Mais de 50 entidades repudiam propostas de Aldo Rebelo para o Código Florestal
Tempo de leitura: 6 minpor Igor Felippe Santos, da Página do MST
Mais de 50 entidades da sociedade civil rejeitaram o relatório do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB) com mudanças no Código Florestal e pediram mais tempo para a discussão, no seminário nacional promovido em São Paulo (SP), no sábado, que reuniu mais de 400 pessoas.
A votação do projeto é a principal pauta da Câmara dos Deputados nesta semana. Com previsão de entrar em votação nesta terça-feira (10), o governo e o relator do projeto ainda não chegaram a um consenso sobre o texto final.
“Não podemos aceitar de forma alguma as mudanças no Código Florestal, que vão contra os princípios da vida e do meio ambiente”, afirmou o padre Nelito Dornelas, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo ele, esse projeto está dentro do contexto de uma ideologia que leva à morte, com a qual a Igreja Católica no Brasil não compactua. “Temos o compromisso de continuar nesse luta”, disse.
Jayme Vita Roso, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), comparou a resistência às alterações propostas por Aldo Rebelo no Código Florestal à luta dos setores progressistas contra projeto que permitia aos Estados Unidos utilizar a Base Militar de Alcântara, no Maranhão. O projeto, que saiu da pauta no começo do governo Lula, era considerado uma ameaça à soberania nacional e, pela localização estratégica, a entrega da Amazônia aos Estados Unidos.
A militante ambientalista e ex-senadora Marina Silva (PV) afirmou que “em lugar de andar para frente, estamos andando pra trás” com essa discussão imposta pelo agronegócio. “Não podemos deixar meia dúzia de atrasados monopolizar o debate”, afirmou.
Segundo ela, o relatório do Aldo vai contra os anseios da população e dos mais de 20 milhões de brasileiros que votaram na candidatura verde nas eleições de 2010. Para corrigir os problemas do texto, ela pediu mais tempo para a votação do relatório. “O adiamento é para que se possa propor o debate e para apresentar as propostas para corrigir o texto equivocado, no meu entendimento, que foi apresentado”, disse Marina.
A ex-senadora cobrou também do governo uma política florestal, que crie condições para que os agricultores possam produzir, gerar renda, preservar o meio ambiente e recuperar o que foi degradado. “Não queremos suprimir a Reserva Legal. Queremos os meios para recuperar as áreas”, disse.
A atriz Letícia Sabatela, do Movimento Humanos Direitos, afirmou que a proposta de Aldo Rebelo “é uma tremenda cara de pau”. Ela destaca que os setores que defendem as mudanças no Código Florestal são os mesmos que impedem a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo, que sugere que as áreas onde se explora mão de obra escrava sejam destinadas à Reforma Agrária.
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Pressão do agronegócio
Marina disse ainda que o agronegócio não concorda com a Constituição de 1988, que garante a função social da terra, e o artigo 225, que considera o ambiente saudável um direito de todos os brasileiros.
“Eles não se conformam com isso e toda a oportunidade que têm eles querem revogar a Constituição e cabe a sociedade manter o direito constitucional de um ambiente saudável é um direito de todos os brasileiros”, criticou Marina.
A secretária de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmem Foro, avalia que é urgente a sociedade brasileira fazer o enfrentamento aos interesses das grandes empresas transnacionais da agricultura. “Não há necessidade de flexibilização do Código Florestal. Se não nos organizarmos, os interesses do agronegócio se sobrepõem às nossas vidas”, acredita.
“Vamos batalhar para manter o Código e fazer valer”, disse Geraldo José da Silva, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetraf). Ele afirmou que o agronegócio já não cumpre a lei vigente e, com a flexibilização, “não vão deixar uma árvore em pé”.
Sérgio Leitão, diretor do Greenpeace Brasil, analisa que o relatório “interessa às grandes multinacionais que dominam a agricultura no Brasil”. Segundo ele, a flexibilização da lei ambiental é a reforma “abre alas” de uma série de mudanças que o agronegócio pretende fazer.
Na pauta, está o fim da diferenciação de grande e pequena agricultura, a desregulamentação da lei trabalhista, o fim dos índices de produtividade e a revogação de medidas que limitam a atuação do capital estrangeiro nas agricultura e na compra de terras.
