Nem por decreto: pela liberdade da língua portuguesa
Sobre a polêmica no Rio Grande do Sul, que aprovou a lei Carrion:
Certa vez, participei de uma discussão sobre “defender a língua portuguesa na publicidade, nas artes etc.”. Estavam querendo uma lei que “protegesse” a língua, com previsão inclusive de multa para quem fizesse publicações com “erros de português” e proibindo o uso de estrangeirismos. Uma primeira discussão que poderia surgir é a do preconceito linguístico, a do uso excessivo da gramática como norteadora das nossas relações linguísticas, sem se levar em conta as questões pragmáticas, por exemplo. Entretanto, meu enfoque não vai ser este.
Acredito que respeitar a língua é fundamental para sua manutenção, bem como para a preservação e disseminação da cultura de um povo. Não podemos nos esquecer, entretanto, de que a publicidade tem por objetivo convencer. Não acredito que a publicidade se utilize tanto de erros como pareciam querer apontar. Aliás, gostaria que tivessem me mostrado exemplos de erros de português em textos publicitários para discutirmos, mas não mostraram.
Sobre os estrangeirismos/empréstimos linguísticos, não concordo com o que disseram. Os estrangeirismos/empréstimos são uma forma de enriquecer a língua, porque eles são o resultado da “apropriação” pela língua de um termo estrangeiro e, quando isso ocorre, essa nova palavra passa a fazer parte da língua, e a constar dos dicionários, e, consequentemente, a “funcionar” de acordo com sua norma. Um exemplo é a palavra XEROX, que, na verdade, é uma marca, mas estrangeira de qualquer forma. Quando nos referimos a “fazer cópias reprográficas”, dizemos XEROCAR. Como podemos observar, o verbo está no infinitivo como os verbos AMAR, BEBER, SORRIR. O estrangeirismo não é o uso de um idioma em detrimento de outro. Como já disse acima, é a “apropriação” de um termo estrangeiro pela língua materna. Assim, se um termo já está dicionarizado e já segue as normas da língua portuguesa, ele é incorporado por esta, deixando de ser um termo estrangeiro.
O que a pessoa queria discutir, então, seria a dominação linguística e cultural, e não o estrangeirismo/empréstimo. Se antigamente o francês era a língua dominante, após a Segunda Guerra o inglês passou a sê-lo. E, sendo a língua dominante, a cultura em língua inglesa (mais propriamente a cultura norte-americana) passou a ser a dominante também. Outro ponto interessante é que nós nos sentimos (e somos) fortemente influenciados pelos EUA porque estamos na América. Tem-se que levar em conta que na Europa não é o inglês americano que se ensina na maioria dos países, porque lá existe o Reino Unido e outros países falantes da língua inglesa que já o falavam antes. Sobre a dominação linguística, realmente não podemos utilizar um idioma estrangeiro em detrimento do nosso, mas isso não quer dizer que tenhamos que nos alienar em relação à língua de maior uso nos negócios internacionais: o inglês.
Aprender a língua portuguesa corretamente (e não apenas o uso gramaticalmente correto, mas perceber as possibilidades e flexibilidades da nossa língua) é fundamental para uma boa formação cultural sólida de qualquer brasileiro, mas saber uma segunda língua é fundamental para se ter sucesso profissional em um mundo globalizado e cada vez mais competitivo. Não são raras as matérias em jornais que abordam exatamente esse assunto: há muitas vagas de emprego que não são preenchidas por falta de mão-de-obra qualificada, e isso em qualquer nível de escolaridade, inclusive a falta de conhecimento de uma segunda língua.
É nesse contexto que acredito na liberdade de uso da língua. Nós a construímos diariamente. Não é um decreto que vai fazê-la ser mais nacional ou mais norte-americanizada. Não é desse tipo de proteção que precisamos, precisamos que o português escrito seja ensinado na educação básica para que possamos ter acesso à literatura em língua portuguesa compreendendo as figuras de linguagens, as (des)construções artístico-poéticas, além de podermos fazer uma leitura mais intertextual de cada obra ou texto a que temos acesso.
