O xadrez sírio
28/4/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
No Oriente Médio, não há ironia sem mega dose de arsênico. O governo de Bashar al-Assad na Síria põe fim ao estado de emergência vigente há 48 anos, exatamente no momento em que a Síria vive real estado de emergência. No mesmo dia, um jornal do regime, Tishrin, declara que “a mais sublime forma de liberdade é a segurança da pátria.”
Pela “segurança da pátria”, o regime de Assad – oligarquia familiar-empresarial-militar – invadiu de facto a cidade de Daraa com colunas de tanques. Assad havia feito algumas concessões para acalmar os protestos sírios. Não funcionaram. Então, o regime resolveu copiar o sucesso da Casa de Saud ao implantar ‘democracia’ no Bahrain.
Na dúvida, faça como faz o Pentágono: o ataque a Daraa é a versão síria da operação “choque e pavor”. O problema é que o regime pode ter criado as condições para longa e sangrenta guerra civil à moda do Iraque. E, por causa disso, todos os grandes atores – regionais e em todo o ocidente – correm em busca de onde se esconder.
O que se vê não é o que é
A questão crucial na Síria – e nem as pedras veneráveis da mesquita Umayyad em Damasco conhecem resposta definitiva – é o que se abriga nos corações e mentes de milhões de sírios.
A oposição síria não é organizada ou coesa. Em muitos aspectos – como no Egito –, a revolução síria talvez seja revolução dos pobres. O governo de Assad aboliu subsídios para os combustíveis e deixou os preços flutuar ao sabor do mercado; o preço do diesel triplicou; o preço de itens básicos também subiu muito; houve longa estiagem; e a explosão dos preços globais dos alimentos veio e arrematou a miséria dos sírios mais pobres.
Os legítimos padecimentos dos sírios incluem muita ira contra estado policial intoleravelmente violento; as décadas de ditadura do partido Ba’ath; os excessos de uma microscópica elite comercial, em contraste com o alto desemprego entre os jovens – e tudo isso num contexto em que as classes médias e os pobres têm de lutar pela vida, com salários baixos e inflação alta.
Se houver alguma revolução popular na Síria, os novos principais atores políticos serão os camponeses pobres – em agudo contraste com a pequena elite comercial sunita e o estado policial controlado pelos alawitas.
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Isso implica que a primeira tarefa da oposição seja por enquanto seduzir as classes média e alta nas grandes cidades, sobretudo em Damasco e Aleppo. Mas mesmo que os protestos na Síria não alcancem proporções de praça Tahrir egípcia, podem fazer o regime sangrar lentamente até a morte, paralisando a economia.
O ímpeto revolucionário na Síria parece ser muito mais hardcore que o do movimento “Verde” no Irã. Os manifestantes sírios não querem reformas no regime – o que absolutamente não admitem; querem o fim do governo do partido Ba’ath, único meio para conseguir derrubar o estado de segurança controlado pelos alawitas, com seu componente chave de negócios-corrupção.
Alguns manifestantes são pacifistas. Alguns já começam a usar armas leves improvisadas. Na luta contra repressão estatal armada, só parece haver uma saída: a ação direta, chamada “luta armada”.
O regime já interceptou vários caminhões carregados de armas contrabandeadas do Iraque. Ricos sunitas do Golfo já ofereceram e garantem apoio financeiro. E, aspecto crucialmente importante, as armas aparecerão no confronto também por motivos associados à Fraternidade Muçulmana, porque governos regionais como Turquia e Líbano não querem o fim do governo de Assad. Entendem que privilegiar a Fraternidade Muçulmana, e inclusive outros grupos jihadistas, é receita para o caos.
Quanto a alguma R2P (“responsabilidade de proteger”) que levasse a ONU a criar zona aérea de exclusão sobre a Síria, esqueçam. Diferente da Líbia, a Síria não tem petróleo nem fundo soberano milionário cobiçados.