Para João Pedro Stedile, da coordenação da Via Campesina Brasil e do MST, a legislação ambiental é um “obstáculo” para a ofensiva das empresas transnacionais, do capital financeiro e dos fazendeiros capitalistas, que passaram a dominar a agricultura brasileira no governo FHC.
Os objetivos centrais do agronegócio, de acordo com Stedile, são garantir a anistia financeira e criminal para os latifundiários que desmataram e desrespeitaram a lei, acabar com a Reserva Legal e abrir a fronteira agrícola para as empresas de papel e celulose.
“Há forças, energias na sociedade, para barrar essas manipulações do poder econômico”, avalia. “Estamos esperançosos que se crie um clima na sociedade para que a Câmara vete essa proposta. Se não, que o Senado vete ou a presidenta Dilma vete”.
O dirigente do MST propôs também a convocação de um plebiscito nacional para que a população participe e opine sobre as mudanças no Código Florestal. “O povo tem que dizer se é a favor do desmatamento ou não”, disse.
Correlação de forças no Congresso
O deputado federal Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara dos Deputados, avalia que a correlação de forças beneficia Aldo Rebelo. Dos 21 partidos com representação na Câmara, apenas o PT, PV e PSOL defendem a necessidade de mais tempo para a discussão com a sociedade.
Segundo ele, a bancada do PT votou favorável ao regime de urgência de votação para não se isolar da conjunto da base do governo e manter influência sobre a discussão. “O debate é o governo centralizar a base, não a base centralizar o governo”, avalia.
Teixeira reforça que não se pode, de forma alguma, abrir mão das medidas que protegem o meio ambiente. “Nós temos que continuar com as exigências ambientais, para o Brasil continuar sendo a potência ambiental que é. Queremos que a mudança no Código não comprometa esse ativo que temos”.
Ele não está confiante na votação do projeto nesta semana. “O governo só aceitará um relatório equilibrado e que não viole as leis ambientais. Caso isso não ocorra, não dá pra votar”, garantiu o deputado.
Caso os ruralistas forcem a barra e imponham uma derrota ao governo, ele acredita que existem “recursos pela frente”, como a possibilidade de mudanças no Senado e de veto pela presidenta Dilma. “Precisamos de mobilização da nossa sociedade” completou.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apontou que “precisamos não votar o relatório”. Ele é contra o texto do Aldo Rebelo e avalia que as mudanças pontuais no projeto original, propostas pelo governo, não têm condições de resolver os problemas do relatório.
Para Valente, é fundamental uma discussão maior da sociedade, porque esse tema não está relacionado apenas aos atores do meio rural, mas é de interesse nacional e da sociedade brasileira, que está contra mudanças que contribuem com a ampliação do desmatamento. “O Aldo Rebelo deu o verniz que o agronegócio precisava”, atacou Valente.
Um dos pontos problemáticos, de acordo com ele, é tirar do governo federal a exclusividade da atribuição de operar a legislação ambiental, que passaria a ser responsabilidade também dos Estados e municípios, onde a pressão do agronegócio é mais forte.
Luiz Antonio de Carvalho, assessor especial do Ministério do Meio Ambiente, acredita que o desafio do governo é resolver os problemas dos pequenos produtores, tirar a base de apoio do projeto do Aldo, barrando os pontos que aumentam o desmatamento e beneficiam o agronegócio.
Segundo Carvalho, o governo não aceita a diminuição da Reserva Legal e das APPs, além da anistia aos desmatadores. Para isso, ele coloca a necessidade da discussão dos casos pontuais em que as APPs inviabilizam o pequeno agricultor para evitar que as exceções se tornem uma regra.
“A presidente Dilma vai manter sua posição que foi defendida, inclusive no período eleitoral, de não aceitar a anistia dos desmatadores”, disse Carvalho. “O governo defende que a Reserva Legal deve ser mantida em todas áreas, sem exceção, e é totalmente contra a diminuição de áreas de APPs”.
O governo teme a apresentação de emendas ao projeto, que abriria uma porta para que a bancada ruralista imponha medidas de interesse do agronegócio. “É o pior que pode acontecer, porque as emendas não virão a nosso favor. Elas virão em favor da anistia para a área rural consolidada, para massacrar, digamos assim, para demolir o conceito de reserva legal, e por aí vai”.