William César Ramos Lima
Funcionário público, bacharel em Tradutor pelo UNIVEM, pós-graduado em linguística pela UNESP de Assis
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Comentários
Fernando
Podiam anexar logo o Brasil aos EUA.
Luis A. da Silva
Alguem leu o projeto de lei ou o text aprovado?
Eu não li, mas o que entendi é que quando houver um termo equivalente em vernáculo (língua portuguesa) ele deverá ser uzado no lugar do termo em outra língua.
Acredito que a intensão do legislador foi deixar claras as relações entre a administraão poública e o administrado.
O poder público não pode se esconder atrás de palavras difíceis ou desconhecidas, ele tem o dever de deixar claras as suas intensões e vontades.
E não podemos deixar de entender que menos de 10% do povo brasileiro, eu entre eles, entende os termos muitas vezes usado nos comunicados oficiais, que deixam de ser comunicação para serem armadilhas ou arapucas.
Klaus
Uma coisa é usar palavras como "dumping" ou "site", outra coisa é liquidação virar "sale" ou "off"
Carlos Eduardo
Wiliam, perfeito o seu entendimento. A língua é reflexo e porta voz da cultura ao mesmo tempo. Se muitos no Brasil macaqueam o inglês é porque se sentem inferiorizados diante do imperialismo americano. Mas imp´rios caem, e a lígua portuguesa do Brasil prosseguirá, enriquecida por todos os galicismos, anglicismos e quaiquer outros ismos.
Alexei_Alves
Incorporar novas palavras de origem estrangeira é normal, e acontece e sempre aconteceu em todas as línguas do mundo. Embora algumas vezes tenha acontecido movido por uma motivação de dominação, não vai ser por meio de legislação que solucionaremos a questão. É necessária uma tomada de consciÊncia coletiva sobre a importância de nossa língua. Isso se chama EDUCAÇÃO.
A palavra "computador" por exemplo, vem de "computer", e não tem nada demais nisso. A palavra foi devidamente adaptada e canibalizada. Errado seria dizer "compiuter" e escrever "computer" e ainda esquecer que nós temos a palavra "computar" no nosso dicionário que poderia facilmente ser usada para designar a nova máquina que acabara de ser inventada. O problema maior, ao meu ver, é quando passamos a usar palavras sem as devidas adaptações de forma. "cofee-break" por exemplo não obedece as normas básicas de nossa fonética. O português não tem "ee". E "ea" não faz som de "ei", como em "break". Apenas copiar estes termos pode estragar a muito bem organizada relação fonética que nossa língua possui (quesito em que nossa língua, aliás, dá de dez a zero no inglês). Estrangeirismos são bem vindos quando acrescem nosso vocabulário, mas NÃO quando ferem as estruturas gramaticais de nossa língua.
A solução é popularizar a canibalização linguística. Vamos fazer então um cofibreique. Ou melhor então uma quebradocafé.
Bonifa
Uma língua é um processo em contínua mutação. Inútil querer preservar por "decretos" o que se modifica por necessidades diárias de comunicação. A absorsão de formas de comunicação não empobrece, apenas enriquece uma língua. Não fosse a influência normando-francesa, o inglês seria uma língua tão pobre quanto um dialeto de uma ilha do Pacífico.
bissolijr
li algures que certos brasileiros embarcando para Miami, começam a falar em inglês já no aeroporto.
estive num curso de qualidade total no qual o instrutor usou "startar", para sugerir começar.
é ridículo ver cada vez mais palavras em inglês ou com grafia que sugerem "inglesismos"' (disk-pizza, de discar, de disco de telefone), numa clara alusão de complexo de vira-latas. é pelo acesso ao simbólico, à linguagem que tomamos contato com nossa fundação enquanto sujeitos. se se considera isso, o assunto é "bem mais embaixo". nossa língua portuguesa é maravilhosa, bem o sabiam Euclides da Cunha, Guimarães Rosa e muitos outros. e é viva, claro. o que estamos vendo é uma tentativa de matá-la. isso não é a antropofagia dos modernistas de 22.