E entram os sauditas
A dinastia sunita al-Khalifa que governa o Bahrain de população majoritariamente xiita diagnosticou como conspiração iraniana as manifestações populares na ilha do Golfo. O regime Assad culpou também uma conspiração externa (e “bem conhecida”) – mas recusou-se a nomear os conspiradores. Não interessa a Bashar al-Assad antagonizar a Arábia Saudita, mas ninguém duvida de que a Casa de Saud esteja profundamente envolvida na desestabilização da Síria, pelo apoio que dá às redes salafistas.
Daraa está a 120 quilômetros ao sul de Damasco, próxima da fronteira com a Jordânia, em área muito sensível de segurança. É região árida e pobre. Não por acaso, o capítulo jordaniano da Fraternidade Muçulmana nasceu em Daraa.
Os sauditas wahhabistas, que têm muita influência sobre a Fraternidade Muçulmana síria, tiveram ativa participação na incitação do povo de Daraa e de Homs. O sofrimento dos pobres explica muita coisa – a seca prolongada, Damasco esqueceu a região. Mas esses sofrimentos reais foram significativamente instrumentalizados.
Há anos, a Casa de Saud pagou 30 milhões de dólares para “conquistar” o vice-presidente sírio Abdul Halim Khaddam. A conquista foi facilitada, porque Khaddam é parente do rei Abdullah da Arábia Saudita e do ex-primeiro ministro do Líbano Rafik Hariri. Khaddam partiu para a França, exilado, em 2005. Já há muito tempo a Arábia Saudita usa Khaddam e outros líderes exilados da Fraternidade Muçulmana contra o governo de Assad. Khaddam tem passaporte saudita. Seus filhos, Jamal e Jihad, têm mais de 3 bilhões de dólares investidos na Arábia Saudita.
A agenda da Casa de Saud, na essência, é detonar a aliança Teerã-Damasco-Hezbollah –, para assim minar a resistência do Hezbollah contra EUA/Israel. Portanto, o que se tem na Síria é EUA, Israel, Jordânia e Arábia Saudita, mais uma vez operando a favor de uma mesma agenda comum. As apostas, aí, são extraordinariamente altas. O que se vê não é o que é.
Quer dizer, além de todos esses interesses estrangeiros, há, sim, movimento de legítimo protesto popular na Síria. O Partido Ação Comunista, por exemplo – que há décadas faz oposição ao regime –, continua na oposição. Mas o componente de esquerda que há na oposição, de fato, ainda não sabe se os salafistas são maioria ou minoria. A agenda ultrassectária de muitos manifestantes não é bom sinal.
E a estrada à frente pode ser muito acidentada: a corrente secular, progressista que há na oposição – digamos que, por hora, seja minoria – pode bem estar apanhada numa arapuca, em cenário como o do Irã 1979-1981; como pode acontecer, também, de ser esmagada pelos fundamentalistas, se o regime cair.
É fácil entender que os progressistas vacilem, quando se veem aliados à medieval Casa de Saud – que comandou a contrarrevolução contra a grande revolta árabe de 2011 –, no movimento para derrubar o regime de Assad. Os progressistas também têm boas razões para tremer, se se veem aliados a Israel –, quando Israel dá a impressão de desejar que Assad permaneça no poder, se a alternativa for a Fraternidade Muçulmana.
Nesse sentido, a aliança Sauditas-Israel existe no que tenha a ver com a contrarrevolução nos casos do Bahrain e da Líbia, mas não existe no que tenha a ver com a Síria.
No Líbano, a TV Al-Manar, do Hezbollah, têm repetido que os protestos na Síria são parte de uma “revolução dos EUA”. É possível que sejam, em parte – porque Washington, há décadas, investe em grupos de oposição em vários pontos do Oriente Médio. Mas, no pé em que estão as coisas hoje, parece mais operação da Casa de Saud, misturada à ira popular genuína contra décadas de governo policial do partido Ba’ath.
