Santayana diz que Moro usa técnica de Goebbels no caso do triplex

Tempo de leitura: 2 min

OS OLHOS DO MUNDO E O TERCEIRO ATO

por Mauro Santayana, em seu blog

Desmascarado no mundo inteiro depois da repercussão alcançada pelo caso Lula para leitores de jornais como o Le Monde e o New York Times, o Juiz Moro, com a justificativa de devolver aos cofres públicos a fantástica soma representada pelo apartamento mais falado do Guarujá — e a pressa de “acabar” com as evidências — pediu o fim da penhora do imóvel para pagamento de dívida pela OAS, justamente determinada pelo TJDFT – que equivale ao reconhecimento de que o imóvel pertence, claramente, à construtora — com o seguinte texto, que resgata fielmente a velha estratégia goebbelsliana de que a repetição constante de uma inverdade acaba transformando-a exatamente no oposto:

“A omissão do recolhimento do IPTU pela OAS Empreendimentos, proprietária formal, ou pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proprietário de fato, coloca o imóvel em risco, com a possibilidade de esvaziamento dos direitos de confisco da vítima, no caso uma empresa estatal e por conseguinte com prejuízo aos próprios cofres públicos”.

Ora, a aparente conclusão de um fato não diminui a sua infâmia, apenas a evidencia.

Se é formal é de fato e se não é formal não é de fato — ao menos aos olhos da Lei — ou o país pode, a partir de agora, fechar os cartórios e rasgar todos os contratos, que já não valerão mais que o papel do lixo dos banheiros públicos, a não ser que houvesse provas, DE FATO, de usufruto continuado e escancarado do imóvel, que não existem nesse caso, porque o negócio, iniciado e abandonado pela falecida esposa do ex-presidente, jamais chegou a ser prática ou legalmente concretizado, o que, caso tivesse ocorrido, poderia ter sido feito, eventualmente — ninguém pode afirmar com absoluta certeza o contrário — quando da definitiva entrega do imóvel, a preço de mercado.

Os cães ladram e a História passa.

Com tudo isso, embora muitos tentem tapar o Sol com óculos de peneira, não é necessário ser Mandrake para saber que, do ponto de vista dos livros do futuro, da opinião pública internacional e da comunidade jurídica mundial — cada vez mais atenta ao que está acontecendo no Brasil — prevalecerá a interpretação da defesa do ex-presidente, que afirma:

“a venda do tríplex é uma tentativa de evitar novas decisões da própria Justiça que reforcem que o imóvel não é e jamais foi do ex-Presidente Lula, como ocorreu recentemente com a Justiça de Brasília, que vinculou o bem ao pagamento de dívidas da OAS”.

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O leilão do apartamento do Guarujá pode ser, depois das condenações de Lula de Curitiba e de Porto Alegre, o terceiro ato da trágica — e perigosa — peça que está sendo pregada, neste país, contra a Lei, o Estado de Direito e a Democracia.

Mas — omnes est vigilantes actibus nostris — apesar da estréia do próximo espetáculo, o do Sítio de Atibaia — ele não será o último.

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Comentários

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Luiz

Reforma do judiciário já.

Julio Silveira

A valencia do Moro é que foi treinado para atuar no Brazil e não nos Estados Unidos, fosse lá já estaria em cana, sob diversas acusações de irregularidades.

N

“A omissão do recolhimento do IPTU pela OAS Empreendimentos, proprietária formal, ou pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proprietário de fato”. [Sérgio Moro]

“Quem responde por crime tem que ter participado dele. E, para ter participado, alguma coisa errada ele fez”. [Victor Luiz dos Santos Laus – desembargador do TRF4]

Esses são os “honoráveis” homens do judiciário brasileiro que vêm sendo elogiados em profusão na mídia hegemônica. Nada preciso afirmar, portanto, sobre a qualidade e honorabilidade dessa mídia.

Jardel

A condenação do Lula também foi formal, mas não foi de fato, né Dr. Moro?

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