Freixo: Legislativo do Rio não pode convocar interventor, enquanto Temer pensa no marketing

Tempo de leitura: 3 min

Da Redação

Em fala no plenário da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) disse que o legislativo fluminense não tem poder de convocar o interventor do Exército que passou a controlar a segurança pública do Estado.

Enquanto isso, em Brasília, denunciou o deputado, Michel Temer se reunia com marqueteiros:

Evidente que não tem a menor condição de nós começarmos uma sessão legislativa como se nada estivesse acontecendo no Rio de Janeiro e no Brasil.

Estamos diante de uma intervenção política e militar, essa é a leitura da bancada do Psol, é uma intervenção política e militar, atende a um propósito político do desgoverno Temer, do ilegítimo governo Temer, que passou o domingo reunido com marqueteiros e não com especialistas de segurança, o que é muito sintomático… ele passa o domingo com marqueteiros.

Esta não é uma medida visando apenas a segurança pública, essa é uma medida para salvar não o Rio de Janeiro da violência, mas a pele do PMDB, desmoronado no Brasil e no Rio de Janeiro.

O PMDB dizer que chegou a hora de combater o crime organizado no Rio de Janeiro provoca os sentimentos mais repugnantes e impublicáveis, porque se tem um crime verdadeiramente organizado no Rio de Janeiro é o PMDB, isso é inaceitável.

Não sei se a ordem para combater o crime organizado aqui no Rio de Janeiro veio de Curitiba, veio de dentro da cadeia.

Nesse momento nós temos dois governos, um que chega anunciando que vai prender e um que espera o momento em que vai ser preso.

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Isso é grave. E não é possível que a gente entenda que essa medida atinja apenas as forças policiais, essa medida não é uma ocupação da periferia ou dos morros com o Exército, coisa que já cansamos de fazer… e resultado algum tivemos.

O que significou a ocupação da Maré com 600 milhões gastos? E o que aconteceu? Qual a situação da Maré hoje?

Não se trata disso, se trata de uma intervenção política militar. Primeiro que o governador Pezão, ao dizer que não governa mais a segurança pública, deveria ter entregue a sua carta de exoneração própria, deveria se ausentar do cargo.

Todo mundo já sabia que ele já não governava, menos ele. Deveria entregar o cargo, seria mais legítimo e honesto, mas não pode porque precisa de foro para não ser preso.

Evidente que nós não podemos achar que essa medida não impacta, por exemplo, o Poder Legislativo.

Se este Poder Legislativo quiser convocar o interventor, ele não pode.

Se esse Poder Legislativo discordar do interventor em alguma medida… dependendo de quem o interventor escolher para secretário de Segurança, pode ser que nós não possamos convocar o secretário de Segurança.

Então, nós estamos atingidos por essa medida. Há um cerceamento do Poder Legislativo.

Há a necessidade de um debate mais profundo entre os deputados.

Então, proponho que um colégio de líderes seja marcado, para que a gente aprofunde esse debate. Não que um vá convencer o outro do que significa essa intervenção, mas de que maneira o poder legislativo vai reagir a isso? Porque as suas limitações estão colocadas.

Essa intervenção não é sobre a polícia, é sobre o processo democrático institucional do Rio de Janeiro. Como vamos responder?

Estou sugerindo de imediato um colégio de líderes, para que a gente não finja que não tem nada acontecendo, como o governo está fazendo.

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