Para presidente de associação de caminhoneiros, greve agora é dos “reféns” da intervenção militar
Tempo de leitura: 2 minGrupos políticos estão bloqueando caminhões nas rodovias, diz ABCam
Segundo presidente da associação, caminhoneiros estão sendo ameaçados
Por Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil Brasília
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCam), José da Fonseca Lopes, afirmou hoje (28) que cerca de 250 mil caminhões são mantidos em pontos de paralisação em diversas regiões do país, como Bahia, Pernambuco e São Paulo.
Esse número representa cerca de 30% do total que ficou parado ao longo dos últimos dias da greve.
Segundo ele, está havendo uso político do movimento para derrubar o governo de Michel Temer.
“Vou fazer uma denúncia bastante séria: não é o caminhoneiro mais que está fazendo greve. Tem um grupo muito forte de intervencionistas nisso aí, eu vi isso agora em Brasília na parte da manhã. Eles estão prendendo caminhão em tudo quanto é lugar. São pessoas que querem derrubar o governo. Eu não tenho nada a ver com essas pessoas e nem nossos caminhoneiros autônomos têm, mas eles estão sendo usados para isso”, afirmou, durante coletiva de imprensa, em Brasília.
De acordo com o presidente de ABCam, intervencionistas seriam grupos políticos defensores da intervenção militar no país.
Ele pediu apoio do governo federal para desmobilizar esses bloqueios remanescentes.
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“Tem muitas lideranças que se se dizem lideranças, mas que estão envolvidas com partido político e são presidentes de diretórios municipal e estadual. Estou levantando nomes, lugares onde está acontecendo isso e vou entregar na mão do governo, que é ele [governo] que tem que resolver isso”.
Questionado por jornalistas, Fonseca não quis dar nomes de pessoas ou partidos que poderiam estar envolvidos nos bloqueios.
Ainda de acordo com o dirigente da associação, os caminhoneiros que permanecem em pontos de paralisação estão sofrendo ameaças.
“Estão sendo ameaçados de forma violenta. Não mostram arma, mas levantam a camisa”.
Para a ABCam, os pontos de paralisação não falam em nome da entidade.
“Estão usando o caminhoneiro como bode expiatório. Nossa missão foi cumprida, 60% do país está sem movimento nenhum”, garantiu.
Fonseca citou a existência de pontos de bloqueio na região da Vila Carioca, em São Paulo, onde há uma refinaria da Shell, e também no entorno das montadoras de automóveis, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Já na Baixada Santista, no Porto de Santos, o fluxo está liberado, afirmou o presidente da ABCam.
Mais cedo, o presidente da República Michel Temer afirmou ter “absoluta convicção” de que a paralisação dos caminhoneiros terminará até esta terça-feira (29).
PS do Viomundo: Não existe “refinaria da Shell”, mas base da Shell na Vila Carioca.
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Comentários
Maurício
Identificar e prender com base na lei de antiterrorismo nº 13.260/2016
Mauricio
Falou em crimes, atentados contra a população, desordem, baderna, é só chamar o bolsomijo. Tava na cara que tinha bolsominion por trás dessas faixas.
Euler
Intervenção militar uma ova! Precisamos é de governo legítimo e de políticas públicas em favor do povo!
É hora de alertar a população brasileira para dar um basta nesse papo furado de intervenção militar como tábua de salvação para os problemas criados pelas políticas neoliberais dos golpistas. Aliás, quem tem buscado solução militar para esconder os furos provocados pelas injustiças brasileiras é este governo golpista, canalha e ladrão. Para tentar impedir o movimento dos caminhoneiros, por exemplo, o governo usurpador chamou quem? A tropa militar.
Ora, o Brasil não precisa de intervenção militar. O problema do Brasil não é um problema de autoridade autoritária e repressiva; nem de autoridade de toga; e menos ainda da “autoridade” de mídia manipuladora, que cria narrativas contra os interesses do nosso povo 24 horas por dia. Num país sério, todos esses personagens do golpe – dos agentes da CIA da Lava Jato, passando pelos donos da mídia e seus papagaios contratados para iludir o povo e os grandes empresários que financiaram o golpe já estariam na cadeia.
O golpe de 2016 custou ao Brasil, ou melhor, ao povo brasileiro de baixa renda muitos bilhões de dólares de prejuízo. A Petrobras e o pré-sal são exemplos que ilustram isso. Os golpistas – PSDB, DEM, PMDB de Temer e Cunha – indicaram para a presidência da Petrobras um agente das petroleiras estrangeiras. O que ele fez? Lascou uma política de privatização da empresa, com o fatiamento para a venda dos setores lucrativos; sucessivos aumentos dos preços do gás de cozinha, da gasolina e do óleo diesel para beneficiar os acionistas estrangeiros – 30% dos acionistas, que compraram, na era FHC, uma parte da Petrobras na Bolsa de Nova York. Além disso, determinou a redução da produção nas refinarias brasileiras, forçando o Brasil a importar mais dos Estados Unidos. Ou seja, o Brasil passou a vender óleo bruto e barato para o estrangeiro e comprar os derivados caríssimos de fora. Quem paga essa conta do entreguismo somos nós, o povo brasileiro.
