Por Marco Aurélio Mello
por Marco Aurélio Mello
A chegada do novo é sempre aterrorizante.
Por isso é comum as pessoas preferirem o trivial, o rotineiro, “o de sempre”.
Se por um lado esta postura traz segurança, por outro extingue o susto, a surpresa.
Enferrujamos o coração que para de “bater na boca” e passamos a nos sentir ameaçados pelo risco de uma trivial descarga de adrenalina.
A sorte passa a ser daquele que tem “um amor tranquilo”, “um prato de comida”, “um lugar ao sol”.
O mundo moderno aprendeu a lidar com o bicho de sete cabeças chamado novidade.
Como?
Domesticando-o(a).
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Domar a fúria do novo não é fácil.
Por isso, precisamos sempre da astúcia dos domadores.
Durante um tempo a sociedade contava com a mídia para fazer esta intermediação.
Ler o fenômeno, interpretá-lo e, assim, incorporar o novo à nossa realidade.
O lado pernicioso deste poder mediador, intermediário, ou melhor, atravessador, foi que diante de uma nova ameaça, da chegada de um novo ator, muitas vezes o caminho mais curto sempre foi a chantagem.
Vemos isso acontecer todos os dias no campo da política.
E, mais ainda, na economia.
Quem há 30 anos não olhava a rede mundial de computadores com desconfiança?
Foi preciso que a indústria do Vale do Silício enfiasse um caminhão de dinheiro na mídia para que ela se “convencesse” de que o mundo seria melhor.
E, em muitos casos, melhorou mesmo.
Depois veio a portabilidade dos aparelhos celulares.
Ondas eletromagnéticas ao lado do cérebro?
Nem pensar.
Aos poucos, com muito suor e dinheiro, as resistências foram sendo vencidas.
Hoje, a propósito, o celular raramente está no ouvido.
Está na palma da mão, deixou de ser fone apenas para ser um smart.
Os mais recentes vilões da sociedade são o Uber e o Airbnb, duas plataformas que tentam conciliar em tempo recorde a oferta e a procura, de preferência a um preço viável para todos.
Sobre ambas plataformas pesam severas críticas: exploração do trabalho alheio e evasão fiscal são as principais delas.
No entanto, elas não param de crescer dentro de uma lógica que já não obedece à chantagem dos mediadores de antigamente.
Não é mais preciso comprar anúncios na grande imprensa.
Porque por trás destes novos negócios milionários está um novo paradigma: a linkania.
O conceito desenvolvido pelo cientista Hernani Dimantas, grosso modo, pode ser resumido como a cidadania na internet, cuja a moeda de troca é a confiança, construída a partir da reputação dos agentes.
HD, como é conhecido o pesquisador do Departamento de Comunicação e Semiótica da PUC de São Paulo, é autor do livro
Marketing Hacker – A revolução dos mercados.
O que vai acontecer nesta nova ordem mundial?
Ninguém sabe ao certo ainda.
Mais uma vez, como sempre, a sociedade se divide entre entusiastas e catastrofistas.
Mas uma coisa é fato: quem não entender a importância da boa reputação está fora.
E não vale forjar boa reputação na base da mentira e da manipulação não porque cedo ou tarde a máscara cai.
Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
Comentários
FrancoAtirador
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Monopólios na Internet Ameaçam a Democracia
Por Veridiana Alimonti, no FNDC, via Blog do Miro
https://twitter.com/BlogdoMiro/status/988550742125531139
https://altamiroborges.blogspot.com.br/2018/04/monopolios-na-internet-ameacam.html
FrancoAtirador
Os Donos da Mídia no Brasil Pós-Golpe
Por André Pasti e Luciano Gallas,
no Le Monde Diplomatique, via Blog doMiro
https://twitter.com/BlogdoMiro/status/988411221090230273
https://altamiroborges.blogspot.com.br/2018/04/os-donos-da-midia-no-brasil-pos-golpe.html
FrancoAtirador
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Ética Empresarial?
No Capitalismo?
Sei… SQN
Marco Aurélio
Não dá para se iludir.
FrancoAtirador
É Vero.
Não Dá.
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