FrancoAtirador
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Sobre o tema sugiro a leitura do projeto de lei nº 1676/1999,
que está parado na Câmara dos Deputados,
esperando para ser votado, desde 2008.
Este projeto, foi apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB)
no tempo em que ele ainda era um nacionalista e um patriota.
http://www.partes.com.br/em_questao05.html
http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?i…
E vejam aqui, a que ponto está chegando o processo de aculturação:
http://www.zazzle.com.br/tea+party+presentes
Marat
Eu trabalhei, por uns tempos, para um casal que promovia alguns eventos esporadicamente. Eles tinham uma mania enorme de usar trocentos termos em inglês. Dava até raiva ouví-los falar palavras naquela língua, de maneira tão forrrçada que parecia que eles desejavam ser estadunidenses, e nÃo meros vira-latas brasileiros. Um dia, tive de preparar um prospecto para uma palestra. Assim escrevi: eles corrigiram: Workshop. No prospecto, no local indicado para o café, escrevi: "pausa para café", e os jecas intelectuais modificaram para cofee-break. A coisa era cômica: só faltou me dizerem que, ao atender o telefone, eu deverei dizer um sonoro heeeeeellllooooooouuuuuuuuuuu – rsrsrs. Sem dúvida que é imporante saber uma língua, mas a bajulação e o senso de inferioridade (até lingüística) chega a ser deplorável. O maior problema é que a colonização não se dá só pelo idioma. Vejo vários idiotas comemorando o dia das bruxas – se eles lerem isso, me mandarão escrever halloween. Jequice intelectual… apenas isso!
Ivonete
Além desse imperialismo linguístico, é também revoltante coisas como colocar o nome de uma avenida de: avenida Presidente Kennedy, em São José, cidade vizinha de Florianópolis, ou: Colégio Estadual Presidente Roosevelt, em Florianópolis. Acho que esses dois exemplos são duas pérolas do complexo de vira latas.
bissolijr
não se esqueça do município Presidente Kennedy, no ES.
Klaus
Ivonete, há muitas ruas Che Guevara no Brasil. O que você acha?
Waldyr Kopezky
Caros,
Há um ditado popular muito esclarecedor: "Tudo o que cai aqui, vira Brasil". Ele é representativo da nossa tolerância, da nossa receptividade, da nossa capacidade de incorporação e transformação das coisas. E isso é um processo característico de nosso povo, vide Tropicália. Por isso mesmo, aqui tudo se transforma – mesmo as coisas mais triviais e cotidianas tem o toque de fora: atacante (de "attack"), gol ("goal"), bola ("ball"), só para ficar nas palavras típicas do mais popular (e brasileiro, diga-se) dos esportes. Quem não se lembra ainda de uma lei similar, promulgada durante a ditadura, que proibia estrangeirismos na mídia – e forçou a Editora Abril a lançar a versão nacional da Playboy com o título de "Homem"?
FrancoAtirador
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Na verdade, o autor do texto está lutando pela liberdade da língua inglesa.
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Lúcia Amorim
Muito boa, Franco! É exatamente isso. ADOREI!
E TB queria só entender por que, santo deus, um tradutor dá-se tanto trabalho pra DEMONSTRAR que o trabalho dele é total desperdício de dinheiro. Que bastaria dar tempo ao tempo, e tudo que ele traduz estaria naturalmente assimilado por aqui. Teria "virado Brasil".
Quanto a traduzir o título da revista Playboy para "Homem"… dá licença, mas falta muito. Se se traduzisse MESMO, sem ânimo de engambelar trouxas, a tal revista teria de chamar-se, no máximo, alguma coisa como "Brincadeirinha", "coisinha-pouca" (Hômi, dá licença, é outra coisa). Estão vendo como tem de traduzir? É só traduzir, e o desejo oculto DE NOS ENGAMBELAR, com essas palavras em inglês, logo aparece.
Tem que traduzir tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo. Grande lei! Vamos por os gringos no lugar deles.