Por sua vez, o rei Abdullah da Jordânia tenta desqualificar o argumento de Assad (“ou eu ou a Fraternidade Muçulmana”) e, como era de esperar, tem dito que se trata de conter o Irã. Abdullah está convocando árabes e ocidentais para que apostem suas fichas numa coalizão de tribos curdas, druzas e sunitas e na classe média urbana sunita (aliada dos sauditas), para formar o governo da Síria pós-Assad.
Perde o Egito, ganha a Síria
Jornal sírio (em http://www.champress.net/index.php?q=en/Article/view/86507) publica hoje notícia interessante. O que o regime define como “conspiração contra a Síria” seria plano dos EUA para compensar a ‘perda’ do Egito; por isso os EUA “ignoram os apelos por reformas” na Arábia Saudita e no Bahrain, onde deixam, “em silêncio”, que a repressão prossiga.
O plano visaria a criar total caos na Síria; empurrá-la para o campo de influência dos sauditas; reduzir a influência do Irã no conflito árabes-israelenses; e torpedear a entente Turquia-Síria.
Faz perfeito sentido. O eixo Teerã-Damasco-Hezbollah é o único contrapeso em todo o Oriente Médio contra a hegemonia EUA-Israel. Damasco frágil fragiliza simultaneamente Teerã e o Hezbollah. Não por acaso, no Líbano, o ex-primeiro-ministro Saad Hariri – sunita, basicamente lacaio da Casa de Saud – não se cansa de repetir essa retórica sectária.
Os sunitas sírios, tanto quanto os wahhabistas sauditas, ambos, são inimigos da seita alawita – ramo do xiismo – que controla grande parte da riqueza do país, apesar de só representar 12% da população. Não surpreende que a Casa de Saud e a Fraternidade Muçulmana – furiosamente antixiitas – tentem, há décadas, livrar-se do regime sírio dos alawitas.
A aliança Turquia-Síria – que progrediu, ao ritmo em que regrediu a entente Turquia-Israel – também está em perigo. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan e o ministro de Relações Exteriores Ahmet Davutoglu da Turquia andam ocupadíssimos reunindo Turquia, Síria, Líbano e Jordânia como bloco econômico, alimentado com muitos investimentos turcos e muita alta-tecnologia turca. Ninguém sabe o que acontecerá, se houver mudança de regime em Damasco.
A Síria é importante em todos os fronts – do Irã ao Iraque, da Turquia ao Líbano, da Palestina a Israel. Mas o que a intervenção da Casa de Saud está fazendo na Síria é, sobretudo, terrivelmente destrutivo: disseminando por todo o Oriente Médio uma epidemia sanguinária de sectarismo (começou no Bahrain).
Washington adorará que a Síria seja desestabilizada, se isso levar à restauração da hegemonia regional de EUA-Israel, muito seriamente ameaçada desde a emergência de um novo Egito. Mas esqueçam para sempre qualquer ocidente que implantaria alguma “democracia” na Síria. Se a história não nos pregar alguma grande peça – como Bashar al-Assad assinar, semana que vem, tratado de paz com Israel –, EUA, França e Grã-Bretanha não moverão uma palha para proteger civis sírios e não se incomodarão se o regime (com Assad ou sem) chocar e apavorar e matar todos os sírios e reduzir a ruínas toda a Síria.
Cabe hoje aos sírios progressistas acertar o passo, unificar o discurso e provar que Bashar al-Assad errou. Porque, se não for com ele, será com algum mestre salafista horrivelmente retrógrado e apoiado pela Casa de Saud.
Comentários
Deus Carmo
A Síria como está não interessa nem aos Estados Unidos, nem a Israel nem aos sauditas, estes verdadeiros capachos dos Estados Unidos no Oriente. O mundo não pode assitir de camarote a interferência cada vez maior dos Estados Unidos no mundo. Eles são os verdadeiros responsáveis por todas as guerras que tem acontecido nos ultimos tempos. Não se compreende que Nobel da paz tenha sido outorgado a Obama. Um autêntico traidor de suas origens e das esperanças do mundo. Por outro lado, os Estados Unidos não tem moral para falar em liberdade e democracia, porque desreipeitam os mais corriqueiros direitos, inclusive com assassinatos, golpes de Estado e manutenção de presos em Guantanamo em condições sub-humanas.
JotaCe
Caro Luiz Pinheiro,
Muito agradeço ter lido e considerado o que escrevi. Contudo, entre um distorcido uso de uma palavra ou omissão da mesma pela mídia (na qual você também não confia) para manipular a notícia, e um dicionário com os méritos do Aurélio, eu prefiro este. Pois ele, em variadas acepções, justifica seja o termo empregado como o foi, ao referir a ação dos tanques do governo sírio. Sem tempo pra polemizar, lhe agradeço mais uma vez pela atenção. Um abraço,
JotaCe
JotaCe
Caro Luiz Pinheiro, (2)
O mecanismo de transmissão das mensagens não funcionou como devia, pelo que remeto o restante dela.
Ele, (o Aurélio), diz que o substantivo ‘invasão’ corresponde ao ato de ‘invadir’ que, segundo a mesma ilustrada fonte, significa por sua vez : 1-Entrar à força ou hostilmente em; ocupar à força; conquistar. 2- Difundir-se em; alastrar-se por; espalhar-se. 3-Dominar; tomar; 4- apoderar-se violentamente de; usurpar. Assim, não vejo porque você insiste na conotação política (?) da expressão que diz algo como ‘O regime de Assad invadiu a cidade de Daraa com coluna de tanques’. Agora, só uma pergunta: com que material ele deveria atacar os ‘pobres’ rebelados, em sua ira saudista, que dispõem de aviões, morteiros, artilharia pesada, granadas auto-propulsoras e, segundo o representante da Rússia no CS, estão destroçando até cadáveres dos governistas ?Abraços do,
JotaCe
luiz pinheiro
A questáo, JotaCe, é que o verbo "invadir" é usado, em política internacional, no jornalismo, e nos livros de História, para indicar a entrada de tropas estrangeiras em determinado país.
No caso da Síria, o uso desse verbo me parece muito mais apropriado para qualificar a ação dos mercenários armados estrangeiros que lá ingressaram do que para exprimir as operações dos tanques do Exército local.
A sua pergunta, sinceramente, não entendi. Não estou discutindo o material militar usado pelo governo sírio, apenas acho que o Exército sírio não "invadiu" seu próprio país. Não ataco nem defendo as ações militares da Síria, porque considero não ter informação imparcial suficiente para julgar. As divulgadas pela mídia internacional, data vêníssima, não me parecem nem um pouco confiáveis.
E repito minha pergunta anterior: quando foi que a mídia batizou de "invasão" alguma ação de tanques israelenses no território palestino sob ocupação?
Sinceros abraços, Luiz
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[…] Por Pepe Escobar Asia Times Online (Via VI O MUNDO) […]
Bonifa
Não costumamos fazer isso, mas vamos repetir este comentário. Afinal, quase não há onde se possa ler ou ver notícias de verdade sobre os acontecimentos no Oriente Médio.
Russia e China perderam a paciência. Brincadeira tem hora:
Conselho de Segurança não aprova condenação da Síria
LEMONDE.FR avec AFP et Reuters – 28.04.11
Os quinze membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas não conseguiram chegar a acordo, quarta-feira, abril 27 à noite, em um comunicado condenando a repressão na Síria. No último fim de semana Ban Ki-moon queria, por seu lado, a abertura de uma investigação independente.
Após a resolução que autorizou o uso da força para proteger os civis na Líbia, a China ea Rússia se opuseram a que o Conselho de Segurança se intrometesse em outro conflito que diz respeito, segundo eles, aos assuntos internos de um país.
O vice-embaixador da Rússia na ONU, Alexander Pankin, advertiu contra a "ingerência externa" que poderia causar "uma guerra civil". O diplomata acrescentou que ele queria "uma investigação real" e que "os culpados sejam levados à justiça" na própria Síria.
Referindo-se a Moscovo e Pequim, um funcionário da ONU comentou: "A tolerância dos russos e chineses para com a iniciativa dos europeus e americanos para proteger civis no Oriente Médio parece ter se esgotado."
Referindo-se a Moscovo e Pequim, um funcionário da ONU comentou: "A tolerância dos russos e chineses para com a iniciativa dos europeus e americanos para proteger civis no Oriente Médio parece ter se esgotado."
O embaixador sírio na ONU, Bashar Jaafari, rejeitou qualquer idéia de investigação internacional. "Nós lamentamos o que está acontecendo, mas vocês devem concordar que estes distúrbios e tumultos, em alguns aspectos, trazem a máscara de uma agenda oculta", disse ele.
Bonifa
"O plano visaria a criar total caos na Síria; empurrá-la para o campo de influência dos sauditas; reduzir a influência do Irã no conflito árabes-israelenses; e torpedear a entente Turquia-Síria". Pode ser que esta assertiva esteja correta, mas pode também ser que não. Em lugar de irem choramingar aos pés de Sarkozi, a oposição síria está reunida em Ankara, com o primeiro ministro da Turquia, procurando negociações sérias para uma mudança de regime à moda não-americana. Sem contar que muitas lideranças do próprio Partido Baath se revoltaram contra a brutalidade da repressão governamental, juntando-se à oposição. O melhor para todos seria o governo de Bashar reunir-se aos revoltosos também na Turquia para negociar, encontrando uma solução para a crise à margem de qualquer interferência "ocidental" (entre estas, conte-se a da própria ONU). Agora, que o caos na Síria seria ótimo para a Europa e para os EEUU, não restam dúvidas. E se houver guerra e puderem nela se meter, melhor ainda.
JotaCe
Caro Bonifa,
O pronunciamento do representante da Rússia no CS foi muito sintomático ao se referir à violência despropositada da oposição síria que, segundo ele, tem atingido até cadáveres. Ainda bem que as posições assumidas por aquele país e pela China desaprovam a interferência que conhecidas grandes potências estão a pretender. Para estas, nada melhor que o acirramento entre a oposição e o governo sírio, o que vêm estimulando. Aliás, como sempre o fazem dentro dos princípios de jogar uns contra os outros nos países que pretendem dominar, seja pelos recursos naturais que estes possuem, ou pela importância geopolítica que representam nos planos de assalto e de conquista de outras nações. O entendimento via Turquia poderia ser um bom caminho. Concordo com você também quanto à interferência direta da ONU. A abertura de uma ‘investigação independente’ proposta pelo Secretário das Nações Unidas, Ban Ki-moon, soa como piada, tão desacreditado ele se tornou. Abraços,
JotaCe
zhungarian
O Oriente Médio, tal como o conhecemos hoje, é um grande angu de caroço parido pelas potências imperialistas do século XIX e XX (França, Inglaterra, EUA). É como diz o ditado: quem pariu Mateus que o embale.
luiz pinheiro
Deu na telesurtv.net:
Mustafa Ben Yusef Jalifa Ayash, miembro de una célula terrorista en Siria, confesó el martes en la noche que jefes de la Mezquita al-Omari proporcionan armas y grandes cantidades de municiones a personas, incluso a niños, para arremeter contra civiles manifestantes y sabotear propiedades públicas y privadas del país.
La televisión siria transmitió las confesiones de Jalifa Ayash, quien reside en la provincia de Deraa (sur), aseguró ver personas en la Mezquita que participaban de las ceremonias y reuniones con clérigos como el jeque Ahmad al-Sayaseneh y el jeque Musleh y el jeque Risq.
Admitió que recibió dinero a cambio de participar en las contínuas manifestaciones que desde mediados de febrero comenzaron a realizarse en la nación árabe en demanda de la suspensión de la ley de emergencia vigente desde 1963, la liberación de prisioneros y la renovación del Gobierno.
Confesó además que la cantidad de armas es muy grande y hay más de 500 personas que forman parte de la célula extremista.
luiz pinheiro
"O regime de Assad – oligarquia familiar-empresarial-militar – invadiu de facto a cidade de Daraa com colunas de tanques".
Me parece que o verbo não foi bem empregado.
O uso de tanques pode ser denunciado.
Mas os tanques não podem "invadir" seu próprio país.
Vila Vudu
Vc tem quase razão, no plano semântico. Por um lado, é verdade que "invadir" não é a palavra certa, se se considera que tanques sírios estariam invadindo o próprio país. CONTUDO, a frase não diz que a Síria estaria invadindo a Síria. O que a frase diz é "o regime de Assad" invadiu a cidade de Daraa. Nesse sentido, sim, admite-se que tanques (do regime de Assad) invadam a Síria (dos sírios).
Seja como for, a Vila Vudu está a favor de MANTER-SE ASSAD NO PODER (contra os EUA e Israel) e negociarem-se reformas democráticas. Tudo, claro, feito com calma e sem facilitar a vida dos bandidos terroristas sionistas.
luiz pinheiro
Insisto na minha ressalva, que é semântica mas tem sentido político, porque a guerra de palavras joga papel importante nos conflitos internacionais.
Lembro, só para exemplificar, que a mídia internacional não usa o termo "invadir" para qualificar as operações de tanques isreaelenses nos territórios palestinos ocupados.
JotaCe
Caro Luiz Pinheiro,____Dizem que em questão de grandes, pequeno não deve se meter. Acho as traduções do Vudu maravilhosas e, com certeza, você deve ser um profundo conhecedor da nossa brasileira língua (que me desculpe o lado português do Azenha, rsr, rsr). Mas, não encontro razões pra sua argumentação. Busquei a opinião de alguém que conhece mais o assunto do que eu, o nosso especial Aurélio. Ele diz que o substantivo ‘invasão’ corresponde ao ato de ‘invadir’ que, segundo a mesma ilustrada fonte, significa por sua vez : 1-Entrar à força ou hostilmente em
FrancoAtirador
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O ponto crucial:
"O eixo Teerã-Damasco-Hezbollah é o único contrapeso em todo o Oriente Médio contra a hegemonia EUA-Israel.
Damasco frágil fragiliza simultaneamente Teerã e o Hezbollah…
A Síria é importante em todos os fronts – do Irã ao Iraque, da Turquia ao Líbano, da Palestina a Israel.
Mas o que a intervenção da Casa de Saud está fazendo na Síria é, sobretudo, terrivelmente destrutivo: disseminando por todo o Oriente Médio uma epidemia sanguinária de sectarismo (começou no Bahrain).
Washington adorará que a Síria seja desestabilizada, se isso levar à restauração da hegemonia regional de EUA-Israel…"
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JotaCe
Caro FrancoAtirador,
Sua visão quanto à importância geopolítica da Síria no contexto do Oriente Médio, me parece bastante clara e acertada. Quanto à ‘epidemia sanguinária’ do seu comentário, e que grassa na região depois de iniciada no Bahrain, o pronunciamento do representante da Rússia na última reunião do CS foi muito sintomático quanto ao que acontece na Síria: ao condenar a violência despropositada da oposição, ele referiu que esta tem chegado ao ponto de destroçar até cadáveres. Abraços,
JotaCe
FrancoAtirador
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No Oriente Médio, não há heróis, apenas vítimas.
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