“Estamos otimistas, vamos brigar até o último momento para que se construa um consenso, inclusive com o deputado Aldo Rabelo, para que o projeto entre sem sofrer emendas lá dentro”, disse Carvalho.
Leia aqui o Manifesto contra as mudanças em discussão no Código Florestal .
Comentários
Alice
Todos nós somos contra aumentar a área de desmatamento, mas o que podemos fazer para evitar que essa proposta seja aceita? Há algum abaixo assinado, local para enviar e-mail ou carta dizendo a nossa opinião a respeito?
souza
Aldo Rebelo do lado de Ronaldo Caiado e Katia Abreu.
Pode ter certeza que essa reforma do codigo florestal não é coisa boa.
Niveo Campos e Souza
Abaixo os espertalhões histórico de sempre.
Niveo Campos e Souza
Silvio I
No conheço todo o que propõe Rabelo, como relator do projeto. Sei de duas coisas, e com isso basta, para estar contra o projeto. Uma aumentar área de desmatamento, perto de cursos de água, com o pretexto de ajudar a os donos de pouca terra. Passa que os grandes aproveitam porque e determinado por tanto por cento, e vão a desmatar milhões de hectares. E a outra e que não se cobrem as multas, a quem desmatou não cumprindo a lei. Os grandes fazendeiros estão devendo milhões. Rabelo como comunista, e um muito bom ruralista.
Goés
infelizmente os movimentos ecológicos estão repletos de pseudo ambientalistas e ongs, que não passam de pilantras oportunistas como tal sueco milhionário :
"Johan Eliasch, 43 anos, vive na Grã-Bretanha, onde é presidente da empresa de equipamento esportivo Head. Ele também é vice-tesoureiro do Partido Conservador britânico.
Em entrevista à BBC, Eliasch não revelou quanto pagou pelo terreno de 1.618 quilômetros quadrados, localizado ao norte do rio Madeira. Mas, de acordo com o jornal britânico The Sunday Times, a área – maior do que a cidade de Londres – vale cerca de US$ 8 milhões (R$ 17 milhões).
"É um pedaço de terra com muitas árvores. Como eu gosto de árvores, fiz parar todo o desmatamento e quando me perguntam o que vou fazer com a terra a resposta é simples: nada", disse."
………………………….
E o que aconteceu depois que o milionário comprou as terras?
………………………..
"INCRA pode cassar registro de latifúndio de milionário sueco na Amazônia
Um milionário sueco que andou alardeando pelo mundo a fora, a compra de uma parte da Amazônia brasileira, foi autuado pelo IBAMA, pelo corte ilegal de madeiras e multado em 450 milhões de reais."
claudio
se desse lado tem bisco catolico greenpeace e marina estou do outro sem saber do que se trata
trio verde dolar
Fernando
Quem bom que está do lado do DEM, do PSDB e da Kátia Abreu.
irene navaro
entre um bispo catolico e qualquer outra coisa, qualquer outra coisa, 2 mil anos de historia contra,,,
entre katia abreu e marina, katia defende moto serra no mundo todo, marina mundo todo exceto brasil = clinton greenpeace
brasil tem 65% mata nativa, holanda do greenpeace 0% muito menos codigo florestal,, eua e europa tem 0,05%, AQUI DESMATAMENTO ZERO LA DESMANTAMENTO 100%
nao confundir normatizar com beneficiar gringaiada ou os clinton virou defensor de algo que preste
alias entre os clintons e dem ainda fico com dem
preservar nascente, etc uma coisa,,,, nao desenvolver amozonia para equilibrar mundo outro, sem contar que:
ou integra ou entrega, por sinal sao mais de 2000 ongs e gerente catolico ou bispo como queira querendo nacao indigena, pq sera?
Caio
Sinceramente, isso pode ser um argumento?
"Ela destaca que os setores que defendem as mudanças no Código Florestal são os mesmos que impedem a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo, que sugere que as áreas onde se explora mão de obra escrava sejam destinadas à Reforma Agrária."
