usar redes sociais, mas sugiro que, quem tiver habilidade para isso, faça um movimento do tipo do Churrascão da gente diferenciada, de forma a promover o boicote.

Marcelo Fraga

Não existe coisa que eu odeie mais do que preconceito, em todas as suas formas.
É sempre uma prática nojenta, não importa se com gordos, negros, homossexuais, deficientes ou qualquer outro tipo. Pior nesse caso, pois foi com uma criança.

Para boa parte da classe média e da elite não bastam cartilhas e manifestações, seja quantas forem.
A ignorância é intrínseca à essa gente preconceituosa. Se não aprendem por bem, aprenderão por mal, como ocorreu nesse caso.

    Klaus

    Só há preconceito na classe média e na elite? Me explica então, por que entre os mais pobres não há preconceito? A partir do momento que alguém das classes mais baixas passa para a classe média ela torna-se automaticamente preeconceituosa? O inverso é verdadeiro também? E aqueles de classe média e da elite que são de esquerda podem também preconceituosos ou estão automaticamente incluídas na outra parte não-preconceituosa? Você diz isto para ter vários dedinhos pra cima?

    Marcelo Fraga

    O que foi, Klaus?
    Anda transtornado por só receber negativas?
    Por que não vai lá no blog do Reinaldo Cabeção? Lá, quem sabe, até o próprio vai responder te congratulando por ser um reaça à altura.

    Mas, respondendo às tuas perguntas: se você convivesse com gente humilde (coisa que duvido muito), nunca veria alguém dizer que tem nojo de nordestino, que acha negro inferior, que gordo só faz merda ou que os gays deveriam morrer pois não são dignos de viver.

    Klaus

    Não respondeu todas. Aguardo.

    Marcelo Fraga

    Bem, quando eu te respondi eu estava de saída e não pude responder todas as tuas perguntas.

    -Só há preconceito na classe média e na elite? Quando eu falo "boa parte da classe média e da elite", falo daquelas velha classe média e elite, daquelas que fizeram a Marcha da Família, daquelas que apoiaram o Cansei.

    -A partir do momento que alguém das classes mais baixas passa para a classe média ela torna-se automaticamente preeconceituosa?/O inverso é verdadeiro também? Eu não disse que há preconceito só nessas classes. Não sou cara-de-pau para afirmar tamanha besteira. Entretanto, quem faz questão de afirmar seu preconceito, não tem vergonha disso e procura meios para fazê-lo são, sim, as classes média e alta.

    -E aqueles de classe média e da elite que são de esquerda podem também preconceituosos ou estão automaticamente incluídas na outra parte não-preconceituosa? Alguns dos meus amigos de esquerda são preconceituosos, sim. Não é por isso que eu os censuro sempre que expressam as suas intolerâncias.

    Respondi todas agora?

    Vinícius

    Marcelo, acho que o que o Klaus quis dizer, da forma mais canhestra possível, é que esse negócio de falar mal da classe média parece um ritual coletivo de catarse. E catarse coletiva só serve pra esconder nossos próprios defeitos e hiporisias.

    Num parquinho de "gente humilde" não veríamos reclamações, pois gente humilde não tem o costume de reclamar, nem acha que tem direitos enquanto "consumidor". Por isso os burgueses dão esses pitis ridículos e os pobres não. Os pobres acham que reclamar é meio que dar vexame. Os pobres no Brasil tem mais classe. Mas o preconceito existe.

    Agora, que os burgueses superprotegem mais seus filhinhos, acho que não dá pra negar.

    Zé Raineri

    O que eu vejo é que o preconceito é intrínseco ao ser humano e não escolhe classe social. O que muda é o destinatário.

    Se por um lado existe maior preconceito em relação à origem do indivíduo mas classes mais abastadas, por outro existe maior preconceito ao comportamento nas classes menos favorecidas.

    O bom selvagem é uma miragem e já é, por si, uma expressão de preconceito.

    Abel

    Concordo. Pobre também discrimina pobre. Basta imaginar – por exemplo – que ele tem uma opção sexual diferente da grande maioria ;)

    dukrai

    vc pergunta: "Só há preconceito na classe média e na elite?"
    não, Klaus, o Marcelo Fraga não afirmou isto, ele disse:
    "… boa parte da classe média e da elite…"
    "… A ignorância é intrínseca à essa gente preconceituosa. …"
    esta última frase é a sua cara.
    quanto aos pobres, essa traia que só atrapaia e de quem tanto gosta, entraram de gaiato na estória. vc podia aproveitar o seu talento e fazer um post aqui pro Azenha, eu garanto que ele publica, na seção de Humor.

    gilberto

    O que vc esta falando é pura bobagen…o que uma coisa tem haver com a outra coisa ???
    Vc esta desviando o assunto ?

MA_Jorge

Quanta idiotice! Não seria mais fácil considerar o fato de que o correto seria sim, ensinar às outras crianças em como se relacionar com as diferenças. Por que uma coisa é certa, o mundo há de mostrar no futuro às crianças e assim, todas estariam melhor preparadas.

O mais triste ainda é saber que, mesmo entre as assim chamadas como "normais", existem aquelas piores ainda no ânimo em relação ao bom relacionamento, a maioria não preparada adequadamente por pais relapsos, ausentes e prepotentes. Lamentável.

    Edson Barbosa

    Parabéns! É fácil perceber quando crianças ainda não aprenderam a viver em grupo nestes parques. Empurram, querem ser os primeiros e assim vai. É claro que não estou generalizando. De qualquer modo a melhor maneira de ensinar alguém não é por esconder o mundo que se apresenta. É preciso mostrar a diferença, respeitar o outro e viver bem consigo mesmo visando viver bem com os outros.

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