William Lima
Lúcia e FrancoAtirador,
Sua posição sobre eu defender a língua inglesa é meio torta. Vocês pregam um uso "puro" da língua portuguesa – seja lá o que isso signifique! Mais torta é a visão de que eu, tradutor, demonstro (sic) que o meu trabalho é um desperdício de dinheiro. Eu, no texto, falo sobre algo que vai além do meu dinheiro, eu falo sobre a (trans)formação que a língua sofre, inevitavelmente, ao longo do tempo. Um exemplo de língua que jamais mudará: o latim, porque não é mais falado em nenhuma comunidade no mundo, não podendo ser inventada ou incorporada a ele nenhuma nova palavra. Lúcia, você usou o termo "gringo", que é uma palavra da língua castelhana e que foi incorporada ao português na sua literalidade. #comofaz
Além disso, no Brasil mais de 70% de todas os livros publicados são traduções, o que desfaz sua ideia de que eu acho a tradução um desperdício de dinheiro.
O francês já foi a língua dominante no mundo e nem por isso falamos francês. Após a segunda guerra, é a vez do inglês. Nem por isso viramos americanos. Apenas incorporamos novas palavras e expressões, ao mesmo tempo em que consumimos os filmes de Hollywood, as músicas norteamericanas, as marcas estadunidenses, o orkut, o facebook e toda uma infinidade de produtos que vem de lá, e não apenas de lá, mas do mundo todo. Se você preferir, pode se trancar na sua casa e se esquecer de que existe um planeta fora da sua janelinha.
O que eu indico, e deixo isso muito claro no texto, é que seja priorizado um ensino de qualidade da língua portuguesa escrita (sim, há diferenças entre escrever e falar, basta procurar no buscador (ou google, o nome do sistema de buscas americano). O foco tem que ser a educação, não uma lei proibitiva.
Educação, entendem?
FrancoAtirador
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Não há purismo algum, pois se trata de frear um processo de aculturação.
A lei aprovada pela Assembléia Legislativa gaúcha
apenas obriga a TRADUÇÃO de palavras e expressões estrangeiras.
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Cultura, Aculturação e Padrões culturais!
Por Daniel Alabarce
(…)
Fato é que, cultura é determinada pela localização geográfica, pelo idioma, pelas tradições, pelo clima, pelos alimentos, pelos modos de produção de cada conclomerado humano e, principalmente, pelas representações simbólicas particulares de cada sociedade. Existem outros fatores determinantes de uma cultura, mas estas são as mais importantes.
Eu olho uma cultura e vejo que, destes fatores, três são os mais significativos, sem os quais a cultura pode ser drasticamente modificada ou destruida: Idioma, representações simbólicas e o modo de produção vigente.
Até uns séculos atrás, as diferenças culturais eram bem mais numerosas, bem mais complexas do que hoje. O que alguns chamam globalização, eu prefiro nomear como aculturação.
A globalização é um fenômeno essencialmente determinista, dominador e castrante, pois impõe certos padrões que estavam anteriormente relacionados apenas a uma cultura, mas que agora deverá ser seguida por todas as demais.
Poderíamos dizer que esse padrão é estadunidense, americanizado, capitalista e tudo o mais, porém, prefiro dizer que o padrão reflete os ideais das grandes corporações, das empresas multinacionais e das classes média e alta da sociedade.
O idioma inglês traz consigo todas as nuances culturais de quem utiliza esta forma de linguagem. Já disseram que o idioma é a característica fundamental de uma cultura, para destruir uma cultura, destrua seu idioma! Foi o que os gregos fizeram, indiretamente, com a magnífica ajuda de Alexandre, o Grande, que propagou o idioma grego, o pensamento e a filosofia grega por todo seu imenso império.
Foi o que Roma fez com todas as suas colônias, destruindo toda e qualquer forma de idioma existente, propagando o latim.