Caio
Tenho minhas dúvidas se todos leram tal relatório. Li e confesso que não tenho certeza se entendi. Pois muito dos argumentos contrários ao novo Código não condizem com o que está escrito (ou, imagino eu ter lido). De qualquer forma vejo que muitos dos argumentos contra a aprovação do novo código estão embasados em "achísmos". Inclusive o expresso pelo nobre deputado Ivan Valente. Duvido que ele não tenha lido tal relatório (assim torço), mas suas opiniões, por exemplo, em relação às APP são confusas. Nunca ficaria de acordo com qualquer coisa que "Kátias Abreus" pensam, entretanto, me parece bastante prudente a discussão tomar rumos mais orientados, principalmente pela leitura dos documentos em questão.
FranX
Esta também foi a conclusão a que cheguei. Agora aparece a CNBB, por toda a vida me disseram que a igreja católica é uma das maiores latifundiárias do Brasil, não bastasse isso auxiliou o golpe de 64, acho que não estava muito á fim de reforma agraria naquele momento. Querem ambos os lados que o povo diga sim ou não como num cheque em branco, nínguém põe nínguém a par do conteúdo. Aldo não nos diz quantos são os pequenos produtores com 400 hectares( 4 milhões de m2) nem onde estão localizados, que pobre diabo tem tanto dinheiro pra tanta terra? grilou? Já do outro lado tem a ingerência internacional das Ong's e por aí vai…
Gerson Carneiro
Aldão Rabelo.
Era meu orgulho por jamais ter mudado de partido.
Foi meu orgulho quando, na manhã seguinte em que venceu a votação para Presidente da Câmara dos Deputados, no "Bom Dia Brasil", na cova dos leões, jogado às feras, travou o seguinte diálogo na mais absoluta tranquilidade que lhe é peculiar:
– O Governo Lula promoveu um churrasco para comemorar a sua vitória na eleição para Presidente da Câmara dos Deputados. Por que o senhor não participou do churrasco?
– Não participei porque não fui convidado. E minha mãe me ensinou que não devemos ir à festa a qual não fomos convidados.
Hoje, Aldão Rabelo, servindo de porta voz da Kátia Abreu, é minha decepção.
O que posso fazer? Nesse mund, há coisas que nem Deus sabe explicar.
Gerson Carneiro
Aldão Rabelo.
Era meu orgulho por jamais ter mudado de partido.
Foi meu orgulho quando, na manhã seguinte em que venceu a votação para Presidente da Câmara dos Deputados, no "Bom Dia Brasil", na cova dos leões, jogado às feras, travou o seguinte diálogo na mais absoluta tranquilidade que lhe é peculiar:
– O Governo Lula promoveu um churrasco para comemorar a sua vitória na eleição para Presidente da Câmara dos Deputados. Por que o senhor não participou do churrasco?
– Não participei porque não fui convidado. E minha mãe me ensinou que não devemos ir à festa a qual não fomos convidados.
Hoje, Aldão Rabelo, servindo de porta voz da Kátia Abreu, é minha decepção.
O que posso fazer? Na vida, há coisas que nem Deus sabe explicar.
SEBASTIÃO FACA
Ei, voce aí, me da um dinheiro aí, essa é a verdadeira música cantada por milhares de agricultores familiares deste imenso brasil, pobres descapitalizados, esquecidos desde a época de jango, e olha que a lei florestal de1935, não previa área de reserva legal, e as beiras de agua até 1986, eram apenas de 5 metros, ou seja ocupou-se dentro da lei, aí muda-se a lei, que exige reserva legal e aumentou para 30 metros as margem dágua, e com isso, deixou milhares de brasileiros miseraveis na ilegalidade, a margem da lei. É isso que quer aldo rebelo, legalizar a situação desses bravos brasileiros que comem o ao que o diabo amassou com a bunda para alimentar sua familia, e ainda tem que arcar sozinho com todo ônus para manter reservas ambientais que segundo a propria lei e socializada, ou seja de todos, então por quetão de justiça social e ambiental, socializa-se as riquezas ambientais desse país, porem socializa-se tambem o ônus de sua preservação, afinal todos nos comemos e nos alimentamos de tudo isso que está posto ai neste mais de 100 anos de descuido com meio ambiente, vejam nossas cidades que vergonha, agora vamos deixar de demagogia, neste pías com lei ou sem lei não faz diferença, os criminosos estão todos soltos, não é justo que um bando de miseraveis pagem esse pato. 35 anos de serviços prestados aos agricultores familiares pobres deste país, falo com conhecimento de causa. alias meio ambente não pode ser reduzido a essa discussão apenas, as coisas são muito mais complexas. falar por falar é muito facil, conhecer a realidade agraria é ter conciencia ambiental sim, mais sobretudo respeitar a vida e a luta de milhares de guerreiros anonimos , os quais historicamente sempre deram muito mais a este país do que receberam, alias recebem migalhas, esquecidos e excluidos dos mais elementares principio de desemvolvimento humano, tem dúvida do que falo, saem de vossos escritóris e venham conhecer o brasil dos excluidos.