O que está acontecendo no Brasil é resultado do golpe que deram em 2016. Um golpe, como já dissemos inúmeras vezes, para substituir a escolha popular via eleições diretas por ditadores de toga apoiados na força repressiva do estado – Polícia Federal, Ministério Público, Exército e na mídia golpista. Montaram essa palhaçada chamada Operação Lava Jato, dirigida diretamente dos EUA através dos seus agentes internos – Moro, Dallagnol e etc – que vem destruindo o Brasil: quebraram TODAS as grandes empresas estratégicas para a economia do país; prenderam Lula sem prova alguma contra ele, para impedir que ele seja eleito novamente presidente do Brasil; derrubaram uma presidenta honesta e colocaram no governo federal uma quadrilha facilmente chantageada para atender aos interesses do imperialismo norte-americano – ou fazem o que eles mandam ou serão presos, a conversa entre eles deve ser bem assim, direta, sem rodeio. E para costurar e manter essa farsa entra em cena a Rede Globo e suas filiais informais – Itatiaia, O Tempo, Band, Record, SBT, Revista Veja, Folha de SP, entre outras. A chamada grande mídia brasileira é inimiga da nação brasileira, do povo brasileiro, da nossa cultura, da nossa diversidade e da nossa soberania.
A solução para os graves problemas brasileiros não é uma solução militar, de linha dura, que teoricamente vai “prender e matar” todos os bandidos. Coisa nenhuma. Aliás, os militares ficaram em silêncio durante todo o processo do golpe em 2016; não vimos nenhuma manifestação dos militares também na entrega do pré-sal, da Amazônia, das hidrelétricas, enfim, dos setores estratégicos para o país. Algumas das lideranças militares só se manifestaram contra Dilma e contra Lula, justamente os dois presidentes que mais fizeram para reforçar uma política externa soberana, que mais aparelharam as forças armadas e que desenvolveram políticas nacionalistas em relação ao pré-sal e à engenharia nuclear, coisas que a Lava Jato atacou de frente, destruindo tudo, inclusive prendendo o Almirante Otto, responsável por tecnologia de ponta na área nuclear. O que o Exército fez? Nada! Aliás, premiou o agente da CIA Moro. Abro uma ressalva apenas para a Força Aérea, cujo chefe maior, quando se manifestou, demonstrou respeito pelas instituições e pela democracia, ao contrário do chefe do Exército, que chegou a ameaçar o STF para não conceder liberdade para Lula. Bando de covardes, teleguiados pela mídia golpista e por sabe-se lá quanto de propina$$$$$ alguns desses personagens receberam para votar contra Lula.
É sempre bom refrescar a memória histórica do Brasil sobre o papel dos militares no golpe de 1964. Derrubaram um presidente que pregava reformas brandas em favor do povo pobre: na Educação, na reforma agrária, na formação de uma indústria nacional forte. Os militares, a classe média, a Igreja Católica da época – que depois mudou -, os banqueiros e os latifundiários se uniram numa nada santa aliança para derrubar o governo progressista de Jango. Um dos generais que dizia apoiar Jango se vendeu por algumas malas cheias de dólares. Vários militares nacionalistas foram presos ou executados. O Brasil viveu duas décadas de ditadura, sem eleições diretas para presidente, com tortura e morte aos opositores; com a roubalheira escondida pela censura a imprensa, e com os banqueiros e os donos da Globo cada vez mais ricos.
Não se trata aqui de dizer que os militares são os culpados por tudo o que vivemos hoje. Não. Tiveram esse papel negativo no golpe de 1964, foram anistiados com a abertura política e desde então, ou até então, vêm se mantendo nas funções legais, constitucionais, como deve ser. Todo país que queira ser respeitado, enquanto o mundo for dividido pelos interesses capitalistas, precisa manter uma força armada estratégica, que imponha respeito aos inimigos externos e que respeite o seu povo. Forças Armadas que trabalhem tecnologia de ponta, que formulem políticas e geopolíticas em defesa das riquezas do país e do seu povo, é o desejável. Agora, querer usar a força militar para resolver problemas políticos, jamais!
O que o Brasil e o povo brasileiro precisam é de políticas públicas que atendam aos anseios dos de baixo, e não dos ricos, como acontece quase sempre, especialmente agora, após o golpe de 2016. E para que isso aconteça, é preciso que o povo possa escolher livremente seus governantes. O povo tem o direito de eleger o seu presidente (a) da república e já demonstrou que quer eleger LULA novamente – a única liderança nacional e mundial que, nesse momento, é capaz de unir o nosso povo e colocar em prática políticas de investimento público que gerem empregos; de revogar as medidas antipovo tomadas pelos golpistas e de criar um marco regulatório para as comunicações, impedindo esse assalto diário ao cérebro do povo brasileiro que é realizado pela Globo e suas filiais.
O Brasil não precisa de intervenção militar! O Brasil precisa de políticas públicas em favor dos de baixo – na saúde, na Educação, na Cultura, no combate à fome e ao desemprego, na defesa da soberania, etc – e de um governo legítimo, que seja respeitado e que saiba ouvir, dialogar e respeitar os sentimentos do nosso povo.
Gabriel Munhoz
Esse fulano presidente da Abcam já deve ter sido comprado pelo Temer para dizer essas coisas. Na maioria das vezes ” sindicalistas ” sao comprados nessas situaçoes para encerrar a greve.
Fora Temer. Fora Parente. Fora PSDB.
O povo unido jamais será vencido.
O povo precisa se unir e parar o país antes que seja tarde de mais e voltemos a ser colonia. Se é que nao somos.
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