Nassif: Ditadura ataca agora UFMG e mostra que morte do reitor não mudou nada; Barroso, inspirador dos filhotes da Lava Jato

Tempo de leitura: 3 min

por Luis Nassif, no GGN

A notícia, agora de manhã, de que a Polícia Federal invadiu a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) levando em condução coercitiva o reitor e a vice-reitora, em uma operação sintomaticamente denominado de “Esperança Equilibrista”, comprova o avanço político do estado de exceção.

A operação visa apurar desvios no Memorial da Anistia, construído pela UFMG.

Assim como no caso da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) repete-se a combinação de PF, Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU).

Há anos o Memorial padece de problemas burocráticos.

Problemas administrativos, que demandam análises administrativas, são transformados em casos policiais, para que se infunda o terror nas universidades, último reduto da liberdade de pensamento no país, depois que a Lava Jato se incumbiu de desmontar o PT e a reforma trabalhista investiu contra as centrais sindicais.

A história do Memorial é bonita.

Todo o país que passou por ditaduras tem movimentos emblemáticos representando a luta contra a repressão. O Brasil teve mais de 50 mil pessoas anistiadas, reconhecidas como perseguidas pela ditadura e não tinha nenhum monumento.

A Comissão de Anistia, quase dez anos atrás, lançou o projeto de Memorial da Anistia, com verbas do Ministério da Justiça e parceria com UFMG. A ideia seria reformar o Coleginho e ali fazer uma exposição permanente. E, ao lado, um prédio para ser o acervo da Comissão de Anistia.

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Os problemas ocorreram quando se analisaram as condições do Coleginho, cuja estrutura, antiga, não suportaria as reformas. Foi planejado, então, a construção de um prédio ao lado, que abrigaria o acervo e a própria Comissão de Anistia.

Os valores, de R$ 19 milhões, eram perfeitamente compatíveis com a nova estrutura proposta. Foram abertas três sindicâncias, no Ministério da Justiça, do Ministério Público Federal e na própria UFMG apenas para apurar se houve imperícia no projeto para o Coleginho, que não levou em conta suas condições.

Com o impeachment, não houve sequer nomeação do novo presidente da Comissão de Anistia, e as obras foram paralisadas.

Este ano, foi realizada uma audiência pública em Belo Horizonte, na qual se solicitou à UFMG que terminasse o projeto. E foi recusado pela óbvia falta de verbas que assola as universidades federais.

A invasão da UFMG e a condução coercitiva de oito pessoas mostram três coisas.

A primeira, é que não há um fato apurado e um suspeito preso. Monta-se o velho circo de prender várias pessoas, infundir terror na comunidade, e obter confissões sabe-se lá por quais métodos. A segunda é que a morte do reitor da UFSC não mudou em nada os procedimento.

Têm-se uma PF incapaz de solucionar o caso do helicóptero transportando 500 quilos de cocaína, soltando o piloto e liberando o veículo em prazo recorde e, agora, a investida política contra a segunda universidade. A terceira, é que o nome dado à operação – “Esperança Equilibrista” – é claramente uma provocação aos setores de direitos humanos.

Esse monstro está sendo diretamente alimentado pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, que se transformou no principal inspirador da segunda onda repressiva dos filhotes da Lava Jato.

Vamos ver quem são as vozes que se levantarão para denunciar mais esse ataque.

A força policial invadiu a sala da vice-reitora. Quando outros professores chegaram lá, aboletada na cadeira da vice-reitora estava uma corregedora da CGU, como se fosse a nova dona do pedaço.

Faltou uma foto para documentar a extensão do arbítrio.

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Comentários

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Ronald

Onde se encontra a OAB ???????? Um silêncio constrangedor….

Valdir MG

O conhecimento intelectual traz a luz da verdade, da compreensão, da sabedoria, da coragem. As trevas das opressões nos levam ao medo, à repressão, à ditadura. Fiquei estarrecido em ver as imagens dos “policiais” fortemente armados para conduzir arbitrariamente professores, reitor desarmados. Isto precisa acabar no Brasil. Arrogância, prepotência e arbitrariedades. nos levam ao terror, ao massacre, aos óbitos. Vergonha mundial.

Luiz A. Saísse Brum

Vivemos tempos sombrios, vemos que a cada momento uma atrocidade é cometida e repetem-se cada vez mais. O país mergulhado em uma depressão, As instituições agem aleatória, mas com um único intuito difamar o PT e os seguimentos de esquerda que com ele compõem a resistência ao golpe, oxalá tenhamos sabedoria para no momento certo revertemos este mar de lama.