parabens aldo rebelo.
amélio
Eram 5 metros e mesmo assim nunca foi respeitada essa regra, pois até a mata ciliar foi derrubada. Os fazendeiros ribeirinhos sempre consideraram as margens dos rios como sua propriedade (o que não é), pois até os usuários que transitam pelas barrancas dos rios em busca de diversão (pescar) são barrados em seu caminho pelos supostos proprietários, que fazem do rio o seu quintal. Muitos donos de terra ainda conservam na mente a idéia de propriedade absoluta do solo, ou seja, "isso é meu e ninguém tasca". O solo não é como qualquer outro bem durável, sua propriedade é sempre relativa porquanto é a casa de todos.
carlos bandeira
caros companheiros nacionalistas defensores do Aldo, que busca proteger a agricultura brasileira, tenho uma pergunta: por que os estados unidos apoia o projeto do Aldo?
Embaixador dos Estados Unidos apoia projeto de Aldo Rebelo
Da Página do Wikileaks
O Código Florestal, cuja proposta de regime de urgência para alteração volta à plenária da Câmara hoje, foi tema de um telegrama escrito pelo embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, em fevereiro deste ano.
Shannon transmite uma visão favorável à redução da Reserva Legal – uma das principáis propostas do projeto de lei de de autoria de Aldo Rebelo.
O PL prevê reduzir a proporção de propriedade que deve manter a vegetação nativa (por exemplo, na Amazônia ela cairia de 80% para 50% da propriedade), além de extinguir a sua exigência para pequenas propriedades. O projeto também anistia quem não preservou e ocupou indevidamente encostas e beiras de rios.
A bancada ruralista no Congresso pressiona pela votação do projeto ainda este ano, enquanto o governo quer deixar para o próximo.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) colocou o pedido de urgência na tramitação em votação, mas garantiu que a votação do projeto em si só sai no próximo ano.
Amazônia
O telegrama enviado por Shannon às 19h01 do dia 10 de fevereiro deste ano começa com um apanhado histórico sobre a legislação para depois entrar em detalhes sobre a questão da reserva legal.
O foco é a Amazônia.
Segundo Shannon, se justifica a decisão do governo Lula de postergar a aplicação da lei – que prevê multas e sanções para os fazendeiros que não respeitarem a Reserva Legal.
"Não é nenhuma surpresa que o governo tenha evitado transformar milhões de fazendeiros em crininosos que poderiam perder suas terras; especialmente em face das eleições de outubro de 2010".
Ele duvida que o governo consiga efetivamente aplicar a lei. "Se o governo quiser com seriedade penalizar um grande número de donos de terra em violação ao Código Florestal, pode esperar uma dura oposição e possivelmente até um combate violento como aqueles que aconteceram na cidade de Tailândia no ano passado, depois que o governo fiscalizou madeireoso ilegais em Novo Progresso, onde mesmo pesquisadores brasileiros vistos como 'xeretas' foram expulsos".
Na ocasião, protestos de madeireiros interromperam a operação de fiscalização ralizada pelo Ibama e a Secretaria do Meio Ambiente do Pará.
Shannon se reuniu com um representante da Confederação Nacional da Agricultura, que ele não cita o nome, e comenta que as propostas para reduzir para 50% a Reserva Legal "possibilitariam que uma grande quantidade de fazendeiros que não conseguem se sustentar economicamente respeitando a reserva de 80% possam seguir a lei".
Para ele, é uma "infelicidade" que projetos como o Zoneamento Ecológico-Econômico, que autoriza a redução de até 50% da área para fins de recomposição de reserva legal, não possam ser adotados mais amplamente.
