Chico Buarque e Gilberto Gil fazem dueto no Festival Lula Livre com música censurada pela ditadura militar; veja

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Cálice

Chico Buarque

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra

Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

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De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

Luiz Inácio Lula da Silva: Afaste de mim este cale-se

na Folha

Querem impedir que o povo escolha em quem votar?

Estou preso há mais de cem dias. Lá fora o desemprego aumenta, mais pais e mães não têm como sustentar suas famílias, e uma política absurda de preço dos combustíveis causou uma greve de caminhoneiros que desabasteceu as cidades brasileiras.

Aumenta o número de pessoas queimadas ao cozinhar com álcool devido ao preço alto do gás de cozinha para as famílias pobres. A pobreza cresce, e as perspectivas econômicas do país pioram a cada dia.

Crianças brasileiras são presas separadas de suas famílias nos EUA, enquanto nosso governo se humilha para o vice-presidente americano.

A Embraer, empresa de alta tecnologia construída ao longo de décadas, é vendida por um valor tão baixo que espanta até o mercado.

Um governo ilegítimo corre nos seus últimos meses para liquidar o máximo possível do patrimônio e soberania nacional que conseguir —reservas do pré-sal, gasodutos, distribuidoras de energia, petroquímica—, além de abrir a Amazônia para tropas estrangeiras.

Enquanto a fome volta, a vacinação de crianças cai, parte do Judiciário luta para manter seu auxílio-moradia e, quem sabe, ganhar um aumento salarial.

Semana passada, a juíza Carolina Lebbos decidiu que não posso dar entrevistas ou gravar vídeos como pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, o maior deste país, que me indicou para ser seu candidato à Presidência. Parece que não bastou me prender. Querem me calar.

Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem que eu diga? O que está acontecendo hoje com o povo? Não querem que eu discuta soluções para este país? Depois de anos me caluniando, não querem que eu tenha o direito de falar em minha defesa?

É para isso que vocês, os poderosos sem votos e sem ideias, derrubaram uma presidente eleita, humilharam o país internacionalmente e me prenderam com uma condenação sem provas, em uma sentença que me envia para a prisão por “atos indeterminados”, após quatro anos de investigação contra mim e minha família? Fizeram tudo isso porque têm medo de eu dar entrevistas?

Lembro-me da presidente do Supremo Tribunal Federal que dizia “cala boca já morreu”. Lembro-me do Grupo Globo, que não está preocupado com esse impedimento à liberdade de imprensa —ao contrário, o comemora.

Juristas, ex-chefes de Estado de vários países do mundo e até adversários políticos reconhecem o absurdo do processo que me condenou.

Eu posso estar fisicamente em uma cela, mas são os que me condenaram que estão presos à mentira que armaram. Interesses poderosos querem transformar essa situação absurda em um fato político consumado, me impedindo de disputar as eleições, contra a recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Eu já perdi três disputas presidenciais —em 1989, 1994 e 1998— e sempre respeitei os resultados, me preparando para a próxima eleição.

Eu sou candidato porque não cometi nenhum crime. Desafio os que me acusam a mostrar provas do que foi que eu fiz para estar nesta cela. Por que falam em “atos de ofício indeterminados” no lugar de apontar o que eu fiz de errado? Por que falam em apartamento “atribuído” em vez de apresentar provas de propriedade do apartamento de Guarujá, que era de uma empresa, dado como garantia bancária? Vão impedir o curso da democracia no Brasil com absurdos como esse?

Falo isso com a mesma seriedade com que disse para Michel Temer que ele não deveria embarcar em uma aventura para derrubar a presidente Dilma Rousseff, que ele iria se arrepender disso. Os maiores interessados em que eu dispute as eleições deveriam ser aqueles que não querem que eu seja presidente.

Querem me derrotar? Façam isso de forma limpa, nas urnas. Discutam propostas para o país e tenham responsabilidade, ainda mais neste momento em que as elites brasileiras namoram propostas autoritárias de gente que defende a céu aberto assassinato de seres humanos.

Todos sabem que, como presidente, exerci o diálogo. Não busquei um terceiro mandato quando tinha de rejeição só o que Temer tem hoje de aprovação.

Trabalhei para que a inclusão social fosse o motor da economia e para que todos os brasileiros tivessem direito real, não só no papel, de comer, estudar e ter moradia.

Querem que as pessoas se esqueçam de que o Brasil já teve dias melhores? Querem impedir que o povo brasileiro —de quem todo o poder emana, segundo a Constituição— possa escolher em quem quer votar nas eleições de 7 de outubro?

O que temem? A volta do diálogo, do desenvolvimento, do tempo em que menos teve conflito social neste país? Quando a inclusão dos pobres fez as empresas brasileiras crescerem?

O Brasil precisa restaurar sua democracia e se libertar dos ódios que plantaram para tirar o PT do governo, implantar uma agenda de retirada dos direitos dos trabalhadores e dos aposentados e trazer de volta a exploração desenfreada dos mais pobres. O Brasil precisa se reencontrar consigo mesmo e ser feliz de novo.

