Por Marco Aurélio Mello
por Marco Aurélio Mello
A indignação pode ser revolta, pode ser porta, pode nascer morta.
Na voz do revolucionário Che, se de indignação trememos diante de uma injustiça, somos então companheiros.
A indignação pode ser filha, assim como a coragem, da esperança.
Foi o que disse Santo Agostinho, ao pregar sobre o desejo de mudança.
Com outras palavras, disse o mesmo a psiquiatra Nise da Silveira: “É preciso se indignar, se contagiar para então mudar a realidade.”
Mas por que sofremos de indignação?
E qual é o sentido deste sofrimento?
Nietzsche se indignava, não com o sofrimento, mas com a falta de sentido em sofrer.
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Ora, se indignação é sofrimento, então estamos andando em círculos?
Afinal, temos que nos indignar e nos revoltar, ou temos que, indignados, calar e negar o sofrimento?
O que na indignação é espera, digna?
E o que nela é ação, indigna?
“Indigna, indigna, indigna inação.”
Meros jogos de palavras, passatempo, paralisia.
Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
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