O diplomata reconhece o progresso do governo no combate ao desmatamento e elogia ações no sentido de regularizar a situação fundiária da região norte.
"Nunca tendo sido implamentada, (a Reserva Legal) serviu principalmente como ponto de disputa entre os fazenderios e ambientalistas, enquanto outras políticas menos controversas têm sido eficazes em reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia", conclui Shannon.
"Se as taxas de continuarem a cair, então o movimento ambientalista pode mostrar mais fexibilidade sobre um compromisso mais pragmático em relação ao Código Florestal quando o tema voltar á pauta em 2011", aposta o embaixador dos EUA
Nelson
Reproduzo aqui o comentário que li em um outro blog – no momento, não lembro qual:
"O dia em que fizerem a exumação dos mortos no Araguaia, encontrarão lá o Aldo Rebelo".
urbano t mertz
Cada vez fico mais pessimista quanto ao futuro da espécie humana, e não é por preocupação com a possível falta de comida. É pela certeza que o capitalismo vai destruir até o último dos recursos naturais que permitem a vida humana prosperar no planeta.
Alterar o CF, facilitando a redução das matas existentes e flexibilizando a sua reposição, quando cientistas, ambientalistas e todo o ser humano sensato e bem informado clama por ações pela preservação das florestas, é irresponsabilidade, é crime de humanidade.
Ano que vem teremos a Rio+20, e o que vamos mostrar para os cerca de 200 países que vão estar representados?? Como ficam os nossos compromissos com a redução do aquecimento global, com a proteção da biodiversidade, com a preservação das florestas?
Lembrando o Secretário Geral da ONU, estamos afundando ainda mais o pé no acelerador em direção ao abismo….
Seger
Querem a solução para todo esse problema? Então anota aí: Põe um artigo na lei regulamentando que aqueles pequenos agricultores (proprietários de até 4 módulos fiscais) que quiserem manter mais que os 15 metros à beira dos riachos que cortam sua propriedade possam manter convênio com os governos dos PAÍSES SEDE das ONGs que andam fazendo todo esse estardalhaço aqui, de forma que esses governos subsidiem a preservação no Brasil, já que é tão tão importante importantíssimo. O papel da ONGs seria então fazer alguma coisa real, qual seja, conseguir estabelecer esses convênios, e não apenas estar tratando por internet de coisas que mal tiveram a oportunidade de ver pessoalmente. Aldo Rebelo tem lá suas razões.
Mais de 50 entidades repudiam propostas de Aldo Rebelo para o Código Florestal « Afauna Natal
[…] Direto do Vi o Mundo. […]
Carlos Cruz
Não há nem como justificar as modificações efetuadas no Codigo Florestal. Mas não é só o Código que querem modificar, na relidade é todo o sistema (falho, é verdade, mas existente) de controle e prevenção. O deputado entrgou-se aos destruidores de futuro. O que vão fazer é exterminar a Amazonia, a Mata Atlantica, o Pantanal, como gafanhotos, e depois mudar-se para outra regioes a depredar e destruir. Rebelo faz um retrocesso no direito ambiental barsileiro, ajudado pelo governo petista, de olho em Belo Monte. Estão destruindo os orgãos de controle ambiental brasileiros, desmontando-os, retringindo suas atuações, em busca do lucro facil e dos "empreendimentos salvadores". O NÃO é uma necessidade imperativa de Cidadania.
Manifesto contra as mudanças em discussão no Código Florestal « Afauna Natal
[…] Leia aqui o que pensam o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), o líder do MST e da Via Campesina… LikeBe the first to like this post. […]
edson
Cheguei a assistir no início, porém quando vi que só estavam presentes pessoas contrárias à proposta de Aldo, desliguei. Principalmente quando vi que estava um representante do greenpeace (ONG ligada às multinacionais estrangeiras).
Não foi um debate para esclarecer, foi apenas uma chamada para a reflexão… torta, muito torta… uma vez que não propiciou os favoráveis à proposta de Aldo, portanto não houve democracia.