Foi o que os portugueses fizeram com os índios brasileiros, quando extinguiram o tupi-guarani… Alguém pode citar características fundantes da cultura indígena brasieleira? Provavelmente apenas os antropólogos, e com muita dificuldade! Justamente porque o idioma tupi simplesmente foi reduzido a nada, fomos aportuguesados, aculturados, colonizados pela língua portuguesa. Não temos identidade própria, o Brasil é uma grande prostituta das nações!
Foi o que fizeram conosco por meio do idioma inglês, esse "idioma universal" da nossa época.
Qual não é o nosso espanto quando vimos bares, boates, hotéis e vários estabelecimentos comerciais com nomes e citações no idioma inglês. Às vezes, o cara não sabe escrever seu próprio nome, mas coloca uma palavra em inglês no seu pequeno negócio…
As representações simbólicas estão entrelaçadas ao idioma, porque as imagens simbólicas nada mais são do que palavras em formas mentais. Imagem é palavra e o contrário é verdadeiro.
Logo que um idioma se torna dominante as representações simbólicas próprias desta cultura se cristalizam, passam a ser propriedades dos aculturados.
Daí que nossos ideiais de heroismo, liberdade, competitividade, divisão social, educação e política estejam tão atrelados aos da cultura e idioma inglês (mais precisamente, o americano!).
Íntegra em:
http://danielalabarce.blogspot.com/2011/03/cultur…
William Lima
O Brasil não é a Espanha. Os países de língua castelhana costumam traduzir tudo o que podem, não por lei ou decreto, mas porque a língua espanhola e a cultura de seus falantes é assim. Esse é um ponto da cultura deles. No Brasil, nossa cultura não engloba a tradução de todos os termos que vem de fora. iPod? iPhone? Vamos mudar o nome de tudo, então!
O Brasil não tem esse espírito nacionalista que, e isso é parte da nossa cultura, não é falta dela! Usar alguns termos em língua inglesa, ou outra que seja, não nos faz menos brasileiros ou menos luso-falantes. A língua é reflexo da sociedade, porque a sociedade quem a transforma no seu dia-a-dia, não a força da lei.
FrancoAtirador
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Pois, pois!
Por que será mesmo que, lá em Portugal,
os portugueses chamam "máuzi" de "rato"
e "nótibuqui" de "computador portátil" ?
Esses portugueses não têm jeito mesmo…
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William Lima
Portugal não é Brasil. Outra cultura. Simples assim.
Uma lei como a proposta no RS não vai nos fazer mais brasileiros, ou mais competentes na nossa língua portuguesa falada no Brasil. Educação faz a diferença, não a mera tradução de termos em peças publicitárias.
Shirley
Corrigindo
gramaticalmente correta e NÃO gramaticamente correta
Shirley
Alguém poderia me responder se legislar sobre uma determinada Língua , no caso a nossa, serve a interesses políticos ou se existe mesmo o propósito de protegê-la? Consegui entender os argumentos do Prof.Idelber Avelar, mas não ficou claro para mim a corrente a favor de que o Governador aprove a Lei. Não gosto que venham dizer como devo usar a Língua, o que devo ver escrito; o que devo escrever; daqui a pouco vão dizer que nomes poderei colocar em meus filhos ( embora, os meus tenham nomes absolutamente comuns). A influência econômica e cultural vai muito além do idioma, há outras formas muito mais deletérias. Por exemplo, ouvi que o Ministério da Cultura deu portentosos incentivos fiscais a Disney On Ice, isso é ou não é aculturação, em detrimento da cultura nacional? Por outro lado, ver vitrines com "off", "sale" me deixam um tanto quanto irritada, mas cabe a cada empresa, órgão coibir os exageros e zelar pelo uso correto da língua, sem que ela se torne, no entanto, mais um elemento de exclusão, ou seja, uma língua "política e gramaticamente correta" para poucos.
Bonifa
Acreditamos que há real interesse de saber tudo sobre línguas ameaçadass de extinção, interesse antropológico e até de outras ciências. Mas não seria humano brigar para que algum agrupamento humano se pusesse a falar apenas numa língua, com o fim único de preservá-la. E com a qual ele não tivesse pleno acesso ao conhecimento geral.
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