Podem me prender. Podem tentar me calar. Mas eu não vou mudar esta minha fé nos brasileiros, na esperança de milhões em um futuro melhor. E eu tenho certeza de que esta fé em nós mesmos contra o complexo de vira-lata é a solução para a crise que vivemos.

Luiz Inácio Lula da Silva
Ex-presidente da República (2003-2010)

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Comentários

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Sebastião Farias

Isso, tem um nome: civismo e patriotismo, prática que os brasileiros que amam o Brasil, têm que praticar, cada vez mais, sem medo e com coragem.
É lamentável que, sejam exatamente, os membros do Poder Judiciário do Brasil, como tem registrado a imprensa nacional e mídias, logo eles, guardiões dos direitos das pessoas, da Constituição Federal, das leis e da justiça imparcial para todos os cidadãos de forma equânime, da República, guardiões do estado de direito, da democracia, da legitimidade da governabilidade, da ordem e da paz social da nação brasileira, a protagonizarem todas essas incoerências e procedimentos jurídicos aéticos e injustos que, dos mais simples e humildes cidadãos aos mais especializados nesse campo jurídico, desaprovam, por desrespeitarem e deflorarem constantemente, a Constituição Federal e os direitos das pessoas que deviam proteger.
Pior ainda, por terem permitido também, de forma passiva, que parlamentares antiéticos, infiéis aos eleitores e traidores da confiança a eles outorgadas, por milhões de cidadãos esperançosos, parlamentares esses, que juntos com forças estranhas aos interesse do povo e do país como: organizações de comunicações conservadoras; agentes públicos aéticos diversos; empresários e banqueiros, etc, deram um golpe de governo que aí está e, cujos riscos e prejuízos políticos, econômicos, sociais, tecnológicos, estruturantes e estratégicos, geopolíticos, etc, desvios de conduta esses, que comprometem definitivamente, a unidade, a segurança, o patrimônio e a soberania nacionais, além de comprometer também, o bem-estar do povo; a paz social da nação; os direitos e liberdade dos cidadãos e; a proteção e sobrevivência das gerações futuras, uma vez que esses prejuízos sim, são incalculáveis.
Logo, como cidadão, acho que o golpe está aí e, de forma arrogante e soberba, mostra que não teme ninguém, pois mesmo o povo reclamando mas, não tomando uma atitude que lhe é de direito pela CF, que ainda lhe permite, quando tudo azedar e os diretos dos cidadãos se desvaloriza, não tem mais jeito.
A conclusão que se chega à luz de tudo isso, é que, em país nenhum de povos civilizados, os seus poderes constituídos fariam, o que os nossos aqui no Brasil, teimam em fazer e, continuam, sem que seus responsáveis, ficassem livres de serem punidos exemplarmente, por crimes contra a Constituição Federal. Aqui, taí as notícias de desvios de condutas de autoridades que, todo dia, arrepiam o mundo por sua repetência, pois não se admitia aqui, que o poder judiciário brasileiro e demais instituições, se voltasse contra o povo e principalmente, cerimônia desrespeitas sem a Constituição Federal, como exemplifica o caput do Artigo 5º e, especialmente, o seu Inciso LVII, além do Artigo 127 (http://cartacampinas.com.br… ).
Essas, sim, são as questões de desvios de condutas que, todos cidadãos têm a obrigação de conhecerem e, conhecendo-as, tomarem uma atitude consciente, responsável e pacífica, fundamentada na própria CF, contra sua continuidade prejudicial à nação, uma vez que não é o caso do direito de um cidadão, que está em jogo, pois, não é isso que tratam os caputs dos artigos acima e sim, de TODOS OS CIDADÃOS.
O nosso consolo e confiança de que, os criminosos constitucionais do Brasil não ficarão impunes, está aqui: “Deus “retribuirá a cada um conforme o seu procedimento”. Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça.” (Romanos 2:6-8 ).
Ah! só um lembrete. Já que as esquerdas não se unem, como massa de resistência popular a buscar a redemocratização e a normalidade política do país, só vejo uma luz histórica, capaz de mobilizar, conscientizar e estimular os cidadãos sem medo, a saírem às ruas, praças, escolas, colégios, universidades, sindicatos, associações, organizações sociais, etc, o despertar dos Estudantes do Brasil para que, juntos com o povo, venham discutir e debaterem esses problemas e, se posicionarem com encaminhamentos responsáveis e conscientes, que de forma pacífica e cidadã, todos, busquem a melhor solução para o País.
São essas o nosso comentário sobre a matéria e, as minhas opinião e contribuição à conscientização do povo de nosso país. Nossa homenagem aos estudantes conscientes e patriotas do Brasil.
Refrão:
“São os estudantes a energia, que farão desta nação, A bomba que o mundo ouvirá, Num brado de libertação”

Sebastião Farias
Um cidadão nordestinamazônida

    henrique de oliveira

    O chororo dos coxinhas vai começar É LULA ou NADA é bom Jair se se contentando com 12% e 12% não toma posse , ai eu choro.

Paulo Werneck

Notícia errada. Gil encerrou o evento com Deixa a vida me levar.
Chico cantou cálice, caravanas e gota d’agua mas não encerrou o show.

    Luiz Carlos Azenha

    Obrigado!

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