Os ambientalistas (de asfalto) falam que não houve tempo suficiente para o debate e quando tem a oportunidade de debater… não fazem o debate. Os ambientalistas querem IMPOR para a sociedade apenas sua visão de sociedade sustentável baseada em critérios que retiram o ser humano do foco central. Eles (e muitos que participam desse blog) que moram em apartamentos nos grandes centros urbanos deveriam debater a condição urbana insustentável das metrópoles onde residem e participar dos conselhos municipais para reivindicarem mudanças nas estruturas dos municípios. Exigir mais áreas verdes, "descanalizar" os rios e ribeirões, "descimentar" os olhos d,água e exigir a mata ciliar conforme prevê o código florestal. Mas não, para esses ambientalistas somente o meio rural é que tem o dever de cumprir a legislação. Será que onde moram (onde estão construídos suas residencias) não é uma APP? Se for, será que aceitariam o poder público demolir sua residência para compor as APPs urbanas? Qual seriam a reação desses moradores?
Prestem atenção na proposta do Aldo e verifique que ela busca inserir os centros urbanos no código florestal e aí vamos ter (ufa) uma verdadeira reforma urbana.
pparkour
Concordo que o debate pecou em não ter sido democrático, chamando quem é a favor da reforma. Mas isso não significa que a bancada contrária as mudanças seja insensível à humanidade, relegando o homem ao segundo plano. Ao contrário.
Colocar o meio-ambiente no centro significa por toda a realidade humana no centro do debate atual.
Ainda, defender que, se alterado, o Código Florestal seja alterado para melhor, em defesa um ambiente sustentável, não implica obste à defesa de ambiente urbano nestes mesmos moldes. O tema debatido não se confunde na medida em que as alterações defendidas pelos ruralistas não atingem o cenário urbano, mas sim o rural.
Não seria lógico criticar, numa mesma patada, as alterações no Código Florestal propugnadas pelos ruralistas, concomitantemente ao atual "regime urbanístico" insustentável, afinal, descentralizaria o debate, correndo o risco de não atrair a atenção necessária do público, conquanto tornaria o debate ainda mais complexo do que já é.
O problema da proposta ruralista, dentre outros, constitui no fato de terem olvidado o setor científico da sociedade, dentre outros, por óbvio. Ainda, os setores progressistas (pasmem, a igreja compor este rol) chamam todos pro debate, conquanto requerem o adiamento da eleição marcada pra próxima sexta a fim de conclamar pessoas ao debate, enaltecendo-o. A ideia é abrir espaço para o debate.
Hélio Pereira
Eu acho que o projeto do Aldo é mais benéfico aos pequenos Produtores.
Do jeito que esta os pequenos não terão como se manter no Campo,enquanto os Grandes Latifundiarios sempre dão um jeitinho.
Mario Carvalho
Kátia Abreu e Ronaldo Caiado assinam embaixo! Valeu Aldinho, depois a gente se acerta!
carlos bandeira
vc leu o relatório do aldo rebelo pra ter tanta convicção?
LuisCPPrudente
Eu não tive tempo de ler o relatório do nobre Aldo Rebelo, mas sabendo que a maioria dos ruralistas e representantes do latifúndio assassino e escravocrata apoiam o relatório de Aldo Rebelo, mesmo eu tendo votado várias vezes em Aldo Rebelo desde 1988, fico contra o relatório do nobre Aldo Rebelo.
Sabendo que o MST, um monte de sindicatos de trabalhadores rurais e muitos dos jornalistas e blogs que eu leio estão contra o relatório do nobre Aldo Rebelo, corroboram mais ainda para eu ser contra o relatório do Aldo Rebelo.
Quando eu ouço e vejo na TV Câmara um deputado ruralista do PP-RS (representante do agronegócio, eufemismo para não chamar de latifúndio assassino e escravocrata) elogiando o Aldo, quando ouço e vejo a senadora Kátia Abreu elogiando o Aldo e quando ouço assassinos de militantes do Partido Comunista do Brasil que mataram Paulo Fonteles, que mataram os irmãos Canutos lá de Rio Maria (acho que no Pará) elogiando Aldo Rebelo, fico pensando: o que o PCdoB está fazendo? Votando a favor dos assassinos que mataram muitos militantes da reforma agrária do próprio PCdoB!
Nelson
Meu caro Pereira
A que eu saiba, o projeto Aldo não garante a sobrevivência dos pequenos produtores no campo. Isto só será possível com uma reforma agrária prá valer e a real atenção do governo para com a pequena propriedade.