Messias Franca de Macedo

… Que os(as) brasileiros(as) de bem tomem vegonha na cara e tenência nos olhos, e se espelhem no bravo e consciente povo hondurenho!…

***

TSE de Honduras recua mais uma vez e aceita recontar tudo, o país está em descontrole
Escrito por Tulio Ribeiro

O governo e seu TSE recuaram mais uma vez passando da posição de revisar as 5179 atas para a totalidade, ou seja 18103. O Pais já tem mais de 200 empresas saqueadas, falta combustível e o toque de recolher de 20:00 às 6:00 é constantemente desrespeitada. Queimaram a prefeitura de San Francisco de Ojuera, uma estação de gasolina com 50 milhões de litros e tomaram o centro comercial “kuwait” na capital. A oposição, virtual ganhadora que sofreu o a fraude eleitoral tinha proposto a recontagem total dos votos ou convocar um segundo […]

07/12/2017

(…)

FONTE [LÍMPIDA!]: blogue O Cafezinho

Julio Silveira

A cada leitura que faço vendo os nomes dos Ministros indicados pelo PT como portadores e perpetuadores dos retrocessos que o Brasil vive, fico me perguntando, o que o PT esteve fazendo no governo? Como permitiu ser tão ingenuo a ponto de empoderar seus principais adversarios ideologicos? Se é que eram adversarios ideologicos. Faltou intelegencia ao partido, se é que há inteligencia no partido e não somente oportunismo usando a ideologia como um nicho de mercado.

Nelson

Bem, amigo.

O ministro citado pelo Nassif é o mesmo indivíduo que foi capaz de, ao participar de um evento sobre o Brasil em Londres, fazer a seguinte afirmação, cometer uma grande aberração, na verdade: “A gente na vida tem que trabalhar com fatos e não com escolhas ideológicas prévias. O Brasil, sozinho, tem 98% das ações trabalhistas do mundo.”

Conforme o professor de direito, Cássio Casagrande, “os “fatos” apresentados pelo Ministro Barroso indicariam o seguinte: se as quatro milhões de ações trabalhistas nacionais representam 98% do total mundial, e se todos os demais países do mundo reunidos têm somente 2% delas, restam apenas … 81 mil ações trabalhistas anuais! Em todo o planeta!”[*]

E olha que o dito cidadão seria dotado de “notório saber”, qualidade que, dizem, seria pré-requisito para a assunção de um cargo de ministro do Supremo brasileiro. O que seria de nós se o saber dele não fosse assim tão notório?

O texto escrito por Casagrande foi publicado em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/brasil-campeao-de-acoes-trabalhistas-como-se-constroi-uma-falacia-por-cassio-casagrande/.

Hudson

Processo em “segredo de justiça”? Então pra que esse “showzinho” com fuzis e sequestro de professores?

Antonio

Invasão da UFMG foi retaliação à evento da morte do reitor da UFSC, por Luis Nassif
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QUA, 06/12/2017 – 13:39
ATUALIZADO EM 06/12/2017 – 15:14
Luis Nassif

A cerimônia fúnebre e de protesto pela morte do reitor Luiz Carlos Cancelier, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tinha uma foto emblemática com um cartaz afixado: “Uma dor assim pungente não há de ser inutilmente”.

Hoje, a operação de invasão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) teve o nome significativo de “A Esperança Equilibrista”, que vem a ser a continuação da música símbolo da resistência à ditadura militar. E também do livro do professor Juarez Guimarães, da própria UFMG, sobre o governo Lula.

O Memorial da Anistia é uma obra complicada. Teve início em 2007, quando a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça sugeriu um lugar para depositar os documentos da repressão, a exemplo do que foi feito em diversos países que saíram do período ditatorial.


Decidiu-se pelo Coleginho, em Belo Horizonte. Depois, se constatou que seu telhado não comportaria peso em cima. Decidiu-se, então, construir um prédio ao lado, que está praticamente pronto, faltando apenas o acabamento.

Após o impeachment, o novo Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, praticamente extinguiu a Comissão de Anistia. Substituiu 18 dos membros originais, indicou para presidi-la o ex-deputado Almino Afonso, que logo depois pediu demissão por não ter nenhum acolhimento do lado do Ministério.

Ficou um jogo de empurra, com a Justiça achando que a Comissão deveria se subordinar ao Ministério dos Direitos Humanos. Com isso, o Memorial foi ficando para segundo plano, sem verbas para terminar.

Ao mesmo tempo, na Comissão de Anistia instaurou-se uma caça às bruxas, com um pente fino em todos os atos do ex-Secretário de Direitos Humanos Paulo Abrahão. Veio da Comissão de Anistia as denúncias que foram bater na Polícia Federal.

Segundo a denúncia, os desvios seriam da ordem de R$ 4 milhões e teriam ocorrido no fundo universitário da UFMG.

O diretor geral da PF, Fernando Segóvia, me disse há pouco que foi informado da operação pela superintendência da PF de Belo Horizonte. As explicações seriam dadas na coletiva do superintendente em Belo Horizonte.

Assim, ele não saberia dizer se as 8 conduções foram necessárias ou não, já que não cabe ao delegado geral intervir nas operações na ponta.

Mas garantiu que analisará a operação e, constatados abusos, assim como ocorreu no caso UFSC, será aberta uma sindicância para apurar o ocorrido.

Com a operação, além de retaliar a comunidade acadêmica, a PF e o Ministério da Justiça conseguirão comprometer uma obra importante, o Memorial da Anistia. Mas certamente escreverão um episódio relevante quando voltar a democracia e outros memoriais forem planejados, para se referir à ditadura disfarçada atual.

Elionor

“Esse monstro está sendo diretamente alimentado pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, que se transformou no principal inspirador da segunda onda repressiva dos filhotes da Lava Jato.”

O nome desse juiz fascista é Luís Roberto Miami Barroso.

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