E, para que isso se concretize, meu amigo, vai ser necessário muita mobilização, muita pressão da sociedade sobre o governo, qualquer que seja ele.
waleria
E o povo brasileiro que quer comida acessivel no prato, está com Aldo Rebelo.
Quem não está com Aldo, é o Green Peace e as ongs multinacionais que nos querem ver sem produzir alimentos.
Mario
A digníssima deputada Kátia Abreu também está com o Aldo, nossa o Ronaldinho Caiado tb! Eles também são deputados multinacionais!
urbano t mertz
Não se preocupe, náo vai faltar comida. O que causa falta de comida são as secas e as enchentes; e isso tem tudo a ver com desmatamento, com falta de matas ciliares, APPS e reservas de florestas em locais estratégicos.
Temos terra desmatada além da conta para produzir para o mundo todo. O minimo de terra é utilizado para produzir comida para o povo brasileiro. A maior parte é está com soja, cana, café, gado e vai para exportação.
FranX
É mesmo? então isto deve estar acontecendo a muito tempo na Holanda, sede do Green peace, nos E.U.A. , na europa como um todo, Ou tem Apps por lá, matas ciliares e outras defesas. De lado à lado,(e por baixo dos panos) todo esse debate é uma farsa!
carlos bandeira
Desde quando CNBB, OAB, MST, CUT, PT, PSOL e PV são ongs multinacionais que não querem ver produzir alimentos?
Nelson
Um dos maiores equívocos que podemos cometer, minha cara Waléria, é o da generalização. E a generalização é uma das fontes dos preconceitos. "Todo negro não gosta de trabalhar", "todo índio é bêbado", "todo brigadiano (policial militar gaúcho) é safado", "todo nordestino é preguiçoso", "todo judeu só pensa em dinheiro", são algumas generalizações odiosas que turbinaram muitos preconceitos. Por isso, Waléria, cuidado com elas.
Se existem organizações manipuladas pelos poderosos do grande capital – e elas são também nacionais, não apenas multinacionais -, existem também aquelas que desenvolvem trabalho sério e devotado em prol do meio ambiente e dos pequenos produtores.
pparkour
Cabendo salientar que, o problema não é a falta de espaços agriculturáveis, mas sim o melhoramento das técnicas produtivas, do efetivo uso do potencial produtor das terras existentes, sem, por óbvio, por em risco todo o meio-ambiente, destarte, tornando, em tempos vindouros, impassível de produção de qualquer tipo os terrenos hoje agriculturáveis.
O que se falta entender é que o ideário de meio-ambiente encompassa mais do que se pensa, indo além do que se é mormente repassado, como puramente as florestas e a natureza selvagem, sendo, na verdade, conceito assaz mais amplo que este.
Fernando
O Brasil produz comida suficiente, sendo a grande parte vindo da agricultura familiar.
O agronegócio quer é ampliar a produção de grãos para exportação.
Anita
Se a CNBB é contra deve ser bom.
Não é?
carlos bandeira
Nem toda igreja católica é conservadora. Há setores progressistas.
Manifesto contra as mudanças em discussão no Código Florestal | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Leia aqui o que pensam o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), o líder do MST e da Via Campesina… […]
ZePovinho
O que foi que deu no Aldo Rebelo???????????????????????????
waleria
O que deu no Aldo foi ser inteligente e patriota.
E não ir na conversa mole de qualquer ong que apareça pela frente.
AugustoJHoffmann
Síndrome de Estocolmo? Provável.
JotaCe
Genoinite, Augusto…
LuisCPPrudente
Eu também queria saber o que deu no nobre deputado Aldo Rebelo. Eu que votei no Aldo Rebelo desde a eleição de 1988 para vereador na capital paulista. Eu que votei em Aldo Rebelo e fiz campanha para ele ser eleito deputado federal em 1990, 1994, 1998, 2002 e 2006. Como consequência do relatório de Aldo Rebelo deixei de votar (e com tristeza) em Aldo Rebelo em 2010. Eu também queria saber o que deu em Aldo Rebelo?
Tetê Sanches
Quem pode explicar essa atitude motosserista do Aldo?
JotaCe
Oi Tetê, será que você não sabia? Foi a TV Globo que difundiu a prática motosserrista no Brasil! Abraços,
